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'Azzas R$ 21,54': Papel cai mais 10% com notícia de 'divórcio' entre Birman e Jatahy

Menos de oito meses depois da fusão entre Arezzo e Soma, os principais acionistas estariam negociando uma forma de dividir o negócio

Azzas: Com a expectativa de negociar entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões em volume por dia, a Azzas entra no radar de fundos de large caps (Arezzo/Divulgação)
Azzas: Com a expectativa de negociar entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões em volume por dia, a Azzas entra no radar de fundos de large caps (Arezzo/Divulgação)

Publicado em 14 de março de 2025 às 11:32.

Última atualização em 14 de março de 2025 às 15:51.

Nos últimos meses, conforme foram ficando mais claras as dificuldades da companhia resultante da fusão entre Arezzo e Soma, começaram a circular nos Whatsapps de grupos de investidores uma figurinha de Alexandre Birman, com os dizeres 'Azzas R$ 21,54' – uma piada com a cotação da empresa e o nome oficial da companhia.

Hoje, o papel bateu a cotação – menos da metade dos R$ 49 de agosto, quando começaram a ser negociadas como apenas uma companhia.

Negociando em forte baixa desde o início do pregão, as ações da Azzas 2154 bateram queda de 10,25% por volta as 15h30, negociadas, após reportagem informar que os dois principais acionistas da companhia, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, estariam negociando uma separação.

Menos de oito meses depois da conclusão da fusão entre Arezzo e Soma, os gestores estariam, segundo o Pipeline, discutindo uma cisão do negócio ou um acordo em que um dos sócios compraria a parte do outro.

O desgate na relação entre os dois principais acionistas – de perfis muito diferentes, para se dizer o mínimo – já era sabido pelo mercado, mas os detalhes sobre o estágio das conversas para desfazer de alguma maneira a sociedade pesaram.

De acordo com o veículo, Birman, que é CEO da Azzas, tem sido assessorado pelo Morgan Stanley e pelo Spinelli Advogados. Jatahy, que é responsável pela moda feminina do grupo, é assessorado pela G5 e Barbosa Mussnich.

Na quarta-feira, 12, os papéis da Azzas 2154 lideram as quedas do Ibovespa com desvalorização de mais de 13%, após a divulgação dos resultados do quarto trimestre.

Os números vieram abaixo das estimativas do mercado, especialmente pr conta de liquidações de marcas descontinuadas e estoques da AR&CO. As despesas de venda e administrativas ficaram 2% mais altas, pressionadas em grande parte por custos com a fusão e contratação d assessorias. 

"O crescimento foi forte das vendas no quarto trimestre, mas a margem decepcionou devido a ajustes contínuos e apoio às marcas", observou o time dol Goldman Sachs. A queima de caixa também foi um ponto de atenção para João Soares, do Citi.

A leitura é que as sinergias estavam demorando muito para aparecer – um ponto que fica reforçado, dado o estresse entre os principais acionistas.

Com a queda de hoje, a ação da Azzas tem valor de mercado de R$ 4,56 bilhões – menos da metade valor de cada uma das companhias antes da fusão, mostrando a destruição de valor na tela ao longo do processo. Em fevereiro do ano passado, Arezzo valia R$ 6,4 bilhões e o Soma a R$ 5,4 bilhões.

A título de comparação, a Hering, isolada, foi comprada pelo Soma em 2021 por cerca de R$ 5 bilhões.

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Carolina Ingizza

Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Repórter freelancer. Antes, trabalhou na revista EXAME, no jornal Financial Times e no site JOTA.

Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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