Messi: craque do Inter de Miami tentou tapar a boca com as mãos para evitar a leitura labial (Buda Mendes/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 22 de novembro de 2023 às 11h51.
Última atualização em 22 de novembro de 2023 às 12h06.
Quando a seleção da Argentina regressou ao campo do Maracanã, depois de uma pancadaria entre torcedores nas arquibancadas e a reação da polícia com cassetetes, o clima ainda era quente. Irritado com a situação, o camisa 10 argentino, Lionel Messi, bateu boca com o camisa 10 brasileiro, Rodrygo.
O craque do Inter de Miami tentou tapar a boca com as mãos para evitar a leitura labial, mas jornais argentinos analisaram imagens da discussão e captaram o que ele disse ao atleta do Real Madrid.
De acordo com os jornais "La Nación" e "Olé", Rodrygo chamou os argentinos de medrosos por terem deixado o campo de jogo durante a briga na torcida. As câmeras da TyC Sports capturaram o momento em que Messi agarra Rodrygo pela nuca, e os dois discutem.
"Se somos campeões mundiais, por que somos cagões?", disse Messi, "na cara do rival", de acordo com a descrição do "La Nación", em referência à conquista do Mundial de 2022, no Catar.
Depois do jogo, Messi lamentou a pancadaria nas arquibancadas e criticou a ação da Polícia Militar em resposta à briga. O craque afirmou que "poderia ter havido uma desgraça" durante o tumulto nas arquibancadas do setor sul do Maracanã, onde estavam parentes e amigos de jogadores.
Em entrevista ao fim da partida, Messi disse ter visto como os agentes bateram nas pessoas com cassetetes e comparou a situação com confrontos entre torcedores do Fluminense e do Boca Juniors, no começo do mês.
"Foi ruim porque vimos como eles [policiais] batiam nas pessoas", disse Messi. "A polícia, assim como aconteceu na final da Libertadores, mais uma vez reprimiu o público com cassetetes."
O Brasil perdeu por 1 a 0, pela sexta rodada das Eliminatórias, mas o momento que marcou a noite foi a pancadaria, que envolveu torcedores das duas equipes, juntos ali, e a polícia. O apito inicial foi adiado em 27 minutos pela confusão, e os jogadores da Argentina chegaram a ir para o vestiário.
"Fomos ao vestiário porque era a melhor forma de acalmar tudo, poderia ter terminado em desgraça", destacou Messi. "Você pensa nas famílias, nas pessoas que estão lá, que não sabem o que está acontecendo. Estávamos mais preocupados com isso do que em jogar uma partida que, naquele momento, era de importância secundária."
Em post no Instagram, Messi celebrou a vitória da Argentina, mas ressaltou que o jogo ficou marcado pela repressão aos torcedores argentinos.
"Grande vitória no Maracanã, embora tenha sido marcada pela repressão aos argentinos mais uma vez no Brasil. Isto não pode ser tolerado, é uma loucura e tem de acabar agora!", escreveu o camisa 10.
O episódio será analisado direta e indiretamente pela Fifa. O relatório da partida será encaminhado ao Comitê Disciplinar da entidade. Por ser um jogo de Eliminatórias para a Copa, o delegado da partida se reporta à Fifa, embora houvesse vários encarregados da Conmebol. Os delegados são em maioria da América do Sul, mas sob designação da própria Fifa.
À entidade máxima do futebol, são reportadas todas as questões disciplinares. Mas o jogo é organizado pela CBF, mandante da partida. Por padrão, o mandante é o organizador de qualquer jogo de Eliminatórias. No caso da CBF, a decisão foi repassar a operação do jogo ao consórcio Maracanã.
O Brasil agora só volta a campo pelas competição em setembro de 2024. Antes disso, a seleção disputa amistosos e a Copa América.