A Arábia Saudita é a única concorrente à edição de 2034 (Eva Marie Uzcategui/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 30 de novembro de 2024 às 13h25.
Os compromissos da Arábia Saudita em matéria de direitos humanos representam um “esforço significativo de tempo e energia” até ao Mundial de 2034, revelou o relatório de avaliação da candidatura do reino a acolher o torneio, publicado neste sábado pela Fifa. A divulgação do relatório ocorre dez dias antes do Congresso da entidade, que deve designar oficialmente os países-sede das Copas do Mundo de 2030 e 2034, no dia 11 de dezembro.
A Arábia Saudita é a única concorrente à edição de 2034. Sua candidatura "constitui uma proposta muito sólida em termos gerais, que se reflecte no resultado da avaliação técnica sobre as infra-estruturas propostas (desportivas e outras) e no seu potencial comercial (...) Tendo em conta todas as considerações, a candidatura demonstra claramente a sua capacidade para sediar a Copa do Mundo de 2034", diz a Fifa em seu relatório de avaliação.
A instituição global especifica, no entanto, que “ao nível dos direitos humanos, no seu conjunto, os compromissos assumidos através da aplicação de diferentes medidas (…) representam um esforço significativo de tempo e energia, especialmente em certos aspectos. A avaliação do nível de risco reflete estas considerações".
Nesse relatório, a Fifa avalia o nível de risco relativo ao respeito pelos direitos humanos como “médio”: “Há um potencial significativo para a competição servir como catalisador para reformas em curso e futuras, e contribuir para impactos positivos além da competição nos direitos humanos para o povo da Arábia Saudita e dos países vizinhos”.
Os direitos humanos, que já foram alvo de forte polêmica durante o Mundial de 2022 no Qatar, poderão voltar a ser uma questão importante após a atribuição da Copa de 2034 a Riade. A Arábia Saudita, que aplica a pena de morte e limita severamente a liberdade de expressão, é frequentemente criticada por seu histórico em matéria de direitos humanos.
O reino conservador já acolhe vários eventos esportivos internacionais e é acusado de praticar “sportwashing”, o uso do esporte para desviar a atenção da situação dos direitos humanos.