BASE jumping é um dos esportes mais perigosos e mortais praticados atualmente. (Cavan Images/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 26 de julho de 2024 às 20h00.
Quando se fala em esportes, geralmente pensamos em atividades físicas que promovem a saúde e o bem-estar. A prática esportiva está associada a uma série de benefícios, desde o fortalecimento do sistema cardiovascular até a melhora do humor e a promoção da socialização. No entanto, nem todos os esportes são seguros e algumas modalidades, por sua própria natureza, carregam riscos significativos para a saúde e a vida dos atletas. Enquanto muitos buscam no esporte uma forma de manter-se ativos e saudáveis, outros são atraídos pela adrenalina e o desafio de atividades que testam os limites físicos e psicológicos do ser humano. A lista foi produzida pelo site americano Lines.com.
Em diversos esportes de alta intensidade, os praticantes enfrentam situações extremas que podem resultar em graves lesões e até mesmo na morte. Esses esportes, que variam de escalada de montanhas a saltos em queda livre, exigem não apenas uma excelente forma física, mas também um conhecimento técnico profundo e um respeito constante pelos riscos envolvidos. A combinação de velocidade, altura, profundidade e forças da natureza pode transformar o que deveria ser uma atividade prazerosa em um cenário de perigo iminente.
Se as corridas de carros são perigosas, a versão com motocicletas, motocross e corridas de motos, é ainda mais arriscada. Nessas corridas, os pilotos atingem velocidades de até 200 km/h usando apenas um macacão de couro para proteção. As competições de motocross, por outro lado, envolvem percursos em terrenos naturais acidentados, com obstáculos que podem facilmente causar quedas e lesões graves. A velocidade e a imprevisibilidade do terreno tornam esse esporte extremamente perigoso. Um exemplo trágico é o de Marco Simoncelli, piloto de MotoGP que faleceu em 2011 após um grave acidente no Grande Prêmio da Malásia.
Chamado de "nobre arte", o boxe coloca dois atletas em um ringue para lutar por até 12 rounds de três minutos. Os boxeadores usam luvas que, ao invés de minimizar os impactos, na verdade aumentam o peso dos golpes, tornando-os ainda mais perigosos. Desde o final do século XIX, mais de 1.500 mortes relacionadas ao boxe foram registradas. Apenas na última década, pelo menos 20 mortes foram reportadas devido a lesões sofridas durante lutas. Um exemplo recente é Patrick Day, que faleceu em 2019 após sofrer uma lesão cerebral durante uma luta.
Escalada em rocha sem cordas ou qualquer equipamento de proteção é uma das atividades mais perigosas que se pode tentar. Apenas um movimento errado pode significar a morte ou uma lesão grave e permanente. Esse esporte atrai aqueles que buscam desafiar os limites e experimentar a natureza em seu estado mais puro, mas a margem de erro é mínima. Em 2017, o famoso alpinista Ueli Steck morreu enquanto treinava para uma escalada no Everest sem o uso de cordas.
Embora as fatalidades no paraquedismo sejam menos frequentes do que muitas pessoas imaginam, o risco de morte está sempre presente. Problemas com o equipamento ou erros humanos podem ser fatais. Além disso, o próprio estresse físico de saltar de um avião pode causar problemas como ataques cardíacos. Um caso notável é o de Ian Flanders, um paraquedista e BASE jumper que morreu em 2015 após seu paraquedas não abrir corretamente durante um salto na Turquia.
O wingsuit flying é semelhante ao paraquedismo, mas com o traje especial que permite aos praticantes "voar" antes de abrir o paraquedas. Essa prática aumenta a distância e a duração do voo, mas também eleva o risco. Voar perto de montanhas ou penhascos pode ter consequências fatais. Desde 2002, mais de 170 mortes foram registradas nesse esporte. Um exemplo é o de Dean Potter, um famoso wingsuit flyer que morreu em 2015 durante um salto no Parque Nacional de Yosemite.
O montanhismo em alta altitude, especialmente nos picos dos Himalaias, é uma das atividades mais desafiadoras e mortais. A chance de morte ao tentar escalar os picos mais altos do mundo é de cerca de 10%. Entre as quase 300 pessoas que morreram no Everest, as causas incluem avalanches, quedas, crevasses e a falta de oxigênio em altitudes extremas. Um exemplo trágico é o de Rob Hall, um experiente alpinista que morreu durante a desastrosa temporada de 1996 no Everest.
O BASE jumping envolve saltar de prédios, antenas, pontes e penhascos, com apenas um paraquedas para desacelerar a queda. Desde 1981, quando começaram a registrar as mortes, quase 450 pessoas morreram praticando esse esporte. Em 2016, o ano mais mortal já registrado, 37 pessoas morreram em acidentes de BASE jumping. Um exemplo é o de Valery Rozov, um BASE jumper russo que morreu em 2017 após um salto no Himalaia.