NFL no Brasil: futebol americano deve voltar para São Paulo em breve (Pedro Consoli/Exame)
Redator da Faculdade Exame
Publicado em 17 de outubro de 2024 às 19h11.
Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 09h33.
Duas horas. Esse foi o tempo necessário para os mais de 47 mil ingressos disponíveis para o jogo entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, que aconteceu pela primeira vez na história na cidade de São Paulo, na Neo Química Arena, se esgotarem.
Movimentando mais de 62 milhões de dólares (cerca de R$ 351 milhões, na cotação atual), o primeiro jogo da NFL no Brasil foi um testamento para o tamanho do futebol americano no país. 90% do público presente na Arena Corinthians era brasileiro ou sul-americano. Torcedores vindo de todos os 26 estados e também do Distrito Federal ocuparam as arquibancadas. 5,6 mil fãs vieram dos Estados Unidos direto para o Brasil só para assistir à partida, segundo pesquisa do Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris.
Quem não foi ao estádio, foi ao Parque Villa-Lobos: o NFL Experience atraiu mais de 25 mil pessoas, principalmente famílias e crianças.
Com 14 patrocinadores, entre globais e nacionais, e três emissoras oficiais, pode-se dizer que o evento no Brasil foi um sucesso. E a expectativa de Peter O'Reilly, executivo internacional da NFL, é retornar para a Arena Corinthians já no ano que vem.
Até houve interesse de outras cidades brasileiras em receber uma partida de futebol americano, mas O'Reilly descreveu a parceria da Liga com São Paulo como "muito boa", em coletiva à imprensa na última quinta-feira (17).
"Estamos energizados com toda a experiência de São Paulo e a resposta de ambos os times [Eagles e Packers] foi extremamente positiva" disse ele. A ideia é fazer apenas um jogo por ano, sem confirmar mais partidas para além de 2025. "Não deixamos de considerar múltiplos jogos, mas nosso objetivo é voltar para uma única partida em 2025."
Vale ressaltar que O'Reilly não confirmou a volta para o Brasil em nenhum momento, só deixou claro que o Brasil está nos planos da NFL. O executivo disse que a Liga "ainda está finalizando" a análise desta partida, antes de planejarem o ano que vem.
O show do intervalo, protagonizado por Anitta, servirá de exemplo e inspiração para os próximos jogos internacionais da Liga. "Queremos criar essa experiência de 'mini-Super Bowl' em todos os jogos internacionais, porque foi uma coisa que funcionou muito no Brasil," acrescentou o executivo.
A ideia da NFL é transformar o futebol americano em um esporte global, com pelo menos oito jogos internacionais anualmente. As estabelecidas Londres e Munique já estão confirmadas para o ano que vem, juntamente com Madrid, que aparece como novidade. São Paulo e Cidade do México estão no radar, mas os mexicanos só devem voltar a receber jogos quando a reforma do Estádio Azteca for concluída, prevista para o final do ano que vem.
Durante a coletiva, O'Reilly revelou, em primeira mão, dados sobre o impacto econômico da NFL em Londres, que recebe jogos de futebol americano há 17 anos. Desde 2007, mais de US$ 2 bilhões foram movimentados pelos mais de três milhões de torcedores presentes nas arquibancadas ao longo do período.
Em Munique, a demanda deste ano está mais alta do que na partida de estreia do ano passado, que contou com Tom Brady, ex-marido de Gisele Bündchen e agora sócio minoritário do Las Vegas Raiders. Em 2023, foram 430,7 milhões de reais movimentados na cidade alemã.
Apesar da vontade em expandir mundialmente, a NFL descarta um Super Bowl fora dos Estados Unidos, pelo menos no futuro próximo.
"Há muita demanda de cidades americanas. Nossa ideia é focar em mercados estratégicos, como o Brasil, e proporcionar uma experiência completa para os fãs estrangeiros da NFL," finalizou.