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Ronaldo, Edmilson e mais: jogadores trocam as chuteiras pelo terno e se dão bem nos negócios

Habilidades conquistadas ao longo de anos de carreira esportiva podem ser valiosas na construção de empresas, avaliam especialistas

 (Getty Images/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2023 às 16h24.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2023 às 16h25.

A aposentadoria é um momento delicado na carreira de qualquer profissional, independentemente da área de atuação. Para atletas de alto rendimento, ela pode ser mostrar ainda mais complicada. Não é difícil observar casos de jogadores de futebol que perderam toda a fortuna depois que penduraram as chuteiras.  No entanto, é cada vez mais comum a situação inversa: atletas que faturam alto depois da aposentadoria.

De acordo com Tábata Silva, gerente da Empregos.com.br, portal de busca de vagas, atletas desenvolvem ao longo de suas carreiras algumas habilidades que são muito bem-vindas no mundo dos negócios. “Eles aprenderam como ninguém, ao longo de anos, a lidarem com a pressão, a superação de adversidades, mudanças de estratégia para se sobreporem aos adversários e a busca incessante por resultados”, explica.

"Não é uma fórmula pronta, mas os atletas de sucesso possuem uma facilidade maior para criarem empresas do segmento de esportes, e conectarem a investidores a sua força de exposição é um ponto positivo. Agora, manter um negócio de sucesso é outro caso e muito trabalhoso, diga-se de passagem”, afirma Renê Salviano, executivo de marketing que lançou a HeatMap, agência focada em captação de patrocínios no esporte.

Ronaldo Fenômeno talvez seja um dos exemplos de ex-atletas mais bem sucedidos após a aposentadoria. Com uma fortuna estimada em R$ 1 bilhão, ele começou a investir ainda como jogador em uma casa noturna, a já extinta R9, e um centro de fisioterapia que leva o mesmo nome. Hoje, ele possui dois clubes de futebol, o Valladolid, na Espanha, e o Cruzeiro, no Brasil. Ronaldo também investe no gerenciamento da carreira de atletas e na produção de conteúdo publicitário.

"Desenvolver um plano de carreira é fundamental para atletas profissionais, algo que nem todos fazem. Reconhecidos pelo sucesso no esporte, eles têm a imagem e a popularidade construídas durante as carreiras como fatores que facilitam a entrada em diversos segmentos de negócios. Seus nomes já agregam valor imediato a uma marca ou projeto”, explica Fernando Patara, cofundador e head de inovação do Arena Hub, empresa de fomento à inovação em esporte, entretenimento e mídia da América Latina

O volante Edmilson, pentacampeão do mundo com a seleção brasileira em 2002, é outro exemplo de atleta que se deu bem nos negócios após pendurar as chuteiras. Em 2019, o ex-jogador comprou o então Osasco FC e mudou o nome do clube para SKA Brasil. Hoje, o time disputa a segunda divisão do Campeonato Paulista e fez boa campanha na última edição da Copa São Paulo de Futebol Juniors, caindo diante do Internacional na terceira fase da competição.

(Divulgação)

O ex-volante também atua como empresários em outros segmentos. Ele e a ex-jogadora de vôlei Tandara Caixeta, campeã Olímpica em Londres 2012, investem em uma empresa de cartão multibeneficioo, a SecureCard.

Na Europa, o ex-craque da seleção inglesa David Beckham também faz fortuna fora dos gramados. Seu principal ativo, no entanto, é a própria imagem. Aos 47 anos, ele administra a Beckham Brand Holdings Limited, que administra contratos de patrocínio e licenciamento ligados ao ex-atleta. Em 2021, a empresa declarou um faturamento de 34 milhões de libras, equivalente a R$ 258 milhões. Beckham também foi um dos embaixadores da Copa do Mundo do Catar.

Rodrigo Capita, jogador do Magnus Futsal, da seleção brasileira e embaixador da Penalty, segue pelo mesmo caminho. “Eu com o Bernardo [Caixeta, gerente de Marketing e Relações Esportivas da Penalty] conversamos, a gente entendeu que a gente tinha que quebrar essa barreira de falar apenas do esporte, de falar apenas do profissional, do alto rendimento, a gente hoje fala com o consumidor, do dia a dia, do trabalhador, da várzea. Isso fez com que a Penalty crescesse e eu também crescesse individualmente, então é muito bacana”, explica.

Em 2022, uma das ações da parceria entre Rodrigo Capita e a Penalty foi o projeto Doe Gols, que deve se repetir neste ano. “A gente ajuda uma instituição carente, a gente ajuda crianças, e fortalece a comunidade. Tanto o meu nome fica forte na cidade como o da Penalty. A gente devolve para a cidade o carinho que ela tem com a gente. Então, é uma parceria de sucesso, a gente fez um grande 2022 juntos e esperamos em 2023 marcar também o nome da Penalty no mercado”, completa o jogador de futsal.

“Sempre digo a atletas de futebol que estão em transição para que invistam em algo que conheçam e que passaram anos de suas vidas errando, acertando e aprendendendo, pois a chance de sucesso é infinitamente maior", conclui Renê Salviano, da HeatMap.

Grande nome do tênis também é sucesso nos negócios

Gustavo Kuerten, que ganhou três vezes o torneio de Roland-Garros, também é outro exemplo de atleta aposentado que se deu bem nos negócios. O ex-tenista é sócio de uma corretora de investimentos com mais de 160 mil de clientes e faturamento anual de R$ 300 milhões. O valor é quase quatro vezes todo o dinheiro que Guga conquistou em prêmios ao longo de sua carreira como atleta, algo estimado em R$ 77 milhões, já corrigidos.

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