Redação Exame
Publicado em 2 de março de 2025 às 17h26.
Um levantamento do site Sambafoot elencou os dez times que mais exportaram atletas nos últimos cinco anos, e dois times aparecem entre os destaques: Palmeiras, com 73 vendas, e Internacional, com 65. Contemplam o Top-10 Botafogo e Corinthians, com 58 vendas cada, Flamengo, com 56, Atlético-MG, com 50, Santos, com 49, Cruzeiro, com 48, Fluminense, 47, e São Paulo, 44.
No Palmeiras, as maiores negociações aconteceram recentemente com a ida do atacante Endrick para o Real Madrid, por valores que podem chegar a 72 milhões de euros e se transformarem na maior venda do futebol brasileiro da história; o atacante Estevão, vendido para o Chelsea por 61,5 milhões de euros, e embarca para a Inglaterra após a disputa do Super Mundial, em meados de 2025, e o zagueiro Vitor Reis, por 40 milhões de euros, na maior transação da história de um defensor do futebol brasileiro.
“Foi uma negociação que envolveu muito cuidado e critério entre todas as partes, de muita complexidade, inclusive o contato do Vitor com o staff e com o próprio Guardiola para que ele pudesse entender a expectativa que o clube tinha para ele. É esse exemplo que queremos levar a outros profissionais que estão conosco, e tenho certeza que é apenas o início do surgimento de várias novas histórias", afirma Claudio Fiorito, CEO da P&P Sport Management, que atende o jogador desde os primeiros passos na carreira.
Além deles, outros quatro jogadores renderam excelentes lucros, casos do meia Luís Guilherme, que partiu para o West Ham-ING (30 milhões de euros), o volante Danilo, que seguiu para o Nottingham Forrest-ING (20 mi de euros), o meia-atacante Artur, vendido ao Zenit-UCR (18 mi de euros), e o atacante Kevin, que seguiu para o Shakhtar Donetsk-UCR (15 mi de euros).
"Além das transferências dos maiores destaques jovens dos principais clubes brasileiros para os mais ricos da Europa, ainda veremos uma quantidade enorme de jovens atletas, que não se destacam ou mesmo que não atuam nas equipes principais dos clubes, deixando o Brasil. Nosso mercado tem uma "indústria" de grande porte, de formação de atletas, já estabelecida, e com vários novos entrantes a cada ano, que não vê, "na outra ponta", crescer o número de clubes capazes de remunerar bem tantos atletas que vem sendo formados", explica Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.
Já o Internacional negociou recentemente uma das suas principais joias, o atacante Gabriel Carvalho, de apenas 17 anos, ao Al Qadisiyah (SAU), por valores que podem chegar a US$ 22 milhões (R$ 136,3 milhões), se tornando a segunda maior transferência do clube gaúcho. A primeira ainda é a do atacante Yuri Alberto, que no início de 2022, o negociou por 25 milhões de euros (R$ 150 milhões na época) ao Zenit, da Ucrânia. Outra negociação expressiva aconteceu na última temporada, com a venda do meia Maurício ao Palmeiras, por 10,5 milhões de euros.
“O Internacional tem trabalhado com um modelo sólido de formação e valorização dos seus ativos, e os números refletem isso. Estar entre os clubes que mais exportaram atletas nos últimos cinco anos é um indicativo da competência e da seriedade do trabalho desenvolvido. As recentes negociações, como a do Gabriel Carvalho, reforçam a capacidade do clube de preparar talentos e colocá-los no cenário internacional com reconhecimento e valorização", explica José Olavo Bisol, vice-presidente de futebol do Internacional.
Segundo o levantamento, o Brasil também segue como líder entre os países que mais exportaram jogadores, ficando em primeiro lugar no Relatório Global de Transferências da Fifa em 2024, com 1.289 jogadores negociados. É seguido pela França, com 1.033, Argentina, com 905, Inglaterra, com 535, e Espanha, com 458.
"Se considerarmos o número de atletas oriundos dos 40 principais formados do país, que a cada ano ficam impedidos, pela idade, de atuar nas categorias de base deles, veremos que algumas centenas de jovens de 21 anos são disponibilizados no mercado brasileiro, sem perspectiva de colocação, o que tem forçado grandes clubes a já buscarem alternativas de direcionamento já quando esses atletas estão prestas a completar 19 anos, tentando transformar a cedência deles em ativos secundários. É comum um grande clube direcionar uma dúzia de jovens sem que seus torcedores se preocupem com esse processo, por não serem atletas de destaque", complementa Freitas, da Roc Nation Sports.