As análises contemplam as principais competições globais nos últimos oito anos, no período entre 2016 e 2023 ( Artur Widak/NurPhoto/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 24 de julho de 2024 às 15h38.
Dados da Sports Value apontam que o faturamento com o ciclo dos Jogos Olímpicos de Paris deve movimentar US$ 11,5 bilhões de euros, ultrapassando o montante dos Jogos de Tóquio, em 2020, que chegaram a US$ 10,8 bilhões. Apesar do crescimento, os números estão abaixo do que as duas principais liga norte-americanas, a NFL, de futebol americano, com faturamento de US$ 19,2 bilhões, e a MLB, de beisebol, com US$ 11,6 bilhões.
Cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris será a primeira fora de um estádio; veja como vai serUm dado que chama a atenção é que dos dez eventos mais rentáveis do mundo, quatro são da liga norte-americana: além da NFL (futebol americano) e MLB (beisebol) citadas acima, a NBA aparece na 4a posição, com US$ 10,6 bilhões de faturamento, e a NHL (hóquei sobre o gelo) na 6a posição, com US$ 6,4 bilhões.
"Se por um lado as Olimpíadas se apropriaram dos principais símbolos nacionais - as bandeiras dos países, para rentabilizar transmissões de eventos com vários atletas consagrados, é um evento que exige enorme mobilização de recursos para sua realização, geralmente ineficiente, e que também financia diversas modalidades que não são do interesse do público nos países mais ricos do mundo. É uma competição que tem elementos extremos de máxima e mínima eficiência. Já as ligas norte-americanas são destinadas ao público mais rico do mundo, e por completo formatadas, e somente para o que é mais rentável", analisa Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.
As análises contemplam as principais competições globais nos últimos oito anos, no período entre 2016 e 2023.
"Atualmente, a maioria dos brasileiros espera um posicionamento das marcas quanto às questões sociais, à diversidade e inclusão. Marcas são porta-vozes do que, muitas vezes, governos não conseguem ser. Eventos esportivos de ampla repercussão - como as Olimpíadas - deveriam ser arena para uma publicidade que, além de entreter, seja útil. A grande ideia na publicidade não tem mais espaço para ser inócua ou com significado apenas para o consumo. Tais oportunidades permitem que as marcas se conectem com as pessoas de modo inovador, significativo e funcional, tornando-se agentes e até protagonistas de mudança", analisa Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma.
Entre os eventos futebolísticos, o destaque fica para a Premier League, que cresceu de US$ 5,3 bilhões em 2016 para US$ 7,2 bilhões em 2023.
Outro crescimento acintoso veio da NBA, que ao expandir seus negócios para outros mercados, como o europeu e o asiático, passou de US$ 8,8 bilhões em 2019 para US$ 10,6 bilhões em 2023.
“O entretenimento nos esportes americanos mantém o público conectado ao show. Grande parte do marketing relacionado às franquias e a própria liga passam pela adaptação ao momento vivido. Nos últimos anos, a NFL tem sido especialista nisso. A evolução digital e a migração para as mídias sociais são situações que o esporte teve de passar, e, pelos recentes resultados, têm demonstrado um bom progresso”, aponta Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo.