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TOP 10 times que mais gastaram na última janela; times de Neymar e Harry Kane estão na lista

No total, foram realizadas 10.125 transferências internacionais e 7,36 bilhões de dólares gastos com taxas de transferência

Liga Saudia: Clube árabe que mais investiu foi o Al-Hilal, foram 353 milhões de euros (AlHilal Saudi Club/Getty Images)

Liga Saudia: Clube árabe que mais investiu foi o Al-Hilal, foram 353 milhões de euros (AlHilal Saudi Club/Getty Images)

Antonio Souza
Antonio Souza

Repórter da Home e Esportes

Publicado em 12 de setembro de 2023 às 13h04.

Última atualização em 15 de setembro de 2023 às 17h09.

Um relatório da FIFA aponta que a janela de transferências no período entre 1° de junho e 1° de setembro bateu recorde neste ano, com mais de R$ 36 bilhões gastos, um aumento de 45% com gastos nas taxas, e 2,2% no número de movimentações, comparado com meados de 2022 dentro deste mesmo período.

No total, foram realizadas 10.125 transferências internacionais e 7,36 bilhões de dólares gastos com taxas de transferência. O recorde anterior foi estabelecido em 2019, mas superado em 26,8% em relação a 2023.

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O país que liderou os gastos foi a Inglaterra, com 1,98 bilhão de dólares envolvendo 449 novos reforços e 514 vendas. A contratação mais cara também veio da Premier League, com o volante equatoriano Moisés Caicedo, de 21 anos, que saiu do Brigthon para o Chelsea por 133 milhões de euros (cerca de R$ 719 milhões).

"Os clubes ingleses estão na Inglaterra, que é o país mais rico, entre os que tem o futebol como esporte predileto de sua população, e por isso, são os que arrecadam mais com bilheteria. Além disso, por conta da reputação de sua liga, são os que arrecadam mais com direitos de transmissão fora do seu próprio país, no resto do mundo.

Por isso, são, em conjunto, os clubes que receberam mais aportes, também, de investidores estrangeiros. Com mais dinheiro, e competindo, não somente por títulos, vagas em competições europeias, mas também pela manutenção nessa liga, é necessário gastar cada vez mais, direcionando cada vez mais dinheiro para contratações e salários de atletas, na mesma proporção em que que cresce a arrecadação, ou maior. Quem não o fizer, não vence, não se classifica, ou não permanece", analisa Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil. A empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, se tornou acionista majoritária e controladora da TFM Agency, companhia com mais de vinte anos de experiência no futebol mundial e que gerencia as carreiras de Vini Jr, Lucas Paquetá, Endrick e Gabriel Martinelli.

"Porque é a Liga que mais tem lucro, principalmente com a televisão, que cada vez mais aumenta um número absurdo de valor para os clubes. Então eles estão muito bem capitalizados e isso permite com que eles possam investir e manter a hegemonia de retenção dos maiores talentos. Tendo os maiores talentos, eles vão ter o melhor tipo de jogo e a melhor qualidade para continuar chamando a atenção e vendendo esse produto para o mundo afora", opina Sandro Orlandelli, Membro da UEFA Academy e especialista na identificação de talentos pela FA, a federação inglesa de futebol, com formação em Harvard e scout de equipes importantes da Europa, como Arsenal, Manchester United e Saint-Éttienne, da França.

A Liga Árabe, pela primeira vez na história, superou competições mais tradicionais da Europa e foi a segunda que mais gastou, com 875,4 milhões de dólares (R$ 5,1 bilhões), ficando à frente da Ligue 1/França (859,7 milhões de dólares), Bundesliga/Alemanha (762,4 milhões de dólares), Calcio/Itália (711,0 milhões) e La Liga/Espanha (405,6 milhões de dólares).

O clube árabe que mais investiu foi o Al-Hilal, foram 353 milhões de euros (R$ 1,8 bilhão). Em todo o mundo, apenas o Chelsea gastou mais, com 464 milhões de euros nesta janela. Das dez contratações mais caras, nove são da Europa e oito de clubes da Premier League. A única exceção fica por conta de Neymar, negociado do PSG para o Al-Hilal por 90 milhões de euros. Já dos 10 clubes que mais gastaram, sete são da Europa, sendo seis ingleses, três árabes e um francês (lista abaixo).

“A partir desta janela, e por algum tempo, deveremos nos acostumar com a postura ostensiva Arábia Saudita na contratação de jogadores. É algo que veio para ficar, pelo menos até eles realizarem a tão desejada Copa do Mundo. E não podemos descartar que isso tem um efeito benéfico para o futebol. Trata-se de um dinheiro novo, um dinheiro que não existia até então, que não circulava no mercado futebol. Quando esse dinheiro passa a ser enviado a outros clubes para a compra de jogadores, ele forma parte de um círculo virtuoso dentro do futebol, partindo da Arábia Saudita para grandes clubes, que compram jogadores de clubes médios, e estes por sua vez compram dos pequenos. Por isso, deixando de fora questões políticas, esse é um dinheiro que movimenta a indústria do futebol”, analisa Eduardo Carlezzo, que é especialista em direito desportivo e sócio do Carlezzo Advogados.

Para Ivan Martinho, professor de marketing Esportivo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o patamar que a Arábia atingiu faz com que os ídolos atraiam a audiência, se tornando um atalho para conquistar o público. “Em seu esforço de reposicionamento da marca de seu país, a Arábia Saudita aposta pesado no futebol trazendo alguns dos maiores craques do mundo”.

“À medida que os jogadores vão sendo anunciados e a audiência, de fato, confirmar que o produto pegou por aqui, é natural que os direitos se valorizarem e outros veículos se interessarem pela aquisição”, corrobora Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports.

Já para Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, as marcas precisam ficar atentas a essas novas movimentações do mercado esportivo. "“Ao patrocinar um atleta devemos estudar sua audiência e, com certeza, as marcas pensaram nos países onde eles atuavam. Existe um barulho grande no ato da transferência, que é positivo, mas vale entender se o patrocinador possui negócios naquele país, para não ter que pensar apenas no ambiente digital”, aponta.

TOP 10 contratações mais caras da janela 2023

1- Moisés Caicedo (Brighton para o Chelsea): 133 milhões de euros
2 - Declan Rice (West Ham para o Arsenal): 116,6 milhões de euros
3 - Jude Bellingham (Borussia Dortmund para o Real Madrid): 103 milhões de euros
4 - Harry Kane (Tottenham para o Bayern de Munique): 100 milhões de euros
5 - Josko Gvardiol (RB Leipzig para o Manchester City): 90 milhões de euros
6 - Neymar (PSG para o Al-Hilal): 90 milhões de euros
7 - Rasmus Hojlund (Atalanta para o Manchester United): 75 milhões de euros
8 - Kai Havertz (Chelsea para o Arsenal): 75 milhões de euros
9 - Dominik Szoboszlai (RB Leipzig para o Liverpool): 70 milhões de euros
10 - Mason Mount (Chelsea para o Manchester United): 64,20 milhões de euros

TOP 10 times que mais gastaram:

1 - Chelsea-ING (464,1 milhões de euros)
2 - Al-Hilal-ARA (353,1 milhões de euros)
3 - Paris Saint-Germain-FRA (349,5 milhões de euros)
4 - Tottenham-ING (248,6 milhões de euros)
5 - Manchester City-ING (241,1 milhões de euros)
6 - Arsenal-ING (234,9 milhões de euros)
7 - Manchester United-ING (206,7 milhões de euros)
8 - Al-Ahli-ARA (200,9 milhões de euros)
9 - Liverpool-ING (172 milhões de euros)
10 - Al-Nassr (165,1 milhões de euros)

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