Bruna Alexandre: tenista participa dos Jogos Paralímpicos de Paris (Jung Yeon-je/AFP)
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Publicado em 3 de setembro de 2024 às 10h48.
Última atualização em 3 de setembro de 2024 às 11h02.
Bruna Alexandre conquistou a sexta medalha paralímpica de sua carreira na manhã desta terça-feira, 3. A atleta garantiu o bronze ao ser derrotada pela australiana Qian Yang na semifinal do torneio individual feminino da classe 10 por 3 sets a 2, com parciais de 6/11, 11/3, 9/11, 11/9 e 11/3.
No tênis de mesa paralímpico, não há disputa pelo terceiro lugar, o que assegurou à atleta mais uma medalha em sua trajetória. Antes, ela já havia conquistado a prata no individual e o bronze nas duplas femininas em Tóquio 2020, além dos bronzes individuais e por equipes nos Jogos do Rio 2016, e nas duplas em Paris 2024.
O duelo marcou a repetição da final de Tóquio 2020, onde Bruna foi derrotada por Qian Yang, ficando com a prata. As duas também se enfrentaram na semifinal de duplas femininas em Paris, neste domingo, 31 de agosto, quando Bruna e Danielle Rauen foram vencidas por 3 sets a 0, garantindo mais um bronze. Qian Yang, ao lado de Li Na Lei, seguiu para a final e conquistou o ouro.
A partida começou favorável a Bruna, que venceu o primeiro set com tranquilidade por 11 a 6. Contudo, no segundo set, a brasileira teve dificuldades e perdeu por 11 a 3. Apesar disso, ela protagonizou o ponto mais emocionante do jogo, vencendo um rali de 21 trocas de bola.
Os sets seguintes foram extremamente disputados. Bruna levou o terceiro set por 11 a 9, mas Yang respondeu com a mesma pontuação no quarto set. O desfecho ocorreu no quinto set, onde Yang mostrou mais consistência e fechou o jogo com uma vitória por 11 a 3.
A atleta de 29 anos também é reconhecida como a primeira brasileira a participar tanto das Olimpíadas quanto das Paralimpíadas. A aclamação ocorreu no início de agosto, na segunda semana dos Jogos de Paris.
A catarinense participou de dois confrontos na equipe feminina durante as oitavas de final das Olimpíadas de 2024, onde o Brasil foi derrotado pela Coreia do Sul por 4 a 1. Bruna Alexandre formou dupla com Giulia Takahashi no primeiro jogo e, posteriormente, voltou a competir individualmente no encerramento da série.
Bruna e Giulia abriram os jogos das oitavas enfrentando Shin Yubin e Jeon Jihee, mas foram superadas em três sets seguidos (11/6, 11/5 e 11/8). Depois da vitória apertada de Bruna Takahashi sobre Lee Eunhye por 3 a 2 e da derrota de Giulia para Jeon por 3 a 0, Bruna voltou à mesa, mas não conseguiu evitar a eliminação da equipe brasileira, perdendo para Lee em sets diretos (11/8, 11/5 e 11/6).
Considerada um dos grandes nomes da convocação, Bruna Alexandre acumula feitos marcantes em sua carreira. Ela é a maior medalhista paralímpica do Brasil no tênis de mesa, com dois bronzes conquistados nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, além de uma prata e um bronze em Tóquio 2020.
Em 2023, Bruna fez história ao se tornar a primeira atleta paralímpica a competir nos Jogos Pan-Americanos, onde conquistou a medalha de bronze na edição de Santiago, no Chile. Além disso, foi eleita a melhor atleta paralímpica do ano, encerrando 2023 com mais essa importante conquista.
Nascida em 29 de março de 1995, Bruna Costa Alexandre enfrentou um grande desafio logo nos primeiros meses de vida, quando precisou passar por uma cirurgia para amputação do braço direito por causa de uma trombose causada por uma injeção.
Aos 12 anos, inspirada pelo irmão, começou no tênis de mesa, competindo inicialmente em torneios para atletas sem deficiência até os 14 anos.
Em 2009, passou a disputar também eventos paralímpicos. Além de suas conquistas em Jogos Paralímpicos, Bruna acumula um ouro nas duplas e um bronze no individual no Mundial da Espanha 2022, além de dois bronzes no individual e por equipes no Mundial da China 2014.