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Saiba quem é Javier Tebas, presidente de La Liga cobrado por Vini Jr para punir racistas

Atacante brasileiro bateu de frente com o presidente da La Liga e pediu providências: 'Quero ações e punições. Hashtag não me comove'

Javier Tebas: presidente da La Liga rebateu Vini Jr. (Oscar J. Barroso/Getty Images)

Javier Tebas: presidente da La Liga rebateu Vini Jr. (Oscar J. Barroso/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 22 de maio de 2023 às 16h28.

Cobrado publicamente por Vinícius Júnior pela inoperância diante de reiterados casos de racismo nos estádios, o presidente da La Liga, Javier Tebas Medrano, é apoiador do partido político de extrema-direita espanhol Vox e ex-integrante do Fuerza Nova, uma agremiação partidária fascista que existiu na Espanha entre 1976 e 1982. Em 2017, ele saiu em defesa de um jogador do Rayo Vallecano que foi chamado de "nazista" por torcedores.

À frente da La Liga desde 2013, Tebas nasceu na Costa Rica e é advogado. Ele foi dirigente esportivo de onze clubes - entre eles Mallorca, Betis, Rayo Vallecano, Granada e Real Valladolid - antes de assumir o comando do campeonato espanhol.

Extrema-direita

Tebas comentou sobre suas preferências políticas em uma rádio, em 2019. Naquela altura, a Espanha passava pelo período de eleições regionais. Questionado sobre o cenário político do país, o presidente da La Liga afirmou que considerava o Vox como um bom partido.

— Eles me parecem bons — disse Tebas. — Eu venho dizendo isso há algum tempo. A Espanha precisava de uma alternativa como o Vox. Você tem que respeitar as 400.000 pessoas que votaram neles na Andaluzia. Se eles continuarem nessa linha, eu votarei no Vox — acrescentou.

Tebas também respondeu sobre seu passado como militante do Fuerza Nueva, em outra entrevista, no ano de 2016.

— Se a extrema-direita significa defender a unidade da Espanha, a vida e o modo de vida católico, eu estou nesse grupo e continuo pensando o mesmo de quando estava em Fuerza Nueva — afirmou.

Na ocasião, Tebas ainda expressou apoio a políticos de extrema-direita da França, como Marine Le Pen.

Apoio a atleta chamado de nazista

Zozulya foi chamado de nazista pela bancada do Rayo Valecano. O atleta ucraniano, atualmente com 33 anos, é ligado a movimentos de ultradireita da Ucrânia integrado por neonazistas.

Torcidas organizadas do Rayo, conhecidos historicamente pela orientação política de esquerda, ficaram insatisfeitos com a chegada do ucraniano, que costuma aparecer em fotos usando uniformes e até armas e já foi associado a grupos paramilitares de extrema-direita da Ucrânia.

O presidente da Liga Espanhola, Javier Tebas, saiu em defesa de Zozulya nesta quinta-feira. Tebas pediu "tolerância e respeito" por parte da torcida do Rayo e disse que poderá ingressar com queixa criminal contra os torcedores, caso tenha evidências de "clara coação" no imbróglio envolvendo o jogador:

— Se o presidente do Rayo ou o jogador me disserem que se sentiram ameaçados, entrarei com queixa criminal por coação. É inadmissível que tenhamos esse problema na Espanha. Não se pode rotular uma pessoa por sua ideologia. A tolerância de uma país se demonstra sendo tolerante — disse Tebas ao jornal "Sport".

'Quero ações e punições'

Vini Jr decidiu bater de frente com a La Liga após mais um episódio de racismo sofrido por ele no Campeonato Espanhol, neste domingo. O atacante do Real Madrid não se calou diante dos questionamentos feitos por Javier Tebas, presidente da entidade, e pediu mais providências.

"Mais uma vez, em vez de criticar racistas, o presidente da LaLiga aparece nas redes sociais para me atacar. Por mais que você fale e finja não ler, a imagem do seu campeonato está abalada. Veja as respostas do seus posts e tenha uma surpresa... Omitir-se só faz com que você se iguale a racistas. Não sou seu amigo para conversar sobre racismo. Quero ações e punições. Hashtag não me comove", afirmou Vini Jr.

Vinicius Junior do Real Madrid (Ivan Terron/Europa Press/Getty Images)

A declaração do brasileiro foi uma resposta ao pronunciamento feito por Tebas pouco após Vini cobrar mais atitude da La Liga no combate ao racismo e sugerir que poderia deixar o futebol espanhol. Em suas redes sociais, Tebas reclamou das cobranças direcionadas a La Liga. O espanhol afirmou que o próprio atacante não compareceu às reuniões nas datas combinadas com a entidade e pediu que ele não se deixasse manipular.

" Já que aqueles que deveriam não te explicam o que é que LaLiga pode fazer nos casos de racismo, tentamos nós explicarmos, mas você não se apresentou em nenhuma das datas acordadas que você mesmo solicitou. Antes de criticar e injuriar LaLiga, é necessário se informar adequadamente, Vini Jr. Não se deixe manipular e tenha certeza de entender bem as competências de cada um e o trabalho que estamos fazendo juntos", declarou Tebas.

Tebas voltou a responder Vinícius Júnior nesta segunda-feira. O dirigente negou que a Espanha seja um país racista, alegou que o brasileiro é injusto nas cobranças e alegou que os casos de racismo são "poucos" no campeonato espanhol.

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