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Perto de início da temporada 2025, Bortoleto estreia na F1 com grandes marcas

Presença de um brasileiro na categoria principal reabre o leque dos negócios da modalidade e pode reaquecer o mercado

Gabriel Bortoleto: estreia nesta temporada da F1 (Redes Sociais/Reprodução)

Gabriel Bortoleto: estreia nesta temporada da F1 (Redes Sociais/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 13 de março de 2025 às 14h12.

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Gabriel Bortoleto consolidou um ano de 2024 acima da expectativa ao garantir o título da Fórmula 2, principal categoria abaixo da principal, e será um dos pilotos principais da Sauber, fazendo com que o Brasil volte a ter um representante depois de sete anos.

A primeira prova da temporada se inicia neste próximo final de semana em 16 de março, no Circuito de Melbourne, na Austrália.

A última vez que um piloto brasileiro representou o país como titular foi Felipe Massa, em 2017, quando anunciou a aposentadoria. Em 2020, Pietro Fittipaldi correu as duas últimas provas, mas em substituição a Romain Grosjean, que se aposentou após um grave acidente no Bahrein.

Com apenas 20 anos, Bortoleto teve uma ascensão meteórica na profissão, tendo estreado com carros em 2020, após pilotar no kart. Chegou à F4 italiana, e em 2023 sagrou-se campeão em sua primeira temporada pela Fórmula 3, o que o levou a ter uma vaga na Fórmula 2 nesta temporada.

Além da expectativa pela estreia, Bortoleto também tem se destacado fora das pistas. Até então, ele já fechou com quatro grandes patrocinadores, casos da Kit Kat, Banco de Brasília (BRB), da Porto e do Boticário. E o que isso pode representar, na prática, para o mercado brasileiro, tanto para os patrocinadores, incluindo os do próprio piloto, e também para as marcas, com o retorno de um piloto brasileiro à F1? Especialistas respondem.

“Embora a Sauber não tenha um histórico de vitórias e não deva disputar as primeiras posições do grid imediatamente, a presença de Gabriel Bortoleto atrairá a atenção do público brasileiro. Ter um piloto nacional de volta à Fórmula 1, especialmente em uma equipe que se transformará com a entrada da Audi em 2026, inaugura um novo capítulo para o Brasil na categoria mais desejada do automobilismo. Essa presença pode reacender o interesse dos fãs e atrair novas marcas, que veem potencial em apoiar um talento nacional, criando uma conexão única com o público. Gabriel representa uma oportunidade de conexão e inspiração, independentemente da posição que a Sauber ocupa no grid", explica Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

"Acredito que pode representar um divisor de águas para o país, tanto no despertar do público brasileiro, que gosta e consome F1, mas estava adormecido nesses últimos anos, apesar da alta demanda no GP do Brasil, quanto para as marcas e negócios, diretos e indiretos, que podem capitalizar em torno da presença de um brasileiro de volta à modalidade", afirma Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport, agência de marketing esportivo que comercializa pacotes para o GP de Fórmula 1 no Brasil.

“O povo brasileiro é fanático pela F1. Quantos domingos aguardamos para ver grandes ídolos nacionais como Senna, Piquet e Fittipaldi? Após nos acostumarmos a acompanhar os brasileiros na modalidade, ficamos sete longos anos sem um representante na categoria. Gabriel Bortoleto surge como um grande talento e renova a expectativa do povo brasileiro em relação à F1. O termômetro também pode ser sentido no mercado publicitário. A Globo tentou retomar os direitos de transmissão da modalidade, porém a Band exerceu o contrato vigente", explica Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

"Vale destacar que, mesmo sem pilotos brasileiros no grid, o Grande Prêmio de São Paulo em Interlagos continua a ser um sucesso de público. Em 2024, o evento registrou um recorde de 291.677 espectadores ao longo dos três dias de atividades, demonstrando a paixão inabalável dos brasileiros pela Fórmula 1. A presença de Bortoleto tem o potencial de amplificar ainda mais esse engajamento, fortalecendo a conexão entre o país e o esporte", complementa Ivan Martinho.

"A chegada de pilotos estreantes à Fórmula 1 desencadeia uma vasta gama de oportunidades comerciais. Cada novo talento traz consigo uma narrativa única, pronta para ser capitalizada pelas marcas. Esses novatos não apenas têm o potencial de atrair patrocinadores inéditos, mas também de gerar conteúdo exclusivo e amplificar o valor midiático do esporte. No contexto global da F1, a diversificação do grid traduz-se em expansão de mercados, multiplicação de parcerias e, consequentemente, amplia o horizonte de crescimento para todo o ecossistema da categoria", aponta Ricardo Bianco Rosada, fundador da consultoria brmkt.co que atua nas áreas de Estratégia, Branding, Marketing e Desenvolvimento de Negócios.

Para Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, a ascensão de Gabriel Bortoleto, de 20 anos, também tem sido um catalisador desse interesse juvenil no Brasil. "O sucesso da F1 na geração Z se deve à estratégia de explorar os bastidores e criar experiências imersivas nas redes sociais. "Isso cria uma conexão emocional com o público. O TikTok é um grande impulsionador dessa interação."

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