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Neymar no Santos: como o clube vai pagar o craque?

Com dívida de R$ 605,7 milhões, clube aposta em marketing, patrocínios e modelo variável de remuneração para trazer o craque

 (Wikimedia Commons/Reprodução)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 12h06.

Última atualização em 27 de janeiro de 2025 às 13h14.

O Santos Futebol Clube, enfrentando uma crise financeira histórica, está elaborando um plano ambicioso para o retorno de Neymar em 2025.

O jogador, atualmente no Al-Hilal, da Arábia Saudita, tem contrato até junho do mesmo ano, com um salário anual estimado em impressionantes 100 milhões de euros.

Em um ano, Neymar custou ao Al-Hilal aproximadamente 190 milhões de euros, o equivalente a R$ 1,143 bilhão. Esse investimento astronômico reflete-se diretamente no desempenho do jogador em campo. Cada gol marcado por Neymar custou cerca de R$ 1,143 bilhão para o clube, enquanto cada assistência realizada pelo craque teve um valor estimado de R$ 571,5 milhões, segundo estimativas.

Embora o custo de trazer Neymar esteja muito acima da realidade econômica do Santos, a diretoria acredita que o impacto financeiro e esportivo do retorno do craque justifica o investimento, segundo informações divulgadas no domingo, 26.

Para pagar o salário e também viabilizar a chegada do craque ao time, o Santos pretende adotar um conjunto de medidas estratégicas que combinam parcerias comerciais robustas, aumento de receitas e criatividade contratual.

Como o Santos pretende bancar a volta de Neymar

Parcerias comerciais e patrocínios

O Santos já iniciou negociações com potenciais parceiros comerciais para bancar o alto salário do jogador, segundo o site BolaVip.

A empresa Blaze desponta como possível patrocinadora principal, além da expectativa de atrair grandes marcas interessadas na associação com a imagem de Neymar. A diretoria aposta na força midiática do atleta para gerar um fluxo robusto de receitas.

Redistribuição de receitas

Para reforçar o caixa, o clube planeja redirecionar verbas provenientes de contratos de cotas televisivas e programas de sócio-torcedor, de cordo com o Globo Esporte. A volta de Neymar deve impulsionar significativamente a adesão de torcedores e as vendas de produtos oficiais, como camisas personalizadas.

Modelo de remuneração variável

O contrato proposto ao jogador deve incluir uma parte fixa, alinhada à capacidade orçamentária do Santos, e uma parte variável, baseada em desempenho esportivo e metas de marketing. Neymar também poderá lucrar com direitos de imagem e participação em campanhas publicitárias, segundo o site MixVale.

O marketing como motor financeiro

A equipe liderada por Armênio Neto, chefe do departamento de marketing, está desenvolvendo estratégias similares às que mantiveram Neymar no Santos até a conquista da Libertadores em 2011, de acordo com o Globo Esporte. O clube projeta um aumento de receita anual entre R$ 40 milhões e R$ 60 milhões graças ao impacto midiático do jogador.

A crise do Santos

Em 2019, o Santos registrou um endividamento de R$ 420 milhões, marcando o início de um agravamento financeiro significativo. Em 2020, a dívida saltou para R$ 578 milhões, aumento de R$ 158 milhões em relação ao ano anterior, devido à aquisição do jogador Christian Cueva (R$ 36 milhões), obrigações trabalhistas e tributárias, além de um déficit de R$ 119,8 milhões.

Em 2021, a gestão buscou estabilizar as contas, mas a dívida com o presidente Andres Rueda atingiu R$ 17,6 milhões. Apesar disso, o clube conseguiu registrar um superávit de R$ 43 milhões, representando um alívio parcial. No ano seguinte, 2022, o endividamento permaneceu em R$ 578 milhões, evidenciando um controle, mas sem avanços significativos na redução das dívidas.

Em 2023, a crise se agravou. A dívida subiu para R$ 602,6 milhões (4% mais que em 2022), enquanto o rebaixamento para a Série B impactou severamente as receitas, com perdas em cotas de televisão e exclusão de competições como a Copa do Brasil. A dívida de curto prazo alcançou R$ 270 milhões, aumentando a pressão sobre o orçamento.

Atualmente, em 2025, o Santos enfrenta um endividamento de R$ 605,7 milhões, sendo o décimo clube mais endividado do Brasil. Os principais credores incluem o Banco Safra (R$ 54 milhões) e a Federação Paulista (R$ 30 milhões). O clube também possui dívidas com outros times por contratações de jogadores. Como parte das estratégias para enfrentar a crise, o Santos planeja a venda de atletas, com a meta de arrecadar R$ 100 milhões, reformulação do programa de sócio-torcedor e organização de excursões e amistosos para aumentar as receitas.

O rebaixamento à Série B em 2024 aprofundou as dificuldades financeiras. A volta de Neymar não é apenas um sonho para os torcedores, mas também uma estratégia para redefinir os rumos do clube. Para a diretoria, o craque não apenas trará vitórias, mas também uma revolução financeira e institucional.

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