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Rafael Nadal, o maior vencedor da história de Roland Garros, dá adeus ao torneio

O tenista espanhol venceu 14 vezes o Grand Slam de Paris, mas perdeu desta vez para o alemão Alexander Zverev

9º Rafael Nadal - US$ 15 milhões (Justin Setterfield/Getty Images)

9º Rafael Nadal - US$ 15 milhões (Justin Setterfield/Getty Images)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 27 de maio de 2024 às 13h27.

Última atualização em 27 de maio de 2024 às 13h41.

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O público que chega ao complexo de Roland Garros pela entrada principal dá de cara com uma estátua feita em aço de Rafael Nadal. O monumento tem três metros de altura, é de autoria do artista plástico Jordi Díaz Fernandes e foi inaugurada em 2021, quando o espanhol acumulava 13 títulos no Grand Slam francês.

Nadal ainda venceu mais um título por lá, em 2022. Uma homenagem desse porte a um esportista ainda na ativa é algo muito raro. Só se justifica pelo domínio do espanhol no saibro parisiense, algo bastante incomum em qualquer modalidade esportiva. Até hoje, Nadal havia sofrido apenas três derrotas em Roland Garros, em um total de 115 partidas.

Hoje, segunda-feira 27 de maio, o espanhol perdeu sua quarta partida em Roland Garros. Provavelmente a última. Assim como provavelmente esta foi sua última participação no torneio.

Longe do circuito por lesão no quadril

Rafael Nadal perdeu do alemão Alexander Zverev por três sets a zero, parciais de 6/3, 7/6 e 6/3. Zverev ficou emocionado ao final do jogo. "Obrigado, Rafa, por tudo o que você fez ao tênis. Foi uma grande honra. Eu assisti ao Rafa jogando durante toda minha adolescência. Hoje não é o meu momento, é o momento do Rafa", disse, no discurso.

Nadal começou ssua fala em francês, para alegria do público, que torceu por ele desde o início. "Não sei se esta foi minha última vez no torneio. Se foi, foi uma grande honra. Desejo a Sacha (Zverev) toda a sorte no torneio." Ele lembrou que em poucas semanas estará de volta às quadras de Roland Garros, para os Jogos Olímpicos de Paris.

A derrota era esperada. O espanhol, que sofreu diversas lesões ao longo de sua carreira, machucou o quadril no Aberto da Austrália de 2023 e ficou afastado do circuito pelo resto do ano. Este ano ele foi voltando, aos poucos, mas com atuações muito longe de seu auge. Dependeu de convites dos organizadores, pois estava sem jogar e caiu abruptamente no ranking da ATP. No início de Roland Garros, ocupava a 664ª posição.

Nadal nunca tratou seu afastamento das quadras como uma aposentadoria. Sempre disse que, enquanto se sentir em condições, seguirá jogando. Mas, longe do discurso clichê desses momentos, também nunca disse que estava aproveitando o momento. “Sou competitivo e só me sinto realizado quando venço”, disse em uma coletiva de imprensa, alguns dias atrás.

Convite para jogar em Roland Garros

Ao contrário de suas participações nos abertos de Barcelona e de Madri, Nadal conseguiu jogar em bom nível em Roland Garros. Contra Zvererv, jogou uma bela partida. Mas não a ponto de ele passar pela primeira rodada contra o tenista alemão, a quem venceu na semifinal de 2022. Na ocasião, o alemão se lesionou e abandonou a partida.

Como entrou em Roland Garros como convidado, Nadal poderia cair com algum dos cabeças de chave do torneio, ou seja, um dos jogadores mais bem colocados no ranking da ATP. Zvereve ocupa a quarta posição.

Um meme circulou esses dias, com a cena conhecida de pessoas felizes e cantando no carro, com exceção do motorista, carrancudo. Os homens comemorando no carro eram Alcaraz e Sinner. O motorista bravo era Zverev, ao saber que teria Nadal como adversário logo no começo do torneio.

O adeus a Rafael Nadal

Ninguém queria pegar Nadal na primeira rodada. O grego Stefanos Tsitsipas disse que ninguém ficaria feliz em enfrentar “alguém que venceu 17 vezes em Roland Garros”. Ao ser corrigido com a informação dos 14 títulos, respondeu: “Dá na mesma”.

Roger Federer fez uma série de jogos de despedida ao anunciar sua aposentadoria, o que rendeu um documentário que está para estrear na Prime Vídeo. Nadal, mais competitivo, se recusa a falar em aposentadoria. Mas até o Jardin des Mousquetaires, a praça na entrada de Roland Garros, sabe que será muito difiícil ele voltar a Paris no ano que vem.

Dias atrás, o pai de Nadal foi surpreendido tirando fotos da estátua de aço do tenista espanhol. Talvez tenha sido a última vez que Sebastià Nadal viu de perto a bela homenagem a seu filho.

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