BP promete mudanças após lucro do 4º trimestre cair para o menor nível em 4 anos
Houve uma queda de 61% nos lucros do quarto trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior
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Carolina Ingizza
Redatora na Exame
Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 06:23.
A gigante do setor de energia BP divulgou os resultados do quarto trimestre de 2024 na manhã desta terça-feira, 11. A empresa teve um lucro de US$ 1,17 bilhão no período — acima do esperado por analistas, mas ainda assim o mais baixo em quatro anos.
Em relação ao mesmo período de 2023, houve uma queda de 61% nos lucros, o que coloca o quarto trimestre de 2024 como o mais fraco desde o quarto trimestre de 2020, quando a pandemia reduziu a demanda global por petróleo.
O lucro subjacente com base nos custos de reposição, métrica utilizada pela empresa para medir o lucro líquido, caiu para US$ 1,17 bilhão nos três meses encerrados em 31 de dezembro, ante os US$ 2,99 bilhões do ano anterior.
O resultado ficou abaixo das previsões de US$ 1,26 bilhão de analistas consultados pela própria empresa e dos US$ 1,20 bilhão estimados por dados compilados pela consultoria LSEG.
Margens menores
Os lucros trimestrais da BP foram impactados por margens menores no processo de refino de petróleo. A margem média de referência de refino da empresa no quarto trimestre ficou em US$ 13,1 por barril, abaixo dos US$ 18,5 por barril do ano passado.
Neste primeiro trimestre de 2025, a BP estima que as margens permanecerão baixas, mas que as paradas para manutenção nas refinarias serão menos frequentes do que no quarto trimestre de 2024.
Após a abertura da bolsa de Londres, as ações da empresa estavam estáveis, com alta de 0,6%.
Mudanças no negócio
A multinacional sediada no Reino Unido se junta a outras companhias do setor de petróleo e gás que enfrentaram uma queda nos lucros ao longo do ano passado à medida que os preços de energia se estabilizaram e a demanda por petróleo enfraqueceu.
O desempenho da BP, no entanto, foi inferior ao de seus competidores, o que aumenta a pressão sobre o CEO Murray Auchincloss para promover mudanças.
Em comunicado divulgado após a divulgação de resultados, Auchincloss disse que planeja redefinir “fundamentalmente” a estratégia da empresa e “impulsionar novas melhorias no desempenho, tudo para aumentar o fluxo de caixa e os retornos.”
No final de semana, a notícia de que a gestora americana Elliott Management adquiriu uma participação na companhia deixou os investidores otimistas com a possibilidade de mudanças no negócio. Na segunda-feira, 10, os papéis da empresa tiveram alta.
Fontes ouvidas pela Bloomberg disseram que a Elliott acredita que a BP estaria significativamente subvalorizada e com desempenho decepcionante. Nos últimos cinco anos, as ações da empresa caíram 8%, enquanto a de suas concorrentes, como Shell e Exxon Mobil, subiram pelo menos 30% no período.
O ex-CEO Bernard Looney, que deixou a BP em setembro de 2023, fez a empresa apostar fortemente na transição para emissões líquidas zero, partindo do pressuposto de que a demanda por petróleo havia atingido o pico — uma estratégia que se mostrou equivocada.
Atualmente, com um valor de mercado de cerca de US$ 86 bilhões (aproximadamente R$ 500 bilhões), a BP vale menos da metade do valor da Shell.
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Carolina Ingizza
Redatora na ExameRepórter freelancer. Antes, trabalhou na revista EXAME, no jornal Financial Times e no site JOTA.