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Copa Libertadores está consolidada como final única? Especialistas comentam

Edição neste formato começou em 2019 e teve brasileiro em todas as decisões

Libertadores: finais com times brasileiros dão mais lucro? (Vitor Silva/Botafogo/Divulgação)

Libertadores: finais com times brasileiros dão mais lucro? (Vitor Silva/Botafogo/Divulgação)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 1 de dezembro de 2024 às 11h45.

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A vitória do Botafogo na Copa Libertadores da América neste sábado, 30, contra a Atlético-MG, foi a sexta final consecutiva no modelo de final única.

No Monumental de Nuñez, na Argentina, o Glorioso se sagrou campeão e garantiu o primeiro título no campeonato. O placar do jogo terminou em 3 a 1 para o Botafogo, com gols de Luiz Henrique, Alex Telles e Júnior Santos, no último minuto da partida.

O formato de final única entrou em vigor a partir de 2019, acompanhando o que já acontecia na Europa com a Champions League. Curiosamente, desde então, o Brasil esteve em todas as finais. Na primeira delas, em 2019, o Flamengo venceu o River Plate por 2x1, no Estádio Monumental de Lima, no Peru.

Nos dois anos seguintes, em 2020 e 2021, o Palmeiras sagrou-se campeão diante de times brasileiros; primeiro ao vencer o Santos por 1x0, no Maracanã, com o estádio parcialmente aberto em razão da pandemia da Covid-10, e depois ao bater o Flamengo por 2x1, Estádio Centenário, em Montevidéu.

Em 2022, outra final brasileira, desta vez com vitória do Flamengo sobre o Athletico-PR, por 1x0, no Estádio Monumental de Guayaquil, no Equador. Em 2023, a decisão voltou a acontecer no Maracanã, e o Fluminense derrotou o Boca Juniors por 2x1.

Casa cheia — e bilheteria farta

Em todas as finais, mesmo com a distância de alguns países, como Peru e Equador, os estádios tiveram ótimos públicos. No Maracanã, em 2023, foram 69.233 pagantes. No Estádio Monumental de Guayaquil-EQU, em 2022, 38 mil pessoas. No Estádio Centenário-URU, em 2021, 45 mil. E em 2019, no Monumental de Lima-PER, 59 mil.

Em 2020, em razão da pandemia, apenas o espaço das numeradas foi aberto, para familiares e convidados da Conmebol. Para este ano, 69 mil pessoas estiveram na final entre Botafogo e Atlético-MG.

Para Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência parceira oficial da Conmebol e que comercializa pacotes de viagem para a final da Libertadores e da Copa Sul-Americana, as ativações e interações junto ao público, que aumentaram nos últimos, foi uma decisão acertada e que buscou atrair mais fãs aos locais das decisões.

"Observamos que a Conmebol está cada vez mais focada em atrair o público para suas competições, oferecendo diversas experiências alinhadas ao perfil dos torcedores. A entidade entende a importância de pensar no espetáculo como todo e, para isso, conta com diversos parceiros estratégicos que trabalham em prol da valorização dos torneios por ela organizados", disse.

"É muito importante que todas as marcas, independente do segmento, sempre separem dentro de seus orçamentos uma verba para ativação das propriedades de patrocínio adquiridas. A ativação é a forma mais inteligente para aproximação da marca com seu público, seja para gerar conexão ou até mesmo conversão; de forma didática, é tão importante quanto à exposição da marca pois se complementam", aponta Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

Logística delicada

Apesar do sucesso com ativações de patrocinadores, como a Fanzone envolvendo todas as marcas parceiras da Conmebol, algumas questões de logística ainda são vistas com ressalvas.

"A ideia da final única já foi testada, baseada em um modelo europeu, mas na América do Sul funciona de forma diferente porque prejudica a experiência do torcedor, que paga caro e não fica satisfeito com o custo-benefício, principalmente em países mais distantes, como aconteceu com Peru e Equador. Ao mesmo tempo, a Conmebol tem procurado fazer ativações envolvendo as marcas parceiras, que em capitais tradicionalmente turísticas, como Buenos Aires e Montevidéu, acabam proporcionando mais opções de entretenimento", avalia Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo.

"Não vejo o modelo como consolidado, mas é certo que varios argumentos favoráveis a ele foram já verificados, e que alguns contrários foram refutados. Temos problemas que europeus não possuem, como o da nossa péssima logística de transporte, mas esses vêm sendo superados pelo capacidade das torcidas dos clubes que chegam a decisão da Libertadores, pelo menos. Essa, que é a nossa maior limitação, pelo menos na principal competição, vem sendo superado, e a tendência é que o aprendizado com cada edição vai promover melhoras na promoção prévia do jogo, nos conteúdos que vai gerar produtos para serem consumidos após, e na experiência de quem viaja para acompanhar essa partida", argumenta Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z.

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