Cidade do México se prepara para a Copa de 2026 com reformas no transporte e investimentos em segurança. (Hector Vivas/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 09h50.
A Cidade do México está planejando grandes investimentos em mobilidade e segurança como parte de sua preparação para a Copa do Mundo de 2026, que será coorganizada com Estados Unidos e Canadá. A proposta de orçamento da cidade para 2025 inclui um aumento significativo em áreas estratégicas, com o objetivo de garantir a eficiência no transporte de torcedores e a segurança dos visitantes durante o evento, segundo informações publicadas na Bloomberg.
O orçamento para mobilidade terá um aumento de 186% em relação a 2024, alcançando quase 7 bilhões de pesos (cerca de R$ 2 bilhões). Esses recursos serão destinados à modernização de acessos ao Estádio Azteca, que sediará a partida de abertura do torneio, além da construção de três novas linhas do Cablebús e de uma linha de ônibus exclusiva, segundo o secretário de finanças da capital, Juan Pablo de Botton.
Entre os projetos prioritários de infraestrutura está o investimento recorde de 23 bilhões de pesos (cerca de R$ 6,9 bilhões) no sistema de metrô, que também contará com 600 milhões de pesos para a instalação de câmeras de segurança. Outra parte significativa do orçamento será usada na revitalização da histórica estrada de Tlalpan, visando facilitar o acesso ao Estádio Azteca.
Além disso, 13,5 bilhões (R$ 4,8 bilhões) de pesos estão previstos para obras públicas, incluindo instalações conhecidas como “utopias”, que têm como objetivo oferecer espaços culturais e esportivos para a população local. O secretário destacou que o desafio principal é garantir que as pessoas possam se locomover livremente pela cidade, sentindo-se seguras e satisfeitas.
O Estádio Azteca, ícone do futebol mexicano, está passando por reformas para ampliar sua capacidade para 87 mil espectadores. Essas obras integram um esforço mais amplo da cidade para receber um evento que promete atrair milhões de torcedores e gerar visibilidade internacional.
Outro destaque do orçamento é o investimento de 15 bilhões de pesos (R$ 4,5 bilhões) em projetos relacionados à gestão hídrica, incluindo a modernização de redes de distribuição, recuperação de poços e redução de vazamentos. A escassez de água tem sido um desafio crescente na capital, especialmente durante as temporadas secas.
Para financiar parte dessas iniciativas, a cidade foi autorizada a emitir 3,5 bilhões de pesos (R$ 1,06 bilhão) em dívida sustentável. O recurso será direcionado principalmente a projetos de mobilidade, como as novas linhas de teleféricos, que visam reduzir emissões de poluentes e oferecer alternativas de transporte eficientes.
Embora a mobilidade e a segurança sejam prioridades, o maior investimento será em programas sociais, com 17 bilhões de pesos reservados para subsídios e iniciativas de combate à desigualdade. O orçamento também prevê um aumento de 8,8% para as prefeituras, alcançando 291,5 bilhões de pesos, a maior alocação já registrada para esses governos locais.
O secretário de finanças descreveu o plano como responsável e austero, com foco em reduzir desigualdades enquanto prepara a cidade para o desafio logístico e social de sediar a Copa do Mundo.