Esporte

Após susto com patrocinadora, Corinthians estuda seguro para cobrir salário de Depay

Clube pode optar por contratação de seguro para proteger finanças após incertezas com patrocinadora Esportes da Sorte

Com salário alto, Memphis Depay fica em situação delicada com problemas da patrocinadora do Corinthians.

Com salário alto, Memphis Depay fica em situação delicada com problemas da patrocinadora do Corinthians.

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 9 de outubro de 2024 às 07h06.

Última atualização em 9 de outubro de 2024 às 07h07.

O Corinthians enfrentava um impasse envolvendo sua patrocinadora master, a Esportes da Sorte, que não havia sido incluída na lista de casas de apostas autorizadas a operar no Brasil pelo Ministério da Fazenda. Com um contrato de patrocínio de R$ 309 milhões por três anos, parte desse valor foi destinada à contratação do atacante holandês Memphis Depay. O que acontece caso o clube fique sem o aporte necessário para arcar com o salário do jogador?

Para proteger suas finanças em situações como essa, os clubes têm a opção de contratar seguros que garantam a cobertura das despesas com jogadores. No entanto, o Corinthians optou por não seguir essa alternativa, segundo informações do InfoMoney.

Coberturas de seguro para atletas

Os clubes de futebol, ao contratar seguros para seus jogadores, podem se proteger contra diversos riscos, mas há limitações significativas. De forma geral, as coberturas mais comuns incluem morte e invalidez permanente. Esses seguros fornecem uma compensação financeira em casos extremos, oferecendo apoio ao atleta e sua família caso ele não possa mais jogar.

Contudo, há exclusões importantes nas apólices contratadas. Em muitos casos, não há cobertura para incapacidade temporária, ou seja, o clube não recebe indenização se o jogador ficar temporariamente impedido de atuar devido a lesões. A prática de esportes radicais e situações que envolvem atividades ilegais também não são cobertas. Esse cenário pode deixar os clubes brasileiros expostos a riscos financeiros elevados, uma vez que a falta de produtos personalizados limita as opções de proteção.

Em mercados estrangeiros, muitos contratos já incluem proteções contra perda de receita por lesões e até seguros de imagem. Essas apólices garantem compensação caso o jogador tenha a capacidade de gerar receita comprometida, o que é uma prática ainda distante da realidade no Brasil.

Fatores determinantes para seguros no futebol

Os custos para a contratação de seguros no futebol são influenciados por diversos fatores, incluindo o salário do jogador, idade, histórico de lesões e o tipo de cobertura desejada. O valor da apólice é calculado com base em múltiplos salariais e também leva em conta o perfil de risco do atleta. Jogadores mais velhos ou com histórico de lesões podem enfrentar prêmios de seguro mais altos, o que torna a proteção mais onerosa para os clubes.

É interessante observar que, embora a exposição midiática e a fama dos atletas sejam características relevantes para o marketing esportivo, esses fatores não impactam a precificação dos seguros. As seguradoras concentram-se mais nas condições pessoais e profissionais do jogador, analisando detalhadamente fatores como saúde e histórico de desempenho.

Além disso, há uma maior conscientização sobre a necessidade de proteção jurídica e financeira no esporte, incentivada por regulamentações como a Lei Geral do Esporte. Essa legislação determina que atletas tenham seguro de vida e acidentes pessoais, mas ainda há muito espaço para o aprimoramento das apólices oferecidas no Brasil, que poderiam incluir coberturas adicionais para garantir a segurança financeira dos clubes.

O caso do Corinthians exemplifica a necessidade de os clubes brasileiros ampliarem sua visão sobre seguros, especialmente em contratos de valor elevado. No exterior, muitas equipes de futebol e de outros esportes já utilizam essas ferramentas para proteger seus investimentos em jogadores. Nos Estados Unidos, por exemplo, é comum que os times tenham seguros que cobrem não apenas salários, mas também o impacto financeiro causado pela ausência do atleta em competições importantes.

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