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NFL quer mudar modelo de negócio "familiar" de times — e quem ganha é Wall Street

Alto valor das franquias pode incentivar a entrada de bilionários do Vale do Silício ou de Wall Street

Em 2023, um time da NFL valia em média US$ 5,1 bilhões (Mark Goldman/Getty Images)

Em 2023, um time da NFL valia em média US$ 5,1 bilhões (Mark Goldman/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 4 de março de 2024 às 06h22.

A ideia de ser dono de um time na NFL é bem diferente quando comparamos com franquias de outros esportes nos EUA. Quando se pensa na NBA, os jogadores vêm à mente antes dos proprietários. Mas, na NFL, o rosto do dono de um time costuma ser tão familiar para os torcedores quanto o de qualquer jogador.

A maioria dos proprietários tem uma longa história com suas equipes. Geralmente os times são de famílias e passados de geração para geração.

De acordo com o Business Insider, isso pode mudar à medida que a liga se aproxima de abrir suas portas para uma série de investidores institucionais, incluindo empresas de private equity, fundos de capital de risco e, potencialmente, fundos soberanos.

Por que a NFL está considerando essa possibilidade? As estimativas de valor dos times estão disparando, elevando a barreira de entrada para todos, exceto para os mais ricos incluindo os bilionários do Vale do Silício e os magnatas de Wall Street.

Em 2023, um time da NFL valia em média US$ 5,1 bilhões, um aumento de 14% em relação ao ano anterior, de acordo com a Forbes. O Washington Commanders é um excelente exemplo de como a avaliação de preço mudou - o bilionário Josh Harris comprou a equipe por US$ 6,05 bilhões em julho.

A NFL há muito tempo incentiva o modelo de propriedade familiar, mas parece que os executivos estão começando a perceber que os valores altíssimos estão tornando mais difícil para os proprietários manterem essas equipes dentro de seus núcleos. Alterar as regras para permitir que mais proprietários invistam nas equipes poderia ajudar as famílias da NFL a se beneficiarem dos valores crescentes das equipes sem perder o controle.

Outro motivo pelo qual as regras de propriedade podem mudar é que não há proprietários negros controladores na NFL (há menos de 12 bilionários negros nos Estados Unidos, segundo dados da Forbes). Algumas equipes, como o Denver Broncos, têm proprietários negros, incluindo Mellody Hobson, Condoleezza Rice e Lewis Hamilton, mas eles não controlam as operações da franquia.

O tema certamente será alvo de debates quando os executivos de todas as 32 equipes da NFL se reunirem no encontro anual da liga em Orlando, em algumas semanas. Espera-se que os proprietários discutam como o modelo poderia ser, quem poderia ser afetado e como ele poderia impactar a diversidade de donos das franquias.

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