Logo Exame.com
Varejo

Para lidar com juros altos, Assaí reduz alavancagem e fica menos promocional no 3º tri

Alavancagem passou de 4,4 vezes para 3,52 vezes, em trabalho intenso da rede de atacarejo para reduzir dívida líquida e aumentar margem na operação

Assaí: vendas em mesmas lojs cresceu 2,6% no 3º tri de 2024 (Maria Lacerda/ Assaí/Divulgação)
Assaí: vendas em mesmas lojs cresceu 2,6% no 3º tri de 2024 (Maria Lacerda/ Assaí/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 7 de novembro de 2024 às 19:53.

Última atualização em 7 de novembro de 2024 às 20:00.

No terceiro trimestre, o Assaí acelerou o processo de desalavancagem de seu balanço, um ponto que entrou no radar dos investidores.

A companhia começou um trabalho mais intenso para reduzir a dívida líquida, que ficou R$ 218 milhões mais baixanesse trimetre, e alavancagem passou de 4,4 vezes em 2023 para 3,52 vezes neste ano.

"Esse é nosso principal foco agora", diz o CFO Victor Fagá. O objetivo ao fim de dezembro é chegar a 3,2 vezes de alavancagem e, em 2025, a 2,6 vezes.

Para isso, o Assaí postergou parte da abertura de lojas para 2026 e recentemente emitiu novas debêntures para prolongar o prazo de pagamentos (de 32 meses para 41 meses) e reduzir o custo de sua dívida.

SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT direto no seu Whatsapp

O pé no freio na abertura de lojas não é uma mudança de rota, segundo a direção da companhia, mas uma forma de se proteger em meio a um ambiente de juros mais altos.

A meta também colocou o ganho de rentabilidade no centro da estratégia operacional. Diante de uma elasticidade de preços menos inclinada, a companhia decidiu, conta Fagá, não intensificar a ação promocional, o que aumentou o lucro bruto e a margem.

No trimestre, a companhia reportou um ganho de 9,2% na receita líquida, para R$ 18,6 bilhões, com um avanço de lucro bruto de 10,7%, com a margem aumentando 0,2 ponto percentual, para 16,4%.

A decisão, no entanto, fez as vendas em mesmas lojas subirem 2,6%, abaixo das estimativas de mercado e cerca de 3 pontos a menos do que o concorrente Atacadão, do Carrefour Brasil, indicando que a competição se acirrou.

Para Fagá, porém, o avanço de margem bruta e o aumento de caixa ajudam a explicar o posicionamento. O Ebitda do Assaí cresceu 12%, para R$1.36 bilhão, com margem 0,2 ponto percentual maior para 7,3%.

"Também tivemos um avanço de 83% do LAIR, que somou R$ 260 milhões. Isso mostra que operacionalmente estamos entregando resultado", diz o CFO. Na última linha do balanço, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 156 milhões, 15,7% a menos do que no terceiro trimestre de 2023. Se descontado o efeito IFRS 16, o lucro líquido foi de R$198 milhões, 10% superior ao resultado do ano passado.

Outro ponto de destaque é o crescimento das 47 lojas de hipermercados Extra convertidas em 2022. Maior lote de conversões do parque de lojas compradas, essas unidades continuam com crescimento de resultado. "A margem Ebitda delas já é comparável à da companhia, o que mostra que elas estão na curva de maturação e performando muito bem"

No ano, as ações do Assaí caem 44,5%, para R$ 7,22.

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Continua após a publicidade
Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

Stone bate consenso, com avanço de 20% no TPV e take rate recorde

Stone bate consenso, com avanço de 20% no TPV e take rate recorde