Paris: A capital da França será a sede dos Jogos Olímpicos em 2024 (Diego Puletto/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 22 de janeiro de 2024 às 15h54.
Última atualização em 22 de janeiro de 2024 às 16h08.
A seis meses dos Jogos Olímpicos de Paris, a organização ainda tem trabalho pela frente para garantir o andamento tranquilo do evento, com a segurança e o transporte entre os principais desafios pendentes.
Os parisienses são céticos sobre a capacidade de sua rede de transportes para acolher os até 800 mil usuários adicionais previstos, especialmente quando as linhas de metrô e ônibus costumam registrar atrasos e incidentes.
A prefeita de Paris, a socialista Hanne Hidalgo, expressou publicamente sua preocupação com o transporte, o que incomodou o governo do presidente centrista, Emmanuel Macron.
"Temos a firme intenção de seguir melhorando progressivamente em 2024", disse à AFP o chefe da operadora do transporte público de Paris (RATP), o ex-primeiro-ministro Jean Castex, que apela ao "espírito de Coubertain" e ao "trabalho em equipe" diante das críticas também da presidente da região Ile de France, Valérie Pecresse.
Dezenas de pessoas da RATP e da companhia ferroviária pública SNCF estudam cuidadosamente os horários das competições para prever a frequência do transporte e distribuir o fluxo de passageiros.
A oferta de transportes na região de Paris aumentará em 15% durante os Jogos. As obras de ampliação da linha 14 do metrô entre a Vila Olímpica e o Aeroporto de Orly devem terminar em junho.
O nível de alerta na França está nas alturas desde o assassinato de um professor por um islamista radical no dia 13 de outubro na cidade de Arras (norte) e continuará elevado durante os Jogos.
A segurança é uma questão crucial, sobretudo durante a cerimônia de abertura, que abandona os estádios fechados para receber milhares de pessoas ao longo do rio Sena.
Em Paris, a polícia fixou em dezembro estritos perímetros de segurança e a circulação será limitada ao redor das praças olímpicas e do Sena.
Os organizadores esperam contar com entre 17 mil e 22 mil agentes de segurança particular para controlar os sítios olímpicos e as 'fan zones', mas há dúvidas sobre se haverá efetivo suficiente.
Na semana passada, o chefe do Estado-Maior do Exército da França, Pierre Schill, informou que cerca de 20 mil soldados serão mobilizados para os Jogos, 5 mil a mais do que os comunicados até agora.
Os Jogos Olímpicos coincidem com as férias escolares de verão, motivo pelo qual as autoridades negociam há meses para que os funcionários de setores essenciais como saúde, transportes e a polícia estejam a postos.
Alguns setores, como os de controladores de tráfego aéreo, já alcançaram um acordo, mas outros ainda negociam. É o caso dos policiais, que pedem "bônus olímpicos".
"Sem medidas excepcionais, sem acordo prévio, os Jogos Olímpicos serão realizados sem nós", advertiu o líder do sindicato policial Alliance, Fabien Vanhemelryck.
Depois de chagar a um acordo com os trabalhadores dos hospitais de Paris, as negociações foram reabertas. As discussões também continuam em andamento na RATP e na SNCF.
A incerteza pairou durante várias semanas sobre a competição de surfe no Taiti, mas ao que tudo indica a instalação da torre dos juízes em Teahupo'o vai acontecer, apesar da oposição de uma parte da população local, preocupada com o impacto ambiental.
Em dezembro, uma embarcação que seria usada para a instalação desta nova torre partiu vários pedaços de coral, mas o presidente do território francês da Polinésia conseguiu um acordo com as associações ambientalistas.
As dúvidas também existem quanto à sede de Châteauroux (centro da França), que vai receber as provas de tiro após uma mudança de local, e sua capacidade hoteleira.