Esporte

Flamengo recebe a chave do terreno do Gasômetro para construir estádio

Para especialistas, novo estádio vai potencializar receitas e negócios, além do turismo

Entrega da chave do novo estádio ocorreu de forma simbólica, em encontro que reuniu o presidente Rodolfo Landim, o presidente da República, Lula e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (Marcelo Cortes / CRF/Divulgação)

Entrega da chave do novo estádio ocorreu de forma simbólica, em encontro que reuniu o presidente Rodolfo Landim, o presidente da República, Lula e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (Marcelo Cortes / CRF/Divulgação)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 3 de outubro de 2024 às 20h08.

Última atualização em 3 de outubro de 2024 às 20h09.

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O Flamengo recebeu nesta quinta-feira, 3, a chave do terreno do Gasômetro, local onde será construído o novo estádio do clube. A entrega foi feita de forma simbólica, em encontro que reuniu o presidente Rodolfo Landim, o presidente da República, Lula e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

O terreno foi adquirido pelo Flamengo em leilão durante o mês de julho, no valor de R$ 138,1 milhões, mas desde então vinha passando por imbróglios jurídicos em torno da posse definitiva envolvendo o clube carioca.

Na nota divulgada pelo Flamengo ainda em meados deste ano, quando a Prefeitura do Rio de Janeiro decretou em publicação no Diário Oficial a desapropriação do Gasômetro, terreno da Caixa Econômica Federal, para a construção do estádio, os dizeres da nota divulgada pelo rubro-negro foram exatamente de encontro ao que acham os especialistas em gestão, marketing e de arenas esportivas. O clube destaca, por exemplo, a capacidade de ajudar na revitalização e valorização da área, entregando ao Rio um “novo e moderno espaço, tanto de entretenimento quanto comercial.”

“A modernização da construção civil nos permite equilibrar os ambientes urbanos com as necessidades da população. Não adianta realizar um projeto excepcional se ele não terá utilidade a longo prazo. Por isso, o grande desafio para clubes brasileiros, e do mundo todo, é a partir de agora contar com ações sustentáveis. É um caminho irreversível e inevitável para o mundo dos negócios. Quanto maior a consciência da mudança, melhor será a imagem da empresa junto aos seus clientes e sociedade”, opina Tatiana Fasolari, vice-presidente da Fast Engenharia, maior empresa da América Latina especializada em overlays.

Além disso, reitera que o projeto do clube prevê um “enorme investimento financeiro”. “Ter a própria Arena proporciona ao clube autonomia para planejar a melhor estratégia afim de potencializar as receitas através da utilização da estrutura 365 dias por ano. O Flamengo, time de maior torcida do país, possuí uma grande oportunidade. É importante planejar bem antes, seguir os melhores benchmarks do mercado”, aponta Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.

Um ponto destacado por especialistas é o retorno que o clube vai ter também na captação de novos parceiros comerciais envolvendo os camarotes, com enorme capacidade de novas receitas e de relacionamento com clientes.

“O Flamengo, ao construir o seu estádio, abre uma série de oportunidades. Não somente pela valorização da região e do seu entorno, mas também trazendo uma gama de benefícios como o aumento do turismo, novas possibilidades de emprego, entre outras vantagens. Para o setor dos camarotes e do entretenimento esportivo, também é uma janela importante que se abre, afinal, será um espaço único e diferenciado, no qual poderemos explorar diversas alternativas de proporcionar grandes experiências aos torcedores”, comenta Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, empresa que conta com camarotes nos principais estádios do Brasil.

Pensando pelo lado da construção como um todo, Sergio Schildt, presidente da Recoma, empresa brasileira especializada em infraestrutura esportiva, entende que "não é só um simples estádio, mas todo um empreendimento que envolve também coisas de interesse da sociedade em geral". Ele complementa: "É um empreendimento que vai marcar a cidade do Rio de Janeiro, atraindo turismo esportivo, gerando negócios, emprego, e ainda por cima criando condições para que o Flamengo se equipare a outros grandes clubes nacionais que têm a sua própria casa. Esse sentimento de pertencimento é fundamental para um clube com a dimensão do Flamengo".

Já Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas em estádios de futebol, como o Mineirão, uma nova arena precisa ser pensada, de forma estratégica, como um espaço de entretenimento completo. "Gerir um espaço desses não é tarefa fácil, envolve um planejamento e gestão feitas com profissionais muito competentes, mesmo sabendo do gigantismo da marca Flamengo. Ter um estádio próprio sempre foi sonho de todas as torcidas que ainda não possuem, mas é importante fazer estudos mínimos como: Quais são as arenas brasileiras que geram lucros? A partir daí, percebemos que não é uma tarefa tão simples como parece", explica.

Para Reginaldo Diniz, CEO e sócio-fundador da End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo o Rio de Janeiro possui um ativo incomparável quando o assunto é turismo.

"É uma das cidades mais conhecidas do mundo e não resta dúvida que vai proporcionar, tanto para a cidade quanto para o próprio clube, obviamente, mais uma espetacular fonte de renda, como palco dos jogos ou mais uma oportunidade de geração de receitas através do entretenimento. Já temos o Nilton Santos, que já é a segunda arena mais frequentada do país, ainda veremos a modernização de São Januário, e nada poderá tirar o glamour e a importância do Maracanã, desde que continue bem gerido e sendo um espaço melhor explorado diariamente. Concorrência é boa, inclusive para as arenas", aponta.

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