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Vivo disponibiliza consultoria e aumenta número de fornecedores com práticas de descarbonização

Entre os mais de 1.200 fornecedores da Vivo, 125 companhias são responsáveis por 80% das emissões de gases causadores de efeito estufa. Primeira fase de projeto influencia a mudança para a descarbonização, incluindo consultoria e metas

Loja da Vivo em São Paulo (Vivo/Divulgação)

Loja da Vivo em São Paulo (Vivo/Divulgação)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 17 de abril de 2024 às 09h01.

Última atualização em 17 de abril de 2024 às 11h05.

Desde o Acordo de Paris, firmado entre 195 países em 2015, para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, a empresa de telecomunicações Vivo passou a estudar e intensificar as práticas de descarbonização das operações, especialmente nos escopos 1 e 2 - aqueles relativos à emissões diretas. Já em 2021, quando a companhia havia reduzido as emissões das duas frentes em 76% -- atualmente a redução é de 90% -- foi hora de focar também no trabalho com os fornecedores para redução no escopo 3, relativo às emissões indiretas.

O primeiro passo foi entender quais eram as empresas mais emissoras, resultando em uma lista com 125, que representam 82% das emissões de CO2 entre os mais de 1.200 fornecedores da Vivo. Destas empresas, ao menos uma pessoa executiva foi convidada para participar de um workshop sobre a importância da redução das emissões. Naquele momento, 200 pessoas participaram.

"Fizemos questão de deixar claro que não precisaria ser uma pessoa da área de sustentabilidade, mas sim que olha para toda a estratégia de negócios"Joanes Ribas, diretora de sustentabilidade da Vivo

Engajamento

Entre as 125 companhias convidadas para participar da jornada com a Vivo, 60% aceitaram o desafio e são acompanhadas desde 2022. Na prática, elas recebem apoio de uma consultoria paga pela Vivo, desenvolvem metas e, quando mais avançadas, assinam compromissos como os da organização Science Based Targets initiative (SBTi).

"Percebemos que muitos fornecedores não sabiam, por exemplo, o que é um inventário de emissões, algo essencial para a execução das práticas de redução. A consultoria ajuda a dar um norte a partir de conceitos básicos até iniciativas mais avançadas", diz Joanes.

Para ela, foi importante também dizer aos fornecedores que "o compromisso não é com a Vivo, mas com o clima", a partir da ideia de que todas as companhias precisam entrar na jornada de descarbonização para evitar o aquecimento global em 1.5ºC ou mais, como prevê o Acordo de Paris. Além disto, as práticas podem ser aplicadas para que outros clientes também se interessem pelos serviços e produtos dos fornecedores.

"É importante dizermos ainda que estamos falando de empresas com diferentes tamanhos e graus de maturidade no tema. São elas fornecedoras de equipamentos eletrônicos, serviços de rede, logística, entre outros". Atualmente, das 125 participantes, 70 são brasileiras, e 45 delas pequenas e médias.

A companhia atua ainda como uma ponte para as discussões globais de clima. "A Vivo têm um papel de levar os temas discutidos em grandes fóruns mundiais, como as COP (Conferências das Partes sobre Mudanças Climáticas) para estas empresas. Além disto, fazemos um acompanhamento de perto, conversamos com os executivos e mostramos as vantagens de aderir a jornada, indo muito além do apoio financeiro por meio da disponibilização da consultoria", afirma Ana Letícia Senatore, gerente de sustentabilidade da Vivo.

Resultados

A meta agora é ter 90% das 125 empresas responsáveis pelas maiores emissões participando da jornada até o fim deste ano. "Conforme elas percebem os benefícios, maiores as chances de aumentarmos o engajamento", diz Joanes. Esta percepção está entre os maiores desafios hoje a companhia.

"É preciso mostrar que investir na descarbonização é uma estratégia de mudança climática, mas também de eficiência", completa Ana Letícia. Pensando nisto, no acompanhamento são reforçados como os investimentos em time e equipamentos mais modernos, por exemplo, em médio e longo prazo são retornados. "Um exemplo é o da economia de energia que chegou a 8% em uma companhia que investiu no uso de energia renovável. A diminuição de compra de diesel em uma empresa logística a partir do conhecimento do quanto se gastava e emitia de CO2 é outro exemplo", afirma Joanes.

A Vivo já nota evoluções na maturidade dos fornecedores e os divide em cinco níveis. Em um deles, por exemplo, apenas 39% das companhias não têm inventário de emissões, versus 69% há dois anos. Em outro nível, o salto foi de 8% para 24% entre as que têm inventário e também metas estruturadas de redução das emissões.

"Nosso desafio agora é continuar mudando os indicadores e, mais do que isto, não deixar que a pauta retroceda uma vez que vamos ampliando os fornecedores e os negócios da Vivo. Assim, planejamos workshops periódicos assim como a revisão das metas", finaliza Joanes.

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