Jogadores da seleção brasileira. (CBF/Flickr)
Repórter da Home e Esportes
Publicado em 24 de novembro de 2023 às 15h55.
Última atualização em 24 de novembro de 2023 às 15h56.
Apesar da derrota diante da Argentina, a Seleção Brasileira se destacou pela bilheteria de quase R$ 20 milhões. Dentre os jogos da equipe canarinho, o valor é inferior apenas às cifras de duas partidas da Copa América de 2019, contra Peru e Bolívia, com arrecadações na casa dos R$ 38 milhões e R$ 22 milhões, respectivamente.
Já em comparação com jogos de clubes realizados em solo nacional ao longo de 2023, os valores do clássico sul-americano representam quatro vezes a maior bilheteria do Brasileirão 2023, que foi de R$ 5 milhões, em confronto também no Maracanã, entre Flamengo e São Paulo, pela 19ª rodada.
Em relação às outras rodadas das eliminatórias com mando de campo do Brasil, o valor registrado contra a Argentina é quase o dobro dos cerca de R$ 10,8 milhões somados contra a Bolívia no Mangueirão, em Belém (PA). Já na partida contra a Venezuela, foram R$ 12,7 milhões arrecadados na Arena Pantanal, em Cuiabá (MT).
Já em comparação com o Campeonato Brasileiro, o time que mais se aproxima das cifras movimentadas pela Seleção é o Flamengo, com arrecadação média na casa dos R$ 3,6 milhões por jogo. No total, as equipes faturaram mais de R$ 435 milhões ao longo de 34 rodadas, o que representa R$ 1,3 milhões por jogo. Apesar de médias consideravelmente menores, os números são destaque em comparação com outras edições e o valor total já ultrapassa em quase R$ 100 milhões o arrecadado pelos clubes na edição de 2022.
Renê Salviano, CEO da heatmap, empresa que conecta marcas à indústria do entretenimento e que será responsável pela ativação do copo do jogo comercializado no Maracanã durante a partida entre Brasil e Argentina, avalia as diferenças nas arrecadações de jogos entre clubes e seleções:
“Mesmo no caso das principais equipes do país, o preço das entradas costuma ser mais acessível, geralmente com setores a custos menores para os torcedores que acompanham todos os jogos. E é normal que os valores subam na medida em que as competições se afunilam, como na final da Copa do Brasil deste ano, que registrou a maior bilheteria de clubes no Brasil. Já no caso da Seleção Brasileira que é e sempre será atração por onde passar, os jogos são mais raros e mantém preços mais elevados. Porém, por mais que os valores sejam maiores, valem pelos astros que estão em campo. E como o rival do próximo jogo é a atual seleção campeã mundial, a atratividade aumenta ainda mais”.
No quesito público, a seleção Brasileira também se destaca no ano. Foram mais de 68 mil torcedores presentes no Maracanã contra a Argentina, com toda a carga de ingressos esgotada desde o último sábado (18) e pico de vendas de 738 bilhetes por minuto, conforme dados da Eleven Tickets Imply, responsável pela comercialização. Já em outras oportunidades, mais de 43 mil torcedores marcaram presença contra a Bolívia, em Belém – até então recorde do novo Mangueirão –, e mais de 40 mil apoiadores prestigiaram o empate contra a Venezuela, que registrou o sexto maior público da Arena Pantanal, na primeira vez que a equipe canarinho jogou no local.
Assim como a seleção nacional, o Brasileirão também destaca-se pelos índices de público levado aos estádios em 2023 e, neste ano, tem tido procura por ingressos acima das médias históricas, com cerca de 28 mil torcedores presentes por partida, melhor proporção já registrada. “Um dos principais fatores responsáveis por impulsionar esses números são os serviços proporcionados pelos programas de associados, com ações que podem facilitar a venda de ingressos e promover experiências diferenciadas dentro das arenas”, aponta Henrique Borges, CEO da Somos Young, empresa especializada no atendimento de sócios-torcedores.
De fato, a temporada de clubes destacou-se pelo crescimento dos quadros sociais de algumas das principais equipes, casos de Palmeiras, Internacional e São Paulo. O tricolor, por exemplo, chegou aos 60 mil associados após ganhar mais de 25 novas inscrições em meio à reta final da Copa do Brasil, enquanto o Inter neste ano bateu o recorde de 129 mil sócios obtidos em 2019 e chegou a um faturamento mensal de R$ 8 milhões com o quadro social. Já o Palmeiras, viu o quadro social quase dobrar após o lançamento da plataforma Palmeiras Pay.
“Hoje, é fundamental que os clubes tracem estratégias para dissociar o resultado financeiro fora das quatro linhas da performance dentro do campo. Já é possível perceber que a grande parte dos benefícios dos programas de associados está atrelada a vantagens para adquirir os ingressos. O desenvolvimento de ações de interação e de experiências para os fãs é muito importante para evitar flutuações de receita em caso de resultados negativos", afirma o Fábio Wolff.