ESG

Unilever Brasil cria fundo de R$ 17 milhões para acelerar inclusão racial

Para cumprir o seu objetivo, o Fundo Afrolever, da Unilever, foi organizado em quatro pilares que se retroalimentam e influenciam: Talentos, Marcas, Fornecedores e Comunidade

Tania Costa, coordenadora de RH da Unilever Brasil que lidera o Programa Prontidão  (Unilever/Divulgação)

Tania Costa, coordenadora de RH da Unilever Brasil que lidera o Programa Prontidão (Unilever/Divulgação)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 21 de outubro de 2021 às 11h02.

Última atualização em 21 de outubro de 2021 às 11h41.

A Unilever Brasil anuncia a criação do Fundo Afrolever com aporte inicial de 17 milhões de reais, uma iniciativa que visa ter governança centralizada e estruturada — desde a execução à mensuração de resultados — das ações voltadas para acelerar as oportunidades para pessoas negras, tanto internamente como na cadeia de valor da companhia.

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Esta nao é a primeira iniciativa da Unilever nesta frente. Em 2018, a companhia definiu a inclusão racial como um pilar e aliou-se a parceiros como a Faculdade Zumbi dos Palmares, a Afrobras, a Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial e ao Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), entre outros.

A companhia também conta com um  movimento interno liderado por funcionárias negras que culmina na criação do grupo Afrolever para desenvolver iniciativas para atração de talentos negros, além de estimular o aumento da representatividade racial em cargos de liderança.

Assim, o Fundo Afrolever é mais um passo da companhia e a escolha do nome busca reconhecer quem contribui para a construção de uma organização mais inclusiva.

O projeto surgiu do desejo do próprio presidente da Unilever Brasil, Gerardo Rozanski, que participa ativamente da agenda e da governança de Equidade, Diversidade e Inclusão, de organizar e dar ainda mais celeridade às iniciativas de inclusão racial da organização.

“Não é de hoje que a agenda de diversidade e inclusão é estratégica e prioritária para a companhia. A criação do Fundo Afrolever visa justamente estruturar as iniciativas de equidade racial para, assim, potencializar a eficiência, o alcance e os resultados destas ações”, afirma Rozanski.

Para cumprir o seu objetivo, o Fundo Afrolever foi organizado em quatro pilares que se retroalimentam e influenciam: Talentos, Marcas, Fornecedores e Comunidade.

No pilar Talentos, o projeto visa dobrar, até 2022, a presença de profissionais negros na alta liderança e triplicar na média liderança por meio de ações de atração, seleção, desenvolvimento e retenção de talentos.

Nesta frente já existe, por exemplo, o Programa Prontidão, que oferece mentoria e desenvolvimento; letramento racial tanto para mentores quanto para mentorados e ferramentas para aceleração de competências técnicas, emocionais e comportamentais (soft e hard skills) dos profissionais negros.

Os processos seletivos da Unilever também estão mais inclusivos e, como resultado, o Programa de Estágio 2020/2021 registrou 75% de pessoas negras e o de Trainee, 56%, ambos com aumentos muito significativos em relação aos anos anteriores.

Marcas

Na frente Marcas o objetivo é ter produtos mais diversos e campanhas mais inclusivas em todo o processo, desde a concepção, passando pela produção e incluindo a comunicação — e sempre integrando no processo os profissionais que tenham conhecimento de causa, entre outras iniciativas.

A categoria de Higiene e Cuidados Pessoais, por exemplo, a Unilever faz um trabalho de diversidade norteado por três premissas: ter um time diverso tanto internamente quanto nos times de seus parceiros; integrar o tema no dia a dia por meio de programas de treinamento e de parcerias com conhecedores e estudiosos da questão para refletir, debater e cocriar; e desenvolver uma comunicação que amplifique esses valores e que provoque mudanças estruturais na indústria e na sociedade.

A parceria de Seda com a Gabi de Oliveira, do canal DePretas, é exemplo deste trabalho, que culminou no desenvolvimento da linha Crespoforce e com o anúncio do compromisso de ter 50% de representatividade negra na comunicação de Seda.

A ideia é também inspirar meninas na busca pela realização dos sonhos e apresentar a ampliação da parceria com a ONG Plano de Menina em um projeto de capacitação voltado para jovens de comunidades carentes.

Fornecedores

Em relação aos Fornecedores, a companhia quer acelerar oportunidades em toda a cadeia de fornecimento ao aumentar o volume de compras proveniente de parceiros comerciais liderados por grupos minoritários, com foco prioritário em raça.

Para acelerar esse pilar do Fundo Afrolever, a Unilever fechou parceria com a Integrare, consultoria que tem como finalidade identificar e desenvolver pequenas empresas de grupos minorizados e minoritários para atender grandes empresas.

O investimento estimado para desenvolver esses potenciais fornecedores da companhia no Brasil é de 400.000 reais até o final de 2021.

E no pilar Comunidade, a multinacional vai continuar gerando impacto positivo por meio de projetos incentivados e, desta forma, atuar como agente de transformação social.

Os projetos incentivados que darão tração aos objetivos do Fundo Afrolever serão aqueles focados em educação, capacitação profissional e inovação. A expectativa da companhia é impactar mais de 550 mil pessoas por meio desses projetos.

O Afrolever

O Afrolever surgiu em 2019 e hoje lidera as discussões sobre a inclusão racial na companhia. Para aumentar os debates sobre a inclusão racial e dar mais visibilidade para os temas, o Afrolever estimula, entre outras coisas, a realização de palestras e atividades que são transmitidas para toda a companhia. Nos últimos 12 meses, foram mais de 50 horas de letramento racial oferecidas para os funcionários da empresa.

Hoje, 40% de funcionários se autodeclaram negros (pretos e pardos). Além do Afrolever, foram criados grupos de afinidades com agendas prioritárias: WomenUp; ProUd; UniPCDs; UniMen.

 

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