Daniel Alves mudou a versão sobre o crime diversas vezes (Eric Verhoeven/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 5 de fevereiro de 2024 às 07h37.
Preso provisoriamente desde janeiro de 2023, o ex-jogador de futebol Daniel Alves começou a ser julgado na manhã desta segunda-feira, 5, na Espanha. Ele foi acusado de ter estuprado uma mulher de 23 anos em uma boate em Barcelona. O julgamento deve durar até quarta-feira, 7.
O pedido do Ministério Público espanhol é de nove anos de prisão, e a defesa da suposta vítima pede 12 anos. O ministério também pede indenização de 150 mil euros (cerca de 804 mil reais) para a jovem e mais uma década de liberdade supervisionada.Na Espanha, a condenação de crimes sexuais pode chegar a 15 anos.
Nesta segunda, o Alves deve dar o seu depoimento, assim como outras 6 testemunhas que estavam na discoteca quando o suposto crime aconteceu, em 30 de dezembro de 2022. Outras 22 pessoas presentes no local devem falar amanhã. As testemunhas foram indicadas tanto pela defesa do jogador quanto pela acusação.
A suposta vítima falará a portas fechadas, de maneira a preservar sua identidade.
Já a última sessão, na quarta, incluirá trâmites periciais, entregas de relatórios e a conclusões. Não há, no entanto, previsão para divulgação da sentença, que será proferida pela juíza Isabel Delgado Pérez.
Enquanto isso, Daniel Alves vai aguardar a decisão preso, e não tem direito à fiança.
O ex-jogador do Barcelona, do PSG e da Seleção Brasileira nega o crime e diz que as relações foram consensuais. Enquanto isso, a jovem alega que foi estuprada no banheiro da boate Sutton, em Barcelona, na madrugada de 30 para 31 de dezembro de 2022. Alves estaria acompanhado de um amigo, e a suposta vítima estaria com um primo e um amigo.
Eles teriam se conhecido naquela noite, e, após dividirem champanhe, Alves teria convidado a mulher para uma área exclusiva, onde está localizado o banheiro onde a suposta agressão ocorreu.
Segundo o ministério, quando chegaram ao local, “a vítima solicitou reiteradamente que a soltasse, que queria sair dali, e o arguido não permitiu”, indica o documento, que refere que ela viveu uma “situação de angústia e terror”.
Depois de cuidados médicos, quando foram verificadas evidências físicas do depoimento da suposta vítima, a jovem reportou o suposto episódio às autoridades em 2 de janeiro.
Alves inicialmente negou conhecer a garota, mas mudou de versão sobre o caso diversas vezes, e, por último, admitiu relações consensuais, e que estava sob efeito de álcool. Em janeiro, a mãe de Daniel Alves publicou um vídeo com imagens da mulher na internet, apesar da identidade dela estar sob sigilo judicial.