Carlos Alcaraz: tentativa de vencer seu primeiro Roland Garros (Christian Liewig - Corbis/Corbis/Getty Images)
Editor de Casual e Especiais
Publicado em 4 de junho de 2023 às 07h00.
Última atualização em 4 de junho de 2023 às 13h25.
DE PARIS. Começa agora a segunda e decisiva semana de Roland Garros, quando os melhores tenistas no saibro disputam as principais colocações no torneio, pontos preciosos para o ranking da ATP, a Associação dos Tenistas Profissionais, e milhões de euros, literalmente.
Este ano a premiação do Grand Slam disputado em Paris bateu um recorde. Serão distribuídos 49,6 milhões de euros no total (cerca de R$ 268,6 milhões), um aumento de 12,3% em relaão a 2022, quando a quantia foi de 43,6 milhões de euros.
O campeão que levantar a Taça dos Quatro Mosqueteiros, uma homenagem aos tenistas franceses que venceram os seis primeiros títulos da Copa Davis nos anos 1920 e 1930, no próximo dia 11 de junho, vai levar para casa 2,3 milhões de euros.
Importante ressaltar. Esse é exatamente o mesmo valor que a vencedora de Roland Garros vai ganhar. Junto com a taça Suzanne Lenglen, a tenista francesa que dominou Roland Garros e Wimbledon entre 1919 e 1926, a campeão do torneio receberá 2,3 milhões de euros, após a final em 10 de junho.
O movimento pela equiparação de premiações nos torneios masculinos e femininos ganhou força nos anos recentes, assim como a distribuição entre as primeiras e as últimas rodadas. O brasileiro Thiago Wild, por exemplo, levou 142.000 euros por chegar até a terceira rodada.
Somente por pisar na quadra, no primeiro jogo, cada tenista da chave principal de simples recebe 69.000 euros, cerca de 373.000 reais. Se ele for proveniente da fase preliminar, como foi o caso de Wild, recebe mais 72.000 euros.
Vale ressaltar que os outros três torneios do Grand Slam, Australia Open, Wimbledon e US Open, pagam pouco mais que o campeonato francês. O aumento da premiação faz parte de um plano de Roland Garros de subir gradativamente os valores em quatro anos. A competição conta com patrocinadores como Rolex, Renault e Lacoste.
Pelo quinto ano consecutivo o torneio francês tem com o apoio da Rolex como patrocinadora oficial e timekeeper. A marca suíça de relógios de luxo vem apoiando o tênis desde 1978 e está presente hoje nos quatro torneios do Grand Slam.
A Rolex patrocina também indivualmente alguns dos melhores jogadores no circuito. No ano passado, a final feminina foi disputada entre duas embaixadoras da marca, a polonesa Iga Swiatek e a americana Coco Gauff.
No masculino, a marca apoia entre outros o atual número um do ranking, Carlos Alcaraz. Nos jogos na quadra Philippe-Chatrier o espanhol tem contado com o apoio da indisciplinada torcida parisiense na tentativa de vencer seu primeiro Roland Garros.
"Gosto muito de vir a Paris", disse Alcaraz. "Jogar para um público tão grande e em grandes estádios era o que eu sonhava. Gosto de enfrentar os melhores tenistas, estou ansioso para melhorar meu jogo e espero avançar ainda mais no torneio do que no ano passado."
Mesmo se comparado à Copa do Brasil de futebol, que é visto como uma competição milionária, a quantia distribuída em Roland Garros continua sendo representativa. O certame brasileiro, organizado pela CBF, repassa aos clubes participantes 420 milhões de reais. No entanto, ela é disputada durante sete meses, de fevereiro a setembro, enquanto Roland Garros dura apenas três semanas, se contarmos o torneio qualificatório.
Já o Brasileirão de 2022 pagou cerca de 450 milhões de reais às equipes, mas também em um período de compromissos bem maior, de abril a novembro.
As altas cifras pagas aos tenistas em um curto espaço de tempo impressionam e são explicadas por Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo e sócio-diretor da Wolff Sports, que acompanha presencialmente o evento em Paris. "Roland Garros é um dos principais eventos de tênis do mundo. Por conta desse destaque, o torneio atrai uma grande receita, seja de televisão, patrocinadores ou produtos licenciados. Essa receita permite um alto faturamento e, consequentemente, possibilita uma premiação expressiva aos participantes”, diz.
"O tênis profissional, em si, já é um esporte que remunera muito bem os seus competidores. É claro que esse valor robusto acaba se tornando uma motivação a mais para os atletas que, além de escrever seu nome na história com o título de um torneio importante, também poderão conquistar uma premiação expressiva", afirma Rogério Neves, CEO da Motbot, plataforma que atua com crowdfunding esportivo, auxiliando clubes a arrecadarem receita para o “bicho” das partidas, valor pago a atletas e comissão técnica quando objetivos esportivos são atingidos.
A aposta nesta semana será para quem serão os dois campeões que vão levar, cada um, os mais de 2 milhões de euros no torneio francês. As apostas estão abertas.
O jornalista viajou a convite da Rolex