Agência de notícias
Publicado em 20 de março de 2025 às 13h46.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) elegeu, nesta quinta-feira, 20, a primeira presidente mulher da história da entidade. A ex-nadadora zimbabuana Kirsty Coventry foi eleita ao término da 144ª Sessão do COI, em Costa Navarino, na Grécia. Ela também será a primeira pessoa africana a presidir o órgão.
Aos 41 anos, Coventry, a mais jovem entre os candidatos, venceu o primeiro turno da votação secreta com maioria absoluta. Ela assumirá o lugar de Thomas Bach, cujo mandato de 12 anos terminará oficialmente no dia 23 de junho.
Pelas regras atuais, o presidente é eleito para um mandato de oito anos, podendo se reeleger por mais quatro anos. Na história do COI, todos os presidentes que buscaram a reeleição foram reconduzidos sem oposição.
"Estou imensamente honrada e animada por ser eleita presidente do Comitê Olímpico Internacional! Quero agradecer sinceramente aos meus membros pela confiança e apoio. A jovem que começou a nadar no Zimbábue anos atrás jamais poderia ter sonhado com este momento", disse Coventry, que destacou o fato de ser a primeira mulher e africana a assumir o cargo. "Estou particularmente orgulhosa de ser a primeira mulher presidente do COI, e também a primeira da África. Espero que esta votação seja uma inspiração para muitas pessoas. O teto de vidro foi quebrado hoje, e estou plenamente ciente das minhas responsabilidades como modelo a ser seguido".
Ex-nadadora de 41 anos, a zimbabuana Kirsty Coventry foi a única mulher entre os candidatos. Conta com um impressionante currículo olímpico (7 medalhas, 2 delas de ouro em 5 edições), experiência governamental como ministra de Esportes e um crescimento exponencial dentro do COI: desde sua entrada em 2013, presidiu a comissão de atletas, ocupa desde 2018 um cargo na comissão executiva, se interessa por questões de finanças e solidariedade olímpica, e dirige a comissão de coordenação dos Jogos Olímpicos de Brisbane-2032.
Ela foi a única mulher na disputa pelo cargo, e superou os seguintes concorrentes: Feisal Al Hussein (Jordânia), David Lappartient (França), Johan Eliasch (Suécia), Juan Antonio Samaranch (Espanha), Sebastian Coe (Reino Unido), Morinari Watanabe (Japão).
Em suas primeiras palavras após a vitória, Kirsty Coventry prometeu manter o COI aberto a inovações e na defesa dos "valores de amizade, excelência e respeito":
"O esporte tem um poder incomparável de unir, inspirar e criar oportunidades para todos, e estou comprometida em garantir que aproveitemos esse poder ao máximo. Com toda a família olímpica, incluindo nossos atletas, fãs e patrocinadores, vamos construir sobre nossas bases fortes, abraçar a inovação e defender os valores de amizade, excelência e respeito. O futuro do Movimento Olímpico é brilhante, e mal posso esperar para começar!".
Após a eleição, o atual presidente do COI, Thomas Bach, parabenizou a nova dirigente:
"Parabéns à Kirsty Coventry pela sua eleição como a 10ª presidente do COI. Recebo calorosamente a decisão dos membros do COI e aguardo uma forte cooperação, especialmente durante o período de transição. Não há dúvida de que o futuro do nosso Movimento Olímpico é brilhante e os valores que defendemos continuarão a nos guiar nos anos vindouros".
Antes da eleição presidencial do COI, a entidade incluiu oficialmente o boxe no programa esportivo da Olimpíada de Los Angeles 2028 após uma votação unânime. No mês passado, a entidade concedeu reconhecimento provisório a World Boxing, nova organização mundial do esporte, o que foi importante para a inclusão da modalidade nos Jogos.
"Agradeço a vocês pela aprovação de ter o boxe de volta. Podemos esperar um grande torneio de boxe", disse o presidente do COI, Thomas Bach.
Em Paris-2024, o boxe foi organizado pelo COI, que retirou o reconhecimento da Associação Internacional de Boxe (IBA) em 2023 por falhas na implementação de reformas em governança e finanças.
Inicialmente, o órgão internacional não incluiu o esporte em LA-2028, uma vez que pediu para as federações nacionais de boxe criarem um novo órgão global de boxe para substituir a IBA. Com mais de 80 federações nacionais como membros, o World Boxing foi lançado em 2023.
Além disso, o COI só autoriza a participação na Olimpíada de Los Angeles de atletas de federações nacionais que já eram membros da World Boxing no início dos eventos de qualificação para os Jogos.
Por questões de governança, finanças, arbitragem e éticas, a entidade suspendeu a IBA, que não participou da organização do boxe na Olimpíada de Tóquio, em 2021, e perdeu seu reconhecimento dois anos depois.