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RDC pede que Arsenal, Bayern de Munique e PSG rompam contratos de patrocínio com Ruanda

Chefe da diplomacia congolesa apontou possíveis ações criminosas de Ruanda para o término do vínculo com os clubes

Martin Odegaard, do Arsenal, comemora gol contra o City pela Premier League (AFP)

Martin Odegaard, do Arsenal, comemora gol contra o City pela Premier League (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 2 de fevereiro de 2025 às 16h54.

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A ministra das Relações Exteriores da República Democrática do Congo (RDC), Thérèse Kayikwamba, pediu aos clubes de futebol Arsenal, Bayern de Munique e Paris Saint-Germain que ponham fim aos seus acordos de patrocínio "manchados de sangue" com Ruanda, no marco da escalada do conflito no leste de seu país.

Kayikwamba enviou cartas aos três clubes europeus no sábado pedindo-lhes que reavaliassem a moralidade dos seus acordos de patrocínio com Ruanda, alegando que seu governo é “diretamente responsável” pela “miséria” vivida pela população no leste da RDC, segundo relatou neste domingo a imprensa congolesa.

“O presidente deste país, Paul Kagame, é um autocrata, e seu Exército, junto com sua milícia aliada, o M23 (Movimento 23 de Março), está levando uma guerra à RDC”, disse a ministra das Relações Exteriores congolesa em suas cartas.

“A generosa ajuda internacional que Ruanda recebe de muitos países representa uma parte significativa de sua economia. Vocês têm certeza de que esse dinheiro não está sendo desviado para financiar seu contrato de patrocínio?", perguntou a ministra aos clubes.

Kayikwamba também denunciou que “milhões de toneladas” de minerais essenciais para a transição energética, como cobre, cobalto, lítio e ouro, foram “explorados ilegalmente em territórios ocupados por forças apoiadas por Ruanda, transportados através da fronteira e exportados a partir de Ruanda”.

“Vocês têm certeza de que o dinheiro desses minerais do sangue não está financiando seu contrato de patrocínio?” questionou novamente.

Kayikwamba também afirmou aos três clubes europeus que, enquanto jogavam as últimas partidas da fase de grupos da Liga dos Campeões da UEFA, “mais 500.000 pessoas foram deslocadas no leste da RDC”.

A chefe da diplomacia congolesa considerou que “é hora” de estes três clubes romperem seu “contrato de patrocínio manchado de sangue com esta nação opressora”.

"Se não fizerem por consciência, o clube deveria fazê-lo por solidariedade às vítimas da agressão de Ruanda", acrescentou.

Ofensiva

A ofensiva na RDC do M23 — um grupo armado formado principalmente por tutsis que sobreviveram ao genocídio ruandês em 1994 — aumentou as tensões com a vizinha Ruanda, já que o governo congolês acusa Kigali de apoiar os rebeldes, uma alegação confirmada pela ONU.

Por sua vez, Ruanda e M23 acusam o Exército congolês de cooperar com as Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR), um grupo fundado em 2000 por líderes do genocídio de 1994 e outros ruandeses exilados para recuperar o poder político em seu país, uma colaboração que também foi confirmada pela ONU.

A atividade armada do M23 foi retomada em novembro de 2021 com ataques relâmpagos contra o Exército congolês em Kivu do Norte e, desde então, tem avançado em várias frentes até Goma, cidade de cerca de dois milhões de habitantes que abriga ONGs internacionais e instituições da ONU e que o grupo ocupou por dez dias em 2012.

Desde 1998, o leste da RDC está mergulhado em um conflito alimentado por grupos rebeldes e pelo Exército, apesar da presença da missão de paz da ONU (Monusco)

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