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CEO da Uliving, Ewerton Camarano: "Estamos comprometidos com um ambiente mais igualitário e acessível" (Uliving/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 13h35.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2025 às 14h53.
Ser mais do que apenas um lugar para morar e ter um papel de transformação na forma como os jovens vivem e se relacionam nas cidades. Este é o propósito da Uliving, de moradias estudantis, presente hoje em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Campinas e Santos -- e com o plano de expandir significamente em 2025 ao investir R$ 450 milhões até 2028 para dobrar de tamanho e ocupar novos centros urbanos pelo Brasil.
Fundada em 2012, a hospedagem funciona no modelo de coliving compartilhado e é uma opção popular entre esta geração que busca trabalhar, estudar e driblar as burocracias de aluguéis tradicionais. “Queremos oferecer uma experiência de comunidade, onde as pessoas se conectam, trocam vivências e se desenvolvem juntas", contou à EXAME Ewerton Camarano, CEO da empresa.
Em expansão neste ano, a sustentabilidade está no centro do negócio e a estratégia contempla ações em diversidade, energia renovável, economia circular e educação ambiental.Participante ativo da comunidade LGBTQIA+, Ewerton destaca a inclusão e uma parceria com as universidades USP, Unicamp e FGV para garantir o acesso à moradia, oferecendo vagas subsidiadas para universitários em situação de vulnerabilidade social.
Em conjunto com o Instituto JNG, a unidade do Rio de Janeiro também disponibiliza dez apartamentos exclusivos para um projeto voltado a pessoas com deficiência (PCDs) e deve expandir em breve para São Paulo.
Pensados para gerar impacto na vida dos jovens, estes programas entendem que alugar uma moradia é um desafio para muitos e por isso, oferecem bolsas para quem precisa de suporte. Com um contrato mínimo de 12 meses, os aluguéis no Uliving custam a partir de R$ 1.600 mensais e tem um valor médio de R$ 2.200.
A diversidade está no DNA da empresa, com moradores de todas regiões brasileiras e de mais de 40 países. Atualmente, cerca de 30% do público residente é estrangeiro. Segundo Ewerton, isto é peça-chave para enriquecer a jornada acadêmica, criar conexão e ampliar a visão de mundo dos universitários.
“Todo mundo está passando pela mesma fase de vida. Você conhece pessoas de vários cursos e lugares diferentes. A troca acontece de forma muito natural e nós trabalhamos para criar um espaço seguro e inclusivo", disse o executivo.
Mas para ser bem-sucedida na criação de uma grande comunidade diversa, a empresa acredita que a cultura precisa começar dentro de casa e também atua para que quem trabalhe lá também se sinta fazendo parte.
O Comitê de Diversidade da empresa, chamado “Somos”, promove ações para os mais de 1,6 mil estudantes residentes e colaboradores. O último censo interno realizado entre março e novembro de 2024 revelou avanços: pretos e pardos somam 29% do quadro de funcionários, houve um crescimento de 3% de homossexuais e 2% de bissexuais e uma alta de 4% no grupo de 36 a 45 anos em busca do combate ao etarismo. Já a liderança feminina cresceu 11% e a presença de mulheres 5%.
"A diversidade não é só uma pauta interna, mas uma realidade dentro das nossas unidades. Há um compromisso real em ESG. Não adianta só falar, temos que ter ações concretas e estamos implementando em várias frentes", frisou Ewerton.
Em parceria com a Vivalá, outra iniciativa também promove experiências imersivas para universitários se conectarem com a natureza e comunidades locais pelo Brasil. “Queremos ampliar a visão de turismo dos moradores, incentivando vivências autênticas e sustentáveis", complementou o CEO.
Reduzir seu impacto ambiental também é um foco da Uliving. Uma das apostas é no uso de renováveis e a empresa fez uma parceria com Comerque para migrar para o mercado livre de energia. Atualmente, cinco das oito unidades já operam com fontes limpas e o projeto está em fase de implementação nas demais.
Em 2024, a mudança na matriz elétrica levou a uma redução de 60 toneladas nas emissões de carbono da companhia, o equivalente à absorção de CO2 de 418 árvores.O consumo consciente também é uma preocupação. Pensando nisso, há o incentivo a troca e doação de bens entre moradores, compra coletiva de serviços para reduzir cursos e otimizar recursos, um programa de reciclagem nas unidades para a destinação correta de resíduos e a conscientização para a redução do desperdício no uso das cozinhas comunitárias.
A educação ambiental é promovida com eventos e workshops para os moradores e incentiva a adoção de hábitos sustentáveis no dia a dia.
Em vez de levantar novas construções, o aproveitamento de prédios antigos para reduzir o impacto e a necessidade de obras é mais uma aposta. É o caso da unidade de Pinheiros, em São Paulo, levantada em uma infraestrutura já existente.
O projeto arquitetônico também é pensado para otimizar a ventilação natural e reduzir o uso de ar-condicionado e consumo energético e usa máquinas de lavanderia industriais para consumir menos água. Algumas unidades também possuem um sistema de captação de água da chuva para ser utilizada na limpeza e irrigação.
“Estamos sempre buscando maneiras de melhorar a experiência dos nossos moradores com foco na sustentabilidade, seja através de tecnologia, serviços ou novas parcerias", concluiu Ewerton.