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Redator na Exame
Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 09h26.
Desde sua campanha, Donald Trump prometia acabar com as iniciativas DEI (Diversity, Equity and Inclusion – Diversidade, Equidade e Inclusão). Ao assumir a presidência dos Estados Unidos, ele cumpriu rapidamente a promessa, gerando um racha entre defensores e opositores, incluindo os CEOs de algumas das maiores empresas do mundo.
Entre as primeiras medidas, Trump revogou uma ordem executiva de 1965 que proibia a discriminação por raça, sexo e nacionalidade em contratações do governo federal. Além disso, colocou servidores federais ligados a programas DEI em licença administrativa, enquanto desmantelava seus departamentos.
Mas a ofensiva não se limitou ao setor público. Antes mesmo da posse, grandes corporações como Meta, Walmart e McDonald's já haviam reduzido ou encerrado seus próprios programas DEI. No entanto, muitos líderes empresariais resistem à pressão e reafirmam o compromisso com essas iniciativas.
O CEO Christian Sewing afirmou que a diversidade é parte fundamental da estratégia do banco, reforçando o apoio aos programas DEI. “Sei o que a diversidade nos trouxe ao conselho de administração e ao mais alto nível de relatórios. É por isso que somos fortes apoiadores dessas iniciativas”, declarou em coletiva de imprensa.
No entanto, Sewing reconhece que, caso Trump tente tornar essas políticas ilegais, o banco poderá reavaliar sua posição.
Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, adotou um tom desafiador diante dos acionistas alinhados a Trump. Em entrevista à CNBC, afirmou: "Podem vir", destacando que o banco continuará investindo em diversidade. “Seguiremos apoiando a comunidade negra, hispânica, LGBT e de veteranos”, reforçou.
O CEO David Solomon afirmou que a empresa mantém sua sintonia com os acionistas, que priorizam questões como descarbonização, diversidade e inclusão.
Entre as metas do Goldman Sachs estão o aumento da presença feminina em cargos de liderança e maior diversidade racial. Contudo, a empresa enfrenta pressão do Centro Nacional de Pesquisa em Políticas Públicas (NCPPR), que pede uma auditoria independente para avaliar os riscos jurídicos e de reputação associados às iniciativas DEI.
Para Chuck Robbins, CEO da Cisco, a diversidade na força de trabalho é indiscutivelmente positiva. Em entrevista à Axios, afirmou que o debate sobre DEI tem sido tratado de forma simplista: “É um conceito amplo, com mais de 150 aspectos. Talvez seis ou sete tenham saído do controle, mas serão ajustados. O essencial continuará.”
A Costco também enfrenta pressões externas para encerrar suas políticas de diversidade. O CEO Ron Vachris recebeu cartas de 19 procuradores-gerais republicanos, pedindo o fim das “práticas DEI divisivas e discriminatórias” da empresa.
Na última semana, uma proposta do NCPPR exigindo a publicação de um relatório sobre os riscos financeiros das iniciativas DEI foi massivamente rejeitada pelos acionistas. Segundo Vachris, o apoio esmagador dos investidores reforça a importância da diversidade na cultura corporativa da empresa. “Nosso compromisso com uma empresa enraizada no respeito e na inclusão é apropriado e necessário”, declarou em dezembro.