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Botafogo soma mais de R$ 240 milhões em premiações e 'paga' Almada e Luiz Henrique

Com a Copa Intercontinental, ganhos podem chegar perto dos 300 mi de reais

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 17h22.

Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 17h25.

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Os investimentos feitos pelo Botafogo em 2024 já podem ser considerados pagos. Somente com as premiações dos títulos da Copa Libertadores da América e Campeonato Brasileiro, e somado com as fases classificatórias da Copa do Brasil, o clube embolsou R$ 245 milhões em premiação. Somente com a taça da disputa continental, o clube faturou R$ 192 milhões. Já a conquista da competição nacional deu aio alvinegro mais R$ 48 milhões.

Não chegou aos R$ 323 milhões investidos com todos os reforços, mas praticamente 'pagou' as contratações dos dois principais atletas da temporada, o atacante Luiz Henrique, que chegou por aproximadamente 20 milhões de euros (R$ 106,6 milhões), e o meia Thiago Almada, que veio por 25 milhões de dólares (R$137,4 milhões).

Nesta segunda-feira, 9, a equipe carioca chega à Arábia Saudita para a disputa da Copa Intercontinental, e os valores totais com a disputa podem chegar a R$ 30,3 milhões.

"Desde que profissionalizou sua gestão, o Botafogo investiu em bons nomes para comandar o clube. Trouxe gente que conhece de futebol e de mercado, aliando o que existe de melhor dentro do mundo corporativo com a paixão de uma torcida ávida pela volta por cima. O resultado veio relativamente rápido dado o tamanho da transformação feita após a implementação da SAF", explica Henrique Guidi, Diretor de Clubes da Agência End to End.

Para especialistas, nada disso seria possível sem a transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A aquisição aconteceu em março de 2022, quando o norte-americano John Textor comprou 90% das ações do clube. A negociação, no entanto, foi anunciada em dezembro de 2021.

"A marca Botafogo é super tradicional e tem uma história que se identifica com a do futebol brasileiro, mas estava sofrendo muito com os resultados, especialmente os esportivos. Agora voltando a ser protagonista, recupera a autoestima do torcedor. Também podemos mencionar com destaque para a volta de jogadores do clube para a Seleção Brasileira. Isso tudo faz parte da retomada que a própria SAF definiu no começo, quando afastou todos os patrocinadores atuais, passando a viver um novo momento", explica José Francisco Manssur, sócio da CSMV Advogados e um dos responsáveis pela lei da SAF, que passou a vigorar no Brasil em agosto de 2021.

Para Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, e que gerencia a carreira de centenas de atletas, como Vini Jr e Endrick, por exemplo, o dinheiro somente não garante sucesso.

"Já tivemos muitas provas de que os aportes das SAFs podem gerar resultados já no curto prazo no Brasil, mas nem sempre isso vai acontecer. O Vasco, que está muito próximo do Botafogo, é um ó exemplo disso. Muito foi gasto, e com um retorno esportivo no mínimo questionável. Dinheiro muda o número de pessoas às quais você tem acesso. Se não souber as escolher, pode fracassar com muito. Mas ter um "dono" já faz com que o clube deixe de se planejar como uma prefeitura. Um ambiente aberto a oportunistas, que fazem dele palanque para elevar sua exposição e influência, sem responsabilidade com o que se dará no mandato seguinte. Essa é a principal mudança. O quanto vai ser aportado com a mudança não é nem um dos três fatores mais importantes, ou pode demandar tempo para ser refletido em títulos", aponta.

Outra importante fonte de dinheiro do Botafogo vem do sócio-torcedor, que no ano passado arrecadou R$ 28 milhões no ano, de acordo com Relatório Convocados, elaborado pela Consultoria Convocados em parceria com a Galapagos Capital e a Outfield. A previsão deste ano é um salto ainda maior, já que o programa passou a marca de 80 mil inscritos e deve continuar crescendo em razão da boa fase vivida pelo clube.

"É inegável que o fator campo influencia diretamente no crescimento de sócios. A missão dos clubes é construir um projeto atrativo que dependa cada vez menos dos resultados dos jogos, fazendo com o que programa passe a ver visto como algo realmente valioso para os torcedores, em termos de benefícios, entregas, experiências e exclusividade. A virada de chave acontece quando o fã percebe que o valor pago por ele, mensalmente, é menor do que o valor que ele recebe por meio das vantagens oferecidas", pontua Sara Carsalade, co-founder e responsável pela vertical de esportes da empresa Somos Young, empresa que realiza o atendimento a sócios-torcedores de clubes de futebol.

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