Com follow-on ‘surpresa’, Inter quer até US$ 184 milhões
Em oferta inesperada, banco dos Menin quer aumentar liquidez na Nasdaq; guidance vem um pouco acima do consenso
Natalia Viri
Editora do EXAME IN
Publicado em 16 de janeiro de 2024 às 23:09.
Última atualização em 16 de janeiro de 2024 às 23:20.
Numa operação inesperada, o Inter anunciou agora a noite uma oferta de cerca de US$ 160 milhões em ações – considerando o preço de tela – e que pode chegar a mais US$ 24 milhões, caso haja demanda. Ao todo, seriam pouco mais de R$ 900 milhões para o caixa, cerca de 10% do valor de mercado do banco da família Menin.
Com a ação negociada a um múltiplo de 1,3 vez seu valor patrimonial e sem necessidade de levantar caixa para fortalecer seu balanço, o follow-on pegou o mercado de surpresa.
A empresa está sinalizando aos investidores que se trata de uma oferta “tática”, voltada para aumentar a liquidez do papel, que ainda é baixa na Nasdaq, apontam fontes ouvidas pelo INSIGHT.
Desde a listagem na bolsa americana há um ano e meio, a maior parte das negociações de Inter está concentrada no BDR, que negociou US$ 13,5 milhões em média nos últimos doze meses, enquanto o papel na Nasdaq a liquidez foi pífia, de US$ 2 milhões por dia.
Com a oferta, o índice de Basileia do Inter deve passar de 23,7% para impressionantes 27%. “É um nível muito alto e sem M&As no horizonte”, aponta o analista Eduardo Rosman, do BTG (do mesmo grupo de controle da EXAME) em relatório. Segundo ele, ainda que inesperada, a oferta pode abrir espaço para outros investidores que antes não podiam entrar no papel por conta da liquidez.
Junto com o follow on, o Inter lançou uma prévia dos resultados do quarto trimestre, que devem ser publicados oficialmente em fevereiro. Os números vieram acima do esperado pelo mercado. A sinalização foi de um lucro de R$ 150 milhões a R$ 155 milhões e de um ROE de 8% a 8,3% -- 4% e 23 bps a mais do que BTG projetava.
Nos últimos 12 meses, a ação do Inter subiu 92% e é negociada a US$ 5, com valor de mercado de US$ 2 bi.
O follow-on será precificado amanhã. Goldman Sachs e BofA Securities são os coordenadores globais.
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Natalia Viri
Editora do EXAME INJornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.