Agência de notícias
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 07h28.
Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 07h29.
O Juizado Especial do Torcedor do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) se reúne nesta sexta-feira com magistrados e representantes da Federação Paulista de Futebol, das polícias Civil e Militar do estado, da Defensoria Pública e do Ministério Público para debater, entre outros temas, a ampliação do modelo de torcida única. Além dessa questão, assuntos como "possibilidade de entrada de torcedores com mastros" e bandeiras" e "identificação biométrica nos estádios" também serão abordados no encontro.
O encontro também terá a presença de representantes da Comissão do Juizado Especial do Torcedor, criada em 2010 para atuar "de forma itinerante nas arenas esportivas, em dias de jogos que demonstrem periculosidade". Segundo o TJ-SP, a entidade foi criada com o objetivo de "combater a violência, especialmente nos estádios de futebol, e assegurar os direitos previstos na Lei Geral do Esporte".
"Desde 2021, o Juizado Especial do Torcedor já funcionou em 118 jogos, com 233 processos distribuídos. Atende demandas relacionadas à prática ou incitação de violência, cambismo, lesão corporal, rixa, resistência, desacato, entre outros", explica o TJ-SP.
A torcida única em clássicos de São Paulo vigora desde 2016. A medida foi instaurada pelo próprio MP-SP e pela Secretaria de Segurança Pública do estado.
"Se não houvesse torcida no Brasil, ou não houvesse futebol, os conflitos não iriam acontecer", ironizou, no ano passado (pouco após a morte de uma torcedora do Palmeiras antes de partida contra o Flamengo), Flávio de Campos, professor da pós-graduação em História Sociocultural do Futebol na Universidade de São Paulo (USP), para quem a torcida única é uma resposta imediatista e cuja eficácia tem sido mínima.
"A construção de políticas públicas e de segurança para o esporte implica em uma perspectiva democrática. As autoridades precisam se reunir com todos os agentes do campo esportivo. Isso inclui clubes, federações, CBF, atletas, representantes das organizadas, imprensa e patrocinadores. Que se faça uma grande discussão e se pense em soluções. Mas incluindo todo mundo, não excluindo".