Logo Exame.com
JBS

Com duplo upgrade, Marfrig ganha tração e brilha em pregão morno

Safra e Santander recomendam compra; BofA também já tinha aumentado a aposta na ação

Marfrig: companhia recebeu upgrade do Safra e do Santander (Marfrig/Divulgação)
Marfrig: companhia recebeu upgrade do Safra e do Santander (Marfrig/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 20 de dezembro de 2023 às 17:18.

Última atualização em 21 de dezembro de 2023 às 21:43.

A ação da Marfrig ganhou fôlego nesta quarta-feira, 20, depois de ganhar upgrade do Safra e do Santander, com ambos passando a recomendação de neutra para compra. Antes disso, Citi e Bank of America também já tinham elevado sua avaliação para o papel para compra, numa sinalização de que o sell side está vendo a ação ser negociada com desconto oportuno.  

A equipe do Safra diz ver na processadora de proteína um retorno assimétrico potencialmente positivo, isso porque a avaliação, excluindo a fatia na BRF, é negativa em R$ 2,12 bilhões, o que seria muito pessimista para o ativo.  

A análise do Santander vai na mesma linha: “o papel da companhia está negociando abaixo do valor de sua participação na BRF”, escrevem Guilherme Palhares e Laura Hirata, analistas do banco espanhol. O preço-alvo da Marfrig foi R$ 15,70, enquanto o Safra cravou em R$ 15. Hoje, o papel é negociado a R$ 9,69, fazendo com que os dois bancos vejam um upside de cerca de 60% para o ativo.   

A expectativa é de que a pressão sobre as margens esperada para a divisão de carne bovina nos Estados Unidos seja parcialmente compensada por um impulso de consumo na América do Sul. Além disso, a alavancagem do balanço deverá ser aliviada pela entrada adicional de caixa de R$ 6 bilhões proveniente da venda de ativos à Minerva, lembra a equipe do Safra.  

Os riscos são mais elevados do que os de outras empresas do setor, com a alavancagem financeira pesando, mas o banco diz que “vale pena correr esse risco”, diz o relatório assinado por Ricardo Boiati e seu time no Safra.  

Os relatórios de Santander e Safra trazem ainda outras mudanças de tese de investimento. O Santander elevou a recomendação da JBS para compra, considerando uma perspectiva positiva para a empresa dona da Friboi e da Seara, com preço-alvo de R$ 37. O Safra já recomendava compra de JBSS3 e reiterou o papel como seu preferido, com preço-alvo de R$ 32.  

Os dois bancos também rebaixaram de compra para neutro a recomendação para as ações de Minerva, considerando a relação de risco-ganho menos favorável. Para o Santander, embora a compra dos ativos da Marfrig se encaixe na estratégia da Minerva, a companhia deve passar por um momento de reversão do ciclo de preços da carne bovina justamente quando está mais alavancada. Além da recomendação, cortou o preço-alvo para metade: R$8. 

O Safra também vê preços menos favoráveis para a carne bovina no mundo e diz que “há incertezas quanto à integração dos ativos da Marfrig, incluindo a dinâmica de oferta e demanda e a capacidade da compradora de elevar a receita das unidades conforme planejado.” 

No caso de BRF, lembra o Safra, a ação viveu um rali neste ano, avançando 72%. “Adicionalmente, o cancelamento do plano de desinvestimento [principalmente pet food] foi negativo, em nossa opinião, pois a entrada de caixa e o maior foco no core business seriam muito bem-vindos", diz a equipe do Safra, que rebaixou a ação de compra para neutro, com preço-alvo de R$ 16,60.  

O Santander manteve o neutro para o papel, mesmo com os números do último trimestre potencialmente fortes. Mas diz haver riscos crescentes para a BRF com a recuperação dos preços do milho por causa da seca nas principais regiões produtoras do país e uma estocagem baixa da commodity para sustentar a produção. O banco estabeleceu preço-alvo de R$ 16.  

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Continua após a publicidade
Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

Stone bate consenso, com avanço de 20% no TPV e take rate recorde

Stone bate consenso, com avanço de 20% no TPV e take rate recorde