Corinthians assumiu a ponta do ranking de maior dívida do Brasil (Getty Images/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 19 de junho de 2024 às 10h22.
Última atualização em 21 de junho de 2024 às 15h27.
O futebol brasileiro viveu um ano de contrastes em 2023. Enquanto os clubes da Série A do Brasileirão comemoraram o maior faturamento já registrado, impulsionado por acordos de patrocínio, direitos de transmissão e aumento de receitas de bilheteria, o lado financeiro das organizações mostrou um cenário alarmante.
O montante das dívidas dos 20 principais clubes do país atingiu um recorde histórico de R$ 11,7 bilhões. Este crescimento no endividamento reflete uma série de desafios econômicos e administrativos que os clubes enfrentam, incluindo a gestão de altos salários, contratos de jogadores, custos operacionais elevados e a necessidade constante de investimentos em infraestrutura. Embora o aumento de receitas seja um sinal positivo, a capacidade dos clubes de administrar suas finanças de forma eficaz é crucial para evitar crises financeiras futuras e garantir a sustentabilidade do esporte.
O Relatório Convocados, elaborado pela Consultoria Convocados em parceria com a Galapagos Capital e a Outfield, destaca os números alarmantes do endividamento dos clubes brasileiros. Este artigo examina quais são os clubes mais endividados do país e quanto cada um devia em 31 de dezembro de 2023.
Segundo o relatório, os maiores devedores ao final de 2023 foram:
O cálculo da dívida dos clubes não segue uma fórmula única, resultando em divergências nos valores publicados por diferentes fontes. O Relatório Convocados utiliza a seguinte metodologia para calcular o endividamento:
- Empréstimos e Financiamentos: Valores devidos a instituições financeiras.
- Fornecedores: Dívidas com fornecedores de produtos e serviços.
- Valores a Pagar a Clubes e Agentes: Quantias devidas a outros clubes e agentes de jogadores.
- Impostos Parcelados: Impostos em atraso e parcelados.
- Salários, Direitos de Imagem, Encargos Sociais, Impostos e Contribuições: Obrigações trabalhistas e fiscais.
- Adiantamentos: Valores recebidos antecipadamente e ainda não compensados.
- Disponibilidades: Valores disponíveis em caixa e equivalentes que são subtraídos do total de dívidas.
A escalada das dívidas ocorre em um momento em que os clubes também reportam recordes de faturamento. O desafio está em equilibrar receitas crescentes com uma gestão financeira sustentável. O endividamento elevado, se não for bem gerido, pode comprometer a saúde financeira e a competitividade dos clubes no longo prazo.
O cenário financeiro dos clubes brasileiros é complexo e preocupante. Enquanto o aumento das receitas é uma notícia positiva, a gestão eficiente das dívidas é crucial para garantir a sustentabilidade do futebol no país. O relatório sublinha a necessidade de estratégias robustas de controle financeiro e planejamento a longo prazo para que os clubes possam prosperar tanto dentro quanto fora de campo.