Penalidade Máxima: vale lembrar que[grifar] os jogadores incluídos nesta lista não são necessariamente investigados (Fernando Torres/CBF/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 10 de maio de 2023 às 15h31.
Última atualização em 10 de maio de 2023 às 16h04.
Conversas entre apostadores investigados no esquema de manipulação de partidas alvo da Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás (MP-GO), revelam citações a uma série de jogadores das séries A e B do Brasileiro, como Leo Realpe (Bragantino), Maurício (Internacional) e Alef Manga (Coritiba). Max Alves, atleta do Colorado Rapids, da MLS, é outro citado.
"O Globo" teve acesso aos registros da investigação. Nelas, os investigados conversam sobre "nomes certos", pagamentos, ventilam os nomes de outros atletas e pedem sigilo. Bruno Lopez de Moura, apontado como o chefe do esquema pelo MP-GO, aparece como "BL". Já Thiago Chambó, apontado como um dos principais financiadores do grupo, é identificado como TH CH.
Vale lembrar que os jogadores incluídos nesta lista não são necessariamente investigados, denunciados ou suspeitos no âmbito do esquema. Estas são apenas citações dos apostadores. As investigações posteriores cabem ao próprio MP-GO e demais autoridades correlatas.
Os jogadores são citados por apostadores como "confirmados" como parte de uma aposta múltipla (casada) realizada em setembro de 2022.
Os nomes dos atletas aparecem em lista dos apostadores para combinação de jogos num fim de semana de outubro de 2022. Bruno Lopez diz que os nomes estão "mais ou menos certos".
Em outro trecho, um dos apostadores diz que conversou com Rafael Vaz sobre uma substituição no intervalo de uma partida. Ele diz que "já tava tentando trazer o Vaz para nós" há semanas.
"Tava só trocando ideia aqui, realmente o Lisca trocou no vestiário, pelo Rafael Vaz, por causa do campo estava molhado e o Rafael Vaz é melhor nas bolas longas, aí trocou no vestiário. Aí realmente fui confirmar com o Vaz aqui, que eu tenho acesso ao Vaz aqui com um brother aqui, e o Vaz confirmou a mesma coisa, já tava tentando trazer o Vaz já pra nós aqui já tinha umas semanas aqui já, eu e o Vaz troca ideia de boa, ele falou que realmente foi isso".
Realpe também aparece em uma planilha com nomes de jogadores envolvidos em três dias de operação de apostas, com valores incluindo sinais e pagamentos
Os dois jogadores aparecem em prints que constam no processo. Jesus Trindade consta como "fechado". E, em mensagens seguintes, Thonny Anderson é mencionado como a pessoa supostamente responsável por cooptar o então companheiro de time. Trindade também aparece na planilha com valores que supostamente seriam pagos aos atletas.
Os três aparecem como nomes "confirmados" em conversa entre os apostadores, em lista separada a de nomes que constam como "confirmados e pagos". "Off total nos nomes ai rapaziada", pede Bruno Lopez.
Quando ainda atuava pelo Houston Dynamo-EUA, o lateral foi abordado por um dos apostadores com uma oferta para receber um cartão amarelo. Ele responde que está fora da partida.
Em outra conversa, desta vez entre apostadores, o lateral é citado como um dos jogadores dos quais Bruno Lopez aguarda resposta. Assim como Matheus Vargas, ex-Fortaleza e hoje no Sport.
Os atletas que topassem se envolver em lances manipulados visando a ganhos em apostas esportivas poderiam receber até R$ 80 mil. Segundo o documento, que cita nomes de novos atletas, que ainda não haviam aparecido anteriormente, os apostadores previam sinais (pagamentos parciais antecipados) de R$ 10 mil a R$ 50 mil em cada operação. Os valores totais variam entre R$ 50 mil e 80 mil.
A planilha inclui os nomes Vitor Mendes, Nino Paraíba e Paulo Miranda, que já haviam sido citados em outros trechos da investigação. As operações aconteceram nos dias 17 e 18 de setembro e 16 de outubro do ano passado. Em cada uma delas, os apostadores se organizam por valores já pagos, outros em aberto e alguns já concluídos.