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Yunus acelera startups de saneamento no Brasil, em parceria com a Reckitt Hygiene

Objetivo é promover soluções de acesso à água e saneamento em locais de vulnerabilidade social, além de educar a população mais jovem

Homem coleta água em cano no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro: startups buscam resolver problema de acesso à água (TERCIO TEIXEIRA/Getty Images)

Homem coleta água em cano no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro: startups buscam resolver problema de acesso à água (TERCIO TEIXEIRA/Getty Images)

Fernanda Bastos
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 10 de maio de 2023 às 12h00.

Última atualização em 10 de maio de 2023 às 15h14.

Segundo o Ranking do Saneamento, do Instituto Trata Brasil, entre 2017 e 2021, foram investidos cerca de R$29 bilhões em valores absolutos em saneamento, sendo o município de São Paulo responsável por quase R$13 bilhões – seguido por Brasília, com R$ 1,8 bilhão e pelo Rio de Janeiro, com R$ 1,2 bilhão. Pensando na importância de se pensar estratégias para a frente de saneamento, a Reckitt Hygiene, por iniciativa da marca Harpic, promove o programa Aceleradora de Impacto Reckitt, empresa que responde por marcas de higiene como Bom Ar, Vanish e Veja. Da seleção de mais de 50 empresas, foram escolhidas seis empresas para serem aceleradas: a Água Camelo, Florescer Brasil, LiaMarinha, Livelab, Piipee e SDW.

O programa de aceleração de startups do grupo é uma parceria com a Yunus Negócios Sociais, e tem como objetivo promover soluções de inovação para o acesso à água e saneamento básico no Brasil. “Tentamos buscar instituições que saibam de problemas que queremos ajudar a resolver. Elas todas são conhecedoras e estão próximas das comunidades, entendem os desafios que existem nos locais, principalmente, os relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. O objetivo é gerar conexão com essas instituições e eu faço todo o acompanhamento das instituições do programa”, disse Lívia Berrocal, gerente de propósito da Reckitt em entrevista para a editoria de ESG da EXAME

O projeto oferece mentorias especializadas e um aporte financeiro de 50 mil reais para cada empresa, segundo Berrocal, voltado para pesquisas e desenvolvimento dos negócios. A investida faz parte da visão global da empresa, que atua com higiene, nutrição e saúde, e do programa chamado Fight for Access Accelerator (em tradução livre do inglês, Aceleradora Lute por Acesso), com foco em empresas de impacto social atuantes no Brasil e na África do Sul. 

As empresas aceleradas

Uma das selecionadas é a Água Camelo, uma startup de impacto socioambiental que vende serviços de purificação de água para instituições que querem promover o acesso a fontes seguras de água para pessoas em situações de vulnerabilidade. Por esse motivo, a empresa busca estruturar uma cadeia com kits. Nos primeiros quatro meses foram distribuídos quase 500 kits. A Reckitt afirma que, através da ação, mais de quatro mil pessoas foram impactadas em sete estados. 

A Florescer Brasil, empresa acelerada, tem como foco desenvolver projetos sociais sobre água e ajudar no acesso à água e esgotamento sanitário em áreas de grande vulnerabilidade social. O projeto desenvolvido na aceleração tem como objetivo implementar biotratos, ou como são conhecidas, Unidades Sanitárias Individuais (USI), para tratamento de esgoto sanitário. Segundo a Reckitt, mais de 2 milhões de pessoas foram impactadas pelo projeto de forma direta ou indiretamente. O projeto também teve como proposta instalar as USIs em aldeias indígenas. 

Já a LiaMarinha aplica tecnologia para melhorar a qualidade da água. Ela atua junto aos ramos de mineração, saneamento e agroindústria para recuperar ambientes aquáticos, priorizando o tratamento de águas e efluentes. Com a aceleração, a startup conseguiu criar uma plataforma de monitoramento de falta de água com geolocalização.  

A Livelab, uma organização sem fins lucrativos que atua com tecnologias para criação de jogos voltados a crianças e adolescentes. Uma das gincanas desenvolvidas tem como objetivo educar sobre o cuidado com as águas e engajamento da população na proteção de açudes, lagoas, nascentes e riachos. A aceleração apoiou o retorno da gincana – além de inscrição em programas de leis de incentivo. 

Pensando em desenvolver soluções de economia de água em mictórios e sanitários, a Piipee utiliza nanotecnologia e componentes biodegradáveis. Segundo a Reckitt, a empresa pode reduzir o uso de água do cliente que antes gastava 10 litros de água em uma descarga para gastar 1 ml do produto. A companhia tem uma patente reconhecida pela ONU como uma das soluções mais inovadoras para a mudança do clima até 2030. 

A última empresa acelerada foi a startup baiana SDW (do inglês, Sustainable Development and Water for All). A empresa tem como objetivo ajudar pessoas em situações vulneráveis a terem mais qualidade de vida, pelo acesso correto à água, água potável e saneamento básico seguro. Segundo a Reckitt, a empresa já impactou 15 mil pessoas em 15 estados brasileiros e duas províncias equatorianas. 

Metas de sustentabilidade

Segundo Berrocal, o Grupo Reckitt, tem metas de sustentabilidade que ‘escoam’ para todos os mercados, incluindo o Brasil. Dentre as metas para 2030, a empresa quer ter 50% de receita líquida de produtos sustentáveis e reduzir em 50% a pegada de carbono dos produtos. Além de reduzir em 65% a pegada química e em 50% a utilização de plástico virgem em embalagens. Essas são apenas algumas das metas da empresa que se prepara para ser carbono neutro até 2040. Segundo a empresa, a unidade de negócios de higiene cresceu 2% em receita líquida LFL globalmente. Enquanto, o Grupo Reckitt cresceu 7,9% em receita líquida LFL globalmente.

“Como empresa, acreditamos no nosso papel na sociedade, trabalhar com programas de impacto, principalmente junto das gerações mais jovens faz parte disso. Queremos deixar um legado de impacto positivo. Temos metas de 10 anos, acompanhando a Agenda 2030 da ONU. É uma meta global que tem muita ligação com embalagens, ingredientes usados, nossos consumos de energia e trabalhar pela redução do estresse hídrico, além do olhar social, com nossos programas como o de aceleração”, concluiu Berrocal. 

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