Copa 2018: Human Rights Watch informa que 17 operários morreram nas obras dos estádios da Copa do Mundo (Maxim Shemetov/Reuters)
AFP
Publicado em 14 de junho de 2017 às 09h15.
Os operários que trabalham na construção dos estádios da Copa do Mundo da Rússia-2018 são vítimas de "abusos e de exploração", acusou nesta quarta-feira a ONG internacional Human Rights Watch (HRW).
"Os operários que constroem os estádios da Copa do Mundo são vítimas de abusos e de exploração, e a Fifa ainda não demonstrou sua capacidade de vigiar de modo eficaz, impedir e remediar os problemas", denuncia Jane Buchanan, diretora da HRW para a Europa e Ásia central, em um relatório publicado nesta quarta-feira.
A HRW afirma que visitou sete obras de estádios do Mundial e constatou irregularidades em seis deles, especialmente com "salários não pagos ou atrasos de salários de vários meses, trabalho a temperaturas inferiores a 25 graus negativos sem proteção suficiente e a ausência de contratos legais".
"Os trabalhadores entrevistados pela Human Rights Watch indicaram que tinham medo de falar e que temiam represálias dos empregadores", completa a ONG.
A Human Rights Watch informa que 17 operários morreram nas obras dos estádios da Copa do Mundo.
"A Fifa compartilha o objetivo da HRW de garantir condições de trabalho decentes nos locais de construção dos estádios do Mundial", respondeu a entidade em um comunicado enviado à AFP.
"Apesar da ausência de relações contratuais com as empresas de construção", a Fifa afirma que vai "além do que qualquer federação esportiva fez até hoje para levar em consideração as questões relativas aos direitos humanos e trabalhistas".