Esporte

Brasileirão 2023 já levou mais de 1 milhão de sócios-torcedores aos estádios

Dos mais de 2,5 milhões de fãs presentes nas 10 rodadas iniciais da competição, 1,3 milhão foram compostos por associados dos programas das 20 equipes que disputam a competição

Futebol: Dentre as agremiações com taxa de ocupação mais alta de sócios em estádios, destaque para o Coritiba, com média de 90% (Gabriel Machado/NurPhoto/Getty Images)

Futebol: Dentre as agremiações com taxa de ocupação mais alta de sócios em estádios, destaque para o Coritiba, com média de 90% (Gabriel Machado/NurPhoto/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 24 de junho de 2023 às 15h45.

Última atualização em 24 de junho de 2023 às 15h55.

Os bons números de público no Campeonato Brasileiro deste ano tem a contribuição ativa dos sócios-torcedores dos clubes. Dos mais de 2,5 milhões de fãs presentes nas 10 rodadas iniciais da competição, 1,3 milhão foram compostos por associados dos programas das 20 equipes que disputam a competição. Os dados estão nos borderôs dos jogos publicados pela CBF. A única exceção se faz ao Atlético Mineiro, que não especifica nos documentos a porcentagem de sócios presentes.

Na disputa deste ano, alguns recordes estão sendo quebrados. Na 10ª e última rodada, por exemplo, nove clubes tiveram médias de púbico superiores a 30 mil pessoas por jogo, casos de Flamengo, São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Fluminense, Fortaleza, Atlético Mineiro, Bahia e Vasco da Gama.

"A cada dia que os programas de sócios-torcedores recebem melhorias, maior a participação nos jogos de seus clubes. Acredito que os clubes estão usando melhor os dados que possuem. Agora, vale lembrar que o maior potencial está exatamente na outra fatia, a dos torcedores que não vão aos estádios. O grande segredo é obter o máximo de dados dos torcedores, e assim, converter o maior número possível entregando exatamente o que cada sócio deseja", analisa Renê Salviano, CEO da Heatmap, agência de marketing esportivo.

Dentre as agremiações com taxa de ocupação mais alta de sócios em estádios, destaque para o Coritiba, com média de 90%. Os gaúchos Internacional e Grêmio, sempre muito presentes neste assunto, também possuem taxa superior a 50%.

“O engajamento dos sócios do Coritiba é muito expressivo. Sabemos da importância do programa e queremos implementar melhorias para oferecer ainda mais comodidade para os torcedores. O Couto Pereira sempre será um aliado para que o clube consiga alcançar os objetivos dentro de campo. Como já ressaltei em outras oportunidades, espero que a torcida acredite no projeto e siga nos incentivando, pois os resultados irão acontecer progressivamente”, omenta Carlos Amodeo, CEO do Coritiba que ocupará cargo similar na gestão da SAF, negociação que está em fase final de homologação no âmbito jurídico.

Com ações promocionais e descontos exclusivos, o Internacional tem levado um número significativo de associados em jogos no Beira-Rio. Contra Goiás e Flamengo, por exemplo, foram 40 mil pessoas que estão inscritas no programa. Victor Grunberg, vice-presidente de Administração e Patrimônio do clube, comenta a importância das ativações para captar novos fãs.

“A direção acredita que o Inter pode ir muito além do que apenas a performance dentro de campo. Seja com o desenvolvimento de uma nova plataforma ou com iniciativas promocionais para jogos esporádicos, queremos criar recompensas para os torcedores. Historicamente, o clube sempre foi pioneiro em assuntos relacionados ao programa de sócios”, afirma.

No Grêmio, o programa teve um salto significativo no número de inscritos, motivado também pelas ações de marketing voltadas em torno do atacante Luis Suárez. Há algumas rodadas, contra o São Paulo, na Arena, o clube promoveu a campanha “O Grêmio te convoca, tu aceita”, iniciada em janeiro, quando atuou com a camisa de jogo com autógrafos de sócios-torcedores, em homenagem a marca de 100 mil associados que o clube atingiu em maio.

"É uma parceria que tem atuado muito intensamente em conjunto com o Grêmio, com ideias e projetos que envolvem ativações, comunicação, engajamento, campanhas sociais. Ajudamos recentemente a lançar um programa de fantokens, por exemplo, e tudo isso ajuda a impulsionar e explorar vários ativos do clube, entre eles do Suárez, que fez expandir em pouco tempo o número de sócios do clube", explica Bruno Brum, CMO da Agência End to End, empresa que é parceira do Grêmio e que conecta o torcedor à paixão, como um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.

Únicos representantes do Nordeste do país na Série A, Fortaleza e Bahia também são referências de público nesta temporada. O Leão do Pici é o 5o, com média de 36.492, ficando atrás apenas de Flamengo, São Paulo, Corinthians e Palmeiras. Já o Tricolor de Aço é o oitavo, com média de 34.008 pagantes. Em taxa de ocupação de sócios, o Bahia aparece entre os principais, com média de 64%. Já a do Fortaleza é um pouco superior a 50%.

"Os clubes entenderam o quão importante é aumentar a sua base de sócios e, principalmente, proporcionar a eles um atendimento rápido, qualificado e atencioso. Os números mostram o quanto que esses torcedores assumiram um papel essencial na locomotiva do futebol brasileiro, tornando-se aliados importantes para impulsionar os times na parte esportiva e também financeira", disse Henrique Borges, CEO da Somos Young, empresa especializada na experiência do cliente e que faz um trabalho de atendimento junto aos sócios-torcedores do Cruzeiro e do Bahia.

"Temos feito ações variadas junto aos nossos sócios, que incentivam cada vez mais a adesão ao programa, além do fato de usar esse ativo para reforços e melhorar cada vez mais o departamento de futebol. Saltamos de 7 mil sócios quando eu assumi a gestão, no final de 2017, para os 42 mil atuais, e tenho como meta que possamos chegar a 50 mil ainda nesta temporada. Esse é o nosso maior objetivo", aponta o presidente Marcelo Paz.

No Vasco da Gama, que tem média de público de 34 mil, a taxa de ocupação de sócios é alta, de quase 60%, também muito em razão das facilidades e ações que o clube oferece ao seu público, como o avanço no fornecimento de tecnologias e serviços de venda de ingressos e controle de acessos no club, além de otimizar as experiências dos fãs e maximizar a transformação digital nas operações de estádio.

"As áreas de controle de acesso e ticketing são cruciais e buscamos a excelência no tratamento de dados. Há um investimento significativo para entregar ao torcedor o que existe de melhor em tecnologia de ponta", aponta Caetano Marcelino, diretor comercial do Vasco.

Já o Flamengo é o clube que mais levou público aos estádios neste Brasileirão. A média é de 55.674, com praticamente metade sendo formado por sócios-torcedores. Na última rodada diante do Grêmio, o clube colocou 62.967 pessoas no estádio do Maracanã. Em apenas seis meses do ano, trata-se de um dos recordes no país, ainda mais levando em conta as excelentes médias de público obtidas nas competições vigentes nesta temporada.

Um dos pontos de sucesso para essa performance está na excelência digital fornecida por uma das parceiras do clube, a Imply. A plataforma tem oferecido um ambiente personalizado com experiências inovadoras e projetadas para altos volumes de público, segurança através de tecnologias antifraude e eficiência operacional, incluindo as ferramentas digitais e suporte e staff de bilheteria. Em ambos, foram comercializados, em média, 400 ingressos por minuto.

Além disso, os serviços contam com integração ao sócio-torcedor e gestão de ondas de vendas, integração com controle de acessos do Maracanã, equipes de suporte e staffs de bilheteria, com a inclusão de um QR Code dinâmico, como mais uma forma de acesso exclusiva para o sócio-torcedor em alguns setores do estádio. "Tudo isso garante infraestrutura robusta e de alta performance, com estabilidade e segurança para atender grandes volumes de público", explica Tironi Paz Ortiz , CEO e fundador da Imply.

Porcentagem de venda de sócios-torcedores por clube

  • América-MG: 22%
  • Athletico: 78%
  • Atlético-MG: não especifica nos borderôs
  • Bahia: 64%
  • Botafogo: 52%
  • Red Bull Bragantino: 32%
  • Corinthians: 89%
  • Coritiba: 90%
  • Cruzeiro: 10%
  • Cuiabá: 7,5%
  • Flamengo: 45%
  • Fluminense: 68,5%
  • Fortaleza: 60,7%
  • Goiás: 10%
  • Grêmio: 53%
  • Internacional: 57%
  • Palmeiras: 47%
  • Santos: 24%
  • São Paulo: 17%
  • Vasco: 58%
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