O bom desempenho do jogador pode ajudar a explicar seu retorno à seleção (Marcos Brindicci/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 21 de novembro de 2023 às 19h23.
Pela terceira vez consecutiva, mais de 30 jogadores que atuam no Brasil foram cedidos às seleções para a disputa dos jogos na Data Fifa. A novidade da vez foi a volta de Luis Suárez a seleção uruguaia. O atacante do Grêmio não joga pela Celeste desde a Copa do Mundo do ano passado. Depois de não ter entrado em campo na vitória do Uruguai sobre a Argentina por 2 a 0 na última rodada, a expectativa é de que Suárez ganhe alguns minutos no confronto com a Bolívia, na próxima terça-feira, 17.
O bom desempenho do jogador pode ajudar a explicar seu retorno à seleção. Suárez marcou quatro vezes nos últimos três jogos, é o artilheiro da equipe na competição com 14 gols e assumiu o papel de protagonista na luta do tricolor gaúcho pelo título brasileiro. O uruguaio é um exemplo de que, cada vez mais, jogadores internacionais de renome disputam e fazem a diferença no Brasileirão.
Sandro Orlandelli, dirigente com passagens por Arsenal e Manchester United, comenta sobre a importância esportiva de jogadores como Suárez para o futebol brasileiro e o fortalecimento da liga do país.
“Nossa liga está cada vez mais competitiva e mais atrativa para os jogadores, apesar de ainda termos muitos desafios a superar. O processo seletivo de jogadores estrangeiros possibilita a chegada desse tipo de jogador. Na minha ótica, a tendência é só de melhora nesta questão por conta do bom desempenho do nosso jogo”, afirma Sandro.
Fora dos gramados, o atacante também entrega bons resultados, tanto para seu clube, quanto para o futebol brasileiro de maneira geral. Ícaro Quinteiro, COO do Esportes da Sorte, empresa parceira do Grêmio, fala sobre a importância em ter um atleta desse nível de reconhecimento jogando no Brasil:
“Jogadores do tamanho do Suárez trazem várias coisas positivas, que vão além do campo e bola. Falamos sobre reconhecimento internacional, receitas maiores, diferentes serviços, conteúdos e publicações em mídias sociais, crescimento do programa de sócios, bilheteria e público”, afirma Ícaro.
Cada vez mais atrativo para os jogadores estrangeiros, o Brasileirão se tornou a competição que mais conta com atletas de países diferentes entre as ligas Sul-Americanas. No total, são 19 nações representadas. Dentre estes, Argélia e Estados Unidos são os países de fora da América do Sul que convocaram jogadores do principal torneio nacional.
Nesta Data Fifa, 11 seleções convocaram jogadores que atuam na elite do futebol brasileiro, o maior número entre os países da América do Sul. Isso se tornou um dos fatores mais decisivos para a dominância do futebol nacional no continente nos últimos anos.
Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, observa o fortalecimento do Brasileirão e sugere que a tendência aponta para um domínio ainda mais marcante sobre as outras ligas esportivas do continente: “Devido à economia e à importância no esporte, o Brasil lidera em termos de investimentos esportivos na América do Sul. À medida que o Campeonato Brasileiro se fortalece, é provável que a diferença entre este torneio e as outras competições nacionais do continente cresçam, resultando em uma concentração ainda maior de recursos no Brasil."
Um dos convocados de países de fora da América do Sul é o meio-campista Johnny, do Internacional. O jogador norte-americano já disputou sete partidas pela sua seleção e chegou a ser cotado para jogar a Copa do Mundo de 2022, mas não esteve presente na lista final dos Estados Unidos.
Nesse panorama, o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, comenta sobre o clube, que além de Johnny, liberou outros três jogadores para esta Data Fifa. Ele destaca que a receptividade aos jogadores de outras nacionalidades contribui para elevar o nível de competitividade do Campeonato Brasileiro.
"Devido à nossa rica história, o clube sempre acolheu com entusiasmo jogadores estrangeiros, fazendo parte de nossa identidade. Há muitos talentos em outros mercados e essa inclusão reforça ainda mais a qualidade da competição no Brasil", conclui Barcellos.