Os clubes de maior torcida do país se reencontram amanhã e na próxima quarta para decidir a Copa do Brasil (Wagner Meier/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 11 de outubro de 2022 às 09h23.
Pouco mais de dois meses se passaram desde que a vitória por 1 a 0 no Maracanã confirmou a classificação do Flamengo e significou o fim da linha para o Corinthians nas quartas de final da Libertadores. Desde então, o rubro-negro viveu uma oscilação até certo ponto natural, em função da decisão de poupar jogadores e priorizar as Copas. Já os paulistas mostraram sinais de evolução.
Os clubes de maior torcida do país se reencontram amanhã e na próxima quarta para decidir a Copa do Brasil, com a expectativa de duelos melhores do que foram as duas partidas pela competição sul-americana.
A escalação rubro-negra será a mesma de dois meses atrás, mas o Flamengo que deu prioridade ao mata-mata em detrimento do Brasileiro teve, no geral, números piores coletivamente. Individualmente, alguns atletas acenderam o alerta pelo baixo rendimento, enquanto outros deram ainda mais esperança por uma conquista, sobretudo Pedro.
Pelo lado dos paulistas, houve mais mudanças. Renato Augusto emplacou sequência de boas atuações e é a mente criativa do Corinthians. O meia Willian deixou o clube e retornou para o futebol inglês, para defender o Fulham. O ataque ganhou qualidade depois que a formação com Róger Guedes e Yuri Alberto emplacou — o ex-atacante do Internacional desencantou e passou a empilhar gols.
Isso ajuda a explicar o pequeno ganho em termos ofensivos e de aproveitamento de pontos. Nas 13 partidas — seis vitórias, quatro empates e três derrotas — que disputou desde a eliminação no Maracanã, o time do Parque São Jorge conquistou 56,4% dos pontos possíveis, número superior ao da temporada: 54,5%. A média de gols marcados, que é de 1,2 por jogo em 2023, foi de 1,6 no período posterior ao jogo de despedida da Libertadores.
Já o Flamengo disputou 15 jogos desde a vitória sobre o Corinthians na Libertadores. Foram nove vitórias, quatro empates e duas derrotas, com 29 gols marcados, 12 gols sofridos e 68% de aproveitamento — uma queda em relação ao desempenho que o time apresentava antes daquele confronto, quando teve 82% de aproveitamento nas 15 partidas anteriores.
O desempenho individual de algumas peças caiu. Muralha quase intransponível, o goleiro Santos falhou em dois jogos seguidos. Primeiro, no Fla-Flu, rebatendo chute fraco de Matheus Martins, na jogada do polêmico pênalti marcado sobre Cano. Contra o Fortaleza, deu rebote em chute de Moisés no último minuto de jogo, que resultou no gol de Caio Alexandre. Ele foi dos poucos atletas que atuou em todos os jogos no período.
Rodinei, por sua vez, não conseguiu manter o bom nível em jogadas ofensivas e passou a falhar mais nas ações defensivas. O mesmo ocorreu com volante João Gomes, que neste período teve erros técnicos que não costuma apresentar, justamente após ter o contrato renovado e um aumento salarial em setembro.
No ataque, por outro lado, houve crescimento. Pedro, convocado para a seleção, fez 10 gols nos 13 jogos que disputou com o Flamengo. Por duas vezes, marcou um hat-trick, contra Vélez e Bragantino. Gabigol balançou as redes seis vezes em 12 partidas. Com o mesmo número de jogos, Arrascaeta só fez um gol no período e é quem mais preocupa no ataque por questões físicas. Desde aquele jogo conta o Corinthians pela Libertadores o uruguaio revelou um incômodo no púbis e faz tratamento recorrente para suportar as dores e seguir atuando.
Os triunfos sobre o Corinthians na Libertadores vieram em meio a uma fase invicta que somou 19 jogos, e terminou no clássico com o Fluminense, dia 18 de setembro, seguido por uma derrota para o Fortaleza, ambos pelo Brasileiro. Entre uma partida e outa o técnico Dorival Júnior teve dez dias livres para treinar a equipe em meio a amistosos da seleção, mas não pôde contar no período com Pedro, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Varela, Vidal e Pulgar.
As derrotas para o Flamengo na Libertadores serviram de lição para o Corinthians. Com proposta mais defensiva, o time conseguiu controlar até bem o ataque rubro-negro, mas viu suas chances ruírem quando a qualidade individual dos jogadores do rival apareceu, casos das finalizações certeiras de Arrascaeta, Gabigol e Pedro.
Desde então, o Corinthians se tornou uma equipe com mais recursos ofensivos. A tendência é buscar mais o gol, especialmente no jogo de ida, amanhã, na Neo Química Arena, e repetir a proposta de jogo que funcionou contra o Fluminense na semifinal da Copa do Brasil — na ocasião, a boa atuação surpreendeu o adversário carioca, que vinha em boa fase na temporada.
— Acredito que nossa equipe chega em seu melhor nível, com possibilidade real de título — frisou Vítor Pereira, técnico do Corinthians: — Pressionamos, marcamos, jogamos, criamos chances de gols... Fizemos o possível em termos de gestão. Temos que ter fome!
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