Copa do Brasil: São Paulo e Flamengo se enfrentaram na Copa do Brasil (Wagner Meier/Getty Images)
Repórter da Home e Esportes
Publicado em 18 de setembro de 2023 às 18h56.
Última atualização em 18 de setembro de 2023 às 19h03.
A renda de R$ 26.343.300,00 no primeiro jogo da final entre Flamengo x São Paulo, no Maracanã, neste último domingo, 17, foi a maior já registrada no futebol brasileiro. Entre ingressos que variaram entre R$ 400 e R$ 4.300, 60.390 pessoas marcaram presença na decisão da Copa do Brasil.
Para se ter uma ideia desta agilidade no processo operacional e tecnológico, dos 60.390 bilhetes comercializados (67.350 presentes), 21.000 ingressos foram transacionados na primeira hora de vendas, com um pico de 800 ingressos comercializados por minuto, e uma média de 350 ingressos vendidos por minuto.
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Um dos pontos de sucesso para essa performance está na excelência digital fornecida por uma das parceiras do clube, a Imply. Desde 2017, Flamengo utiliza a Plataforma ElevenTickets Imply. A plataforma gerencia os diversos canais de vendas de ingressos com experiências inovadoras, segurança através de tecnologias antifraude e eficiência operacional.
"A solução reúne tecnologias e serviços projetados para as necessidades únicas do Flamengo. Garantimos infraestrutura robusta e de alta performance, com estabilidade e segurança para atender grandes volumes de público", explica Tironi Paz Ortiz , CEO e fundador da Imply.
“O valor obtido pelo Flamengo é discrepante e foge da normalidade, por conta de todo o cenário que envolve a partida - dois grandes times e com craques no elenco -, mas é um case que mostra o potencial dos nossos clubes, no que diz respeito à geração de receitas. Quanto mais atrativo o futebol brasileiro for, em termos de produto, mais os clubes vão arrecadar, seja por meio das bilheterias, dos programas de sócio-torcedor ou dos direitos de TV”, analisa Henrique Borges, CEO da Somos Young, empresa que realiza o atendimento a sócios-torcedores de equipes como Cruzeiro, Bahia e Vasco.
O Maracanã, aliás, registra quatro das dez maiores receitas no país - todas com o Flamengo. As outras foram na final da Copa do Brasil contra o Corinthians, em 2022 (11.177.332,00), na final da Copa do Brasil diante do Athletico, em 2013 (R$ 9.733.785,00), e na semifinal da Copa Libertadores contra o Grêmio, em 2019 (R$ 8.150.645,00).
“Por se tratar de uma final de Copa do Brasil, com dois times tradicionais, já era de se esperar que ocorressem grandes resultados em termos financeiros. Além da bilheteria, que rendeu bons números para o time carioca, o apelo do jogo foi tão grande que a própria torcida do Flamengo se mobilizou, organizando uma vaquinha que arrecadou mais de R$100 mil e, no dia da partida, fez uma linda festa. Todos esses são números interessantes, expressivos e mostram que, apesar do que muitos dizem, a paixão do brasileiro pelo futebol continua aquecida”, ressalta Rogério Neves, CEO da Motbot, primeira plataforma brasileira de crowdfunding esportivo.
O recorde anterior ao deste domingo pertencia ao Atlético-MG, válido pelo segundo jogo da final da Copa Libertadores de 2013, contra o Olímpia-PAR. A renda bruta foi de R$ 14.176.146,00 milhões para um público pagante de 56.557 torcedores, quando o Galo sagrou-se pela primeira e única vez campeão da competição.
“A valorização crescente da Copa do Brasil como produto, as finais nos Domingos ao invés da Quarta-feira, 2 dos 5 times de maior torcida do Brasil e uma experiência de compra amigável sem dúvida colaboram para esse recorde e inauguram no futebol brasileiro um novo patamar de ambição para receitas com ticketing”, aponta Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.
""Estamos falando de uma final de campeonato, com duas das maiores torcidas do país, e sem entrar no mérito de alguns valores estarem exagerados ou não, mostra que a tendência no futebol brasileiro será essa. Vivemos um ano em que temos as médias de público mais altas dos últimos tempos, e isso é reflexo também daquilo que os clubes entregam. Ao mesmo tempo, pelo menos metade dessas vendas são direcionadas aos sócios-torcedores, e essa prática merece ser elogiada, pois é algo que não víamos há dez anos, por exemplo", complementa Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.