O Ultimate Fighting Championship (UFC) está mirando um acordo histórico de mais de US$ 1 bilhão anuais (cerca de R$ 6,11 bilhões) por seus direitos de mídia, mais que o dobro do contrato atual com a ESPN, avaliado em US$ 450 milhões anuais (R$ 2,7 bilhões). As negociações, antecipadas pela Bloomberg, marcam um ponto decisivo para a organização, cujo contrato vigente expira no final de 2025.
As conversas exclusivas entre UFC e ESPN, uma das maiores potências de mídia esportiva, começam ainda este mês, embora discussões informais já estejam em andamento. A parceria entre as partes, fundamental para ampliar o alcance do UFC, inclui transmissões regulares e eventos pay-per-view pelo serviço de streaming da ESPN.
Dana White, CEO do UFC, reconheceu a evolução da colaboração: "No começo, nossa relação com a ESPN foi difícil, mas hoje estamos extremamente satisfeitos com a parceria".
Nova estratégia: direitos divididos, lucro ampliado
Inspirada por ligas como NFL e NBA, que lucram ao dividir seus direitos entre diversos parceiros, a TKO Group Holdings, proprietária do UFC e da WWE, considera adotar um modelo similar. A empresa acredita ter ao menos quatro ou cinco interessados de peso, incluindo Amazon, Netflix, Google (YouTube) e Warner Bros. Discovery.
Essa abordagem visa não apenas aumentar a receita, mas também diversificar os canais de distribuição para atingir novas audiências, principalmente no mercado de streaming, que continua em expansão.
A negociação ocorre em um momento em que o conteúdo esportivo ao vivo se tornou um dos ativos mais valiosos para empresas de mídia e tecnologia. Em 2024, as ações da TKO subiram 74%, refletindo o apetite do mercado por direitos esportivos e entretenimento.
Além disso, concorrentes como Amazon e Netflix têm mostrado agressividade no setor. A Netflix, por exemplo, assinou um contrato de US$ 5 bilhões (R$ 30,5 bilhões) para transmitir exclusivamente o WWE Raw por 10 anos.
Já a Warner Bros. Discovery, que perdeu os direitos da NBA, surge como uma possível concorrente de peso, enquanto o YouTube pode se posicionar como destino para eventos pay-per-view.