ESG

Trabalhar quatro dias por semana poderia reduzir emissões de CO2

Um relatório afirma que a transição de uma semana de cinco dias de trabalho para uma de quatro poderia reduzir a pegada de carbono do Reino Unido em 127 milhões de toneladas por ano até 2025

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AFP

Publicado em 27 de maio de 2021 às 18h02.

Última atualização em 27 de maio de 2021 às 23h09.

A mudança para uma semana de trabalho de quatro dias poderia reduzir em um quarto as emissões anuais de gases de efeito estufa do Reino Unido em quatro anos, afirma um relatório publicado nesta quinta-feira (27).

O estudo, elaborado pelos pesquisadores da Platform para a associação 4DayWeek, afirma que a transição de uma semana de cinco dias de trabalho para uma de quatro, sem a perda de salário, "poderia reduzir a pegada de carbono do Reino Unido em 127 milhões de toneladas por ano até 2025", o que significa 21,3%.

Isso equivale a mais do que toda a pegada de carbono da Suíça, afirma.

A proposta chega em um momento em que os sucessivos confinamentos contra o coronavírus, com muitas pessoas trabalhando de casa, geram um interesse maior pela flexibilidade de trabalho e a conciliação familiar. Algumas empresas já testaram as semanas de quatro dias.

"Acho que isso é algo que todos podemos apoiar!", tuitou a ONG Greenpeace UK em reação ao relatório, enquanto a deputada do Partido Verde, Caroline Lucas, celebrou "uma ideia para a qual já chegou a hora".

O relatório alega que uma semana mais curta representaria uma economia de energia devido ao menor uso de equipamentos em escritórios e à redução dos deslocamentos em transportes.

Um horário mais curto permitiria levar um estilo de vida mais saudável, com menos consumo de 'fast-food' e menos necessidade de atendimento médico, o que reduziria o uso de equipamentos de alto consumo energético, acrescenta.

"Ao liberar um dia da semana para atividades não trabalhistas, também se dispõe de mais espaço mental", destaca.

Atualmente, a média da semana de trabalho no Reino Unido é de 42,5 horas, afirma o grupo 4Day Week, que analisa uma redução para 32 horas em 2025.

Na Escócia, o separatista Partido Nacionalista Escocês (SNP), que governa a região, também estuda a possibilidade de mudar para uma semana de quatro dias de trabalho. Sua líder, Nicola Sturgeon, defende que isso promoveria um equilíbrio melhor entre a vida profissional e pessoal, e um maior nível de emprego.

Seu programa eleitoral para as legislativas regionais do início de maio prometia criar um fundo de 100 milhões de libras (141 milhões de dólares) para ajudar as empresas que desejam colocar essa medida em prática.

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