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Com mais de R$11 bilhões gastos, Premier League bate recorde histórico em contratações

Liga vira reduto de craques brasileiros com a chegada de Casemiro, Lucas Paquetá e Antony

Casemiro no Manchester United: jogador deixou o Real Madrid por € 70 milhões (James Williamson/Getty Images)

Casemiro no Manchester United: jogador deixou o Real Madrid por € 70 milhões (James Williamson/Getty Images)

Considerada a liga mais popular do mundo, a Premier League Inglesa movimentou mais de € 2,2 bilhões (cerca de R$11,4 bilhões) em contratações durante a janela de transferências de verão, que foi fechada nessa quinta-feira (01). Segundo o jornal britânico Daily Mail, tal valor supera o recorde histórico de 2017, quando foram gastos € 1,4 bilhões (R$7,2 bilhões).

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Dentre todas as movimentações realizadas, destacam-se as chegadas de alguns astros do futebol brasileiro. Fazem parte dessa lista Casemiro, que deixou o Real Madrid e se acertou com o Manchester United (€ 70 milhões); Lucas Paquetá, ex-Lyon e agora West Ham (€ 42 milhões) e Antony, que saiu do Ajax e foi para o Manchester United (€ 95 milhões). Também houve dois empréstimos: Renan Lodi, do Atlético de Madrid para o Nottingham Forest, e Arthur, da Juventus para o Liverpool.

Além desses nomes recém-chegados, a Inglaterra ainda conta com inúmeros atletas brasileiros, vários deles com convocações recentes para a Seleção de Tite, como Alisson e Fabinho (Liverpool), Thiago Silva (Chelsea), Fred (Manchester United), Gabriel Jesus, Gabriel Magalhães e Gabriel Martinelli (Arsenal), Ederson (Manchester City), Philippe Coutinho (Aston Vila), Bruno Guimarães (Newcastle) e Richarlison (Tottenham).

Mas o que explicaria essa tendência de “migração” de estrelas para a Premier League? Na visão de Júnior Chávare, profissional com larga experiência no futebol e que trabalhou no Atlético-MG, São Paulo e Grêmio, o poder econômico da liga e o alto nível de competitividade são fatores que tendem a chamar atenção dos atletas.

“A Premier League já vem há muito tempo sendo atraente para os grandes nomes do futebol brasileiro e tem, ano após ano, aumentado o seu hall de atletas de alta performance. E neste ano, em especial, houve investimentos maiores por parte das equipes em contratações”, analisa.

“Nesse sentido, além do aspecto financeiro, que já é um atrativo por si só, tanto na operação clube-clube, quanto nas questões das remunerações dos atletas, mantém-se a expectativa de, cada vez mais, ter um conjunto de atletas que vão poder, por diferentes times, elevar ainda mais a competitividade e o nível técnico da disputa. Essa somatória de fatores resultam no aumento da chegada de nomes importantes ao futebol inglês”, acrescenta Chávare.

Com os números já apresentados acima, os ingleses lideraram o ranking europeu em termos de gastos com contratações nessa última janela. Segundo levantamento feito pelo site Transfermarket, o segundo país da lista é a Itália, com € 749,3 milhões (cerca de R$3,8 bilhões) investidos pelas agremiações da Série A.

De acordo com outro relatório feito pelos analistas da Football Benchmark, o campeonato inglês tem 10 clubes entre os 32 mais valiosos da Europa. Até o ano passado, havia oito times na lista, com Manchester United, Liverpool, Manchester City, Chelsea, Tottenham Hotspur, Arsenal, Leicester e Everton. Em 2022, Aston Villa e West Ham também se juntaram a essas equipes e agora aparecem entre os mais ricos do mundo.

“Atletas de renome, clubes com capacidade econômica para fazer grandes contratações, times competitivos e futebol de alto nível confirmam tal disparidade. Todos esses aspectos não são as causas, mas sim consequências de um trabalho que vem desde os anos 90 para construir uma liga forte e um produto global, exigindo que os times também fossem estruturas 100% profissionalizadas. O resultado não poderia ser outro”, afirma Armênio Neto, especialista em negócios no esporte.

Para Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, um dos líderes do grupo de 24 clubes que não aderiram à Liga do Futebol Brasileiro (Libra), todo esse sucesso no modelo de gestão da liga deve servir como exemplo a ser seguido pelos clubes brasileiros

“Na Inglaterra, mesmo os times médios têm condições e recursos para fazer investimento em contratações. Por isso a competição é tão atrativa e transmitida praticamente no mundo todo. A Libra, para dar certo aqui, deveria repetir os parâmetros que se aplicam lá”, enfatiza o dirigente.

Em termos de receitas, a Premier League também voa alto. No início do ano, a organização da liga anunciou uma arrecadação de € 6,32 bilhões para o período entre 2022 e 2025, levando em conta apenas os direitos de transmissão para fora do Reino Unido.

Do ponto de vista dos negócios, Pedro Melo, executivo comercial do Atlético-MG que atua na captação e gestão de patrocínios, explica qual é o diferencial dos ingleses.

"Eles possuem um produto consolidado, qualificado e organizado. Além disso, alcançam milhões de fãs do futebol ao redor do mundo, em vários continentes. Tais características são muito atrativas em termos comerciais e possibilitam a construção de negócios altamente lucrativos, gerando receitas e fortalecendo ainda mais a competição”, conclui Melo.

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