Em dezembro de 2013, após a queda, uma série de veículos divulgou o acidente do ex-piloto (Mark Thompson/Getty Images)
Repórter de POP
Publicado em 30 de outubro de 2023 às 08h45.
Última atualização em 30 de outubro de 2023 às 08h45.
O trágico acidente de Michael Schumacher, ex-automobilista alemão de Fórmula 1, é cercado de segredos. À época, em 2013, o ex-piloto teria caído enquanto andava de esqui com o filho e batido a cabeça. A queda, na estação de Meribel, nos Alpes Franceses, o deixou tetraplégico. Mas pouco se soube além disso: a família de Schumacher fez e faz o possível para manter o estado de saúde dele privado.
Para Felix Damm, advogado da família do piloto desde 2008, o motivo de todo o segredo foi motivado pelo comportamento da imprensa sobre o assunto. "Ainda tenho na minha cabeça a imagem de numerosos jornalistas e fotógrafos que durante dias depois do acidente esperaram por informações à porta do hospital de Grenoble", disse ele em entrevista ao portal alemão LTO.
Ele destaca que o comportamento da imprensa foi um dos principais motivos pelos quais a família optou por manter o estado de saúde do piloto em sigilo. "Para aliviar a pressão, as primeiras informações gerais sobre as lesões aconteceram em conferências de imprensa, com os médicos presentes. Na realidade, tratava-se de um conteúdo classificado como privado e aquilo era novo. Até então, a informação sobre assuntos privados era um absoluto tabu", relembrou ele ao LTO.
"Tentámos sempre proteger os assuntos privados. Claro que discutimos como o fazer, se um relatório final sobre o estado de saúde do Michael seria o mais correto. Mas a verdade é que nunca teria sido o relatório final, teria de haver sempre mais, constantemente atualizados", queixa-se o advogado.
Em dezembro de 2013, após a queda, uma série de veículos divulgou o acidente do ex-piloto. O caso tomou repercussão internacional da mídia e, diante da falta de material sobre o estado de saúde do piloto, tornou-se um grande mistério da Fórmula 1.
"A imprensa perguntaria uma e outra vez 'e como é que ele está agora?' Isto durante um mês, dois meses ou até anos depois", acrescentou Felix.
O ex-piloto está hoje em sua mansão em Lake Geneva, na Suíça. Os amigos que o visitam na casa são proibidos pela família — em especial pela esposa dele, Corinna — de manifestar qualquer detalhe sobre a condição física do ex-automobilista. A porta-voz de Schumacher, Sabine Kehm, quando se comunica com a imprensa, traz pouquíssimos detalhes sobre a saúde dele, sempre em contexto positivo.
Em 2013, após a queda, o alemão ficou quase seis meses em coma. Ele foi diagnosticado com traumatismo craniano e edema cerebral. Os relatórios divulgados pela família indicam que o ex-piloto está consciente e se recupera lentamente. Outras fontes próximas ao piloto, como é o caso de Pietro Ferrari, filho do fundador da montadora, declarou que apesar de consciente, Schumacher ainda não consegue se comunicar bem.
"Lamento que falemos dele hoje como se estivesse morto. Ele não está morto, mas não consegue se comunicar", declarou ele ao portal italiano La Gazzetta dello Sport.
Mick Schumacher, filho do alemão e hoje piloto da Mercedes, lamentou não poder trocar figurinhas com o pai.
Em 2015, a família de Michael Schumacher já havia gastado mais de 10 milhões de libras, ou R$ 43,6 milhões, em tratamentos desde que a lenda do automobilismo sofreu o grave acidente.