ESG

Apoio:

Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
ONU_500X313 CBA
ONU_500X313 Afya
ONU_500X313 Pepsico
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Tênis vegano e por assinatura? Fabricantes inovam para reduzir impacto

Novas marcas apostam em modelos sustentáveis que utilizam borracha da Amazônia, algodão orgânico e são retornáveis

O Cyclon, da suíça On, é produzido com 50% de materiais biológicos e só pode ser adquirido por meio de uma assinatura mensal (On/Divulgação)

O Cyclon, da suíça On, é produzido com 50% de materiais biológicos e só pode ser adquirido por meio de uma assinatura mensal (On/Divulgação)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 18 de outubro de 2020 às 09h45.

Última atualização em 18 de outubro de 2020 às 10h23.

É possível falar muito sobre uma pessoa pelo sapato que ela usa. A velha frase talvez fizesse mais sentido antigamente, quando o acesso a calçados de alta qualidade era um privilégio de poucos. A indústria da moda, no entanto, parece que nunca deixou de acreditar nisso. Em tempos de capitalismo de stakeholder, alguns fabricantes estão levando o ditado ao pé da letra e apostam em modelos sustentáveis que, além de proteger os pés, promovem a ideia de que é preciso preservar o meio ambiente.  

A suíça On, que produz sapatos de corrida de alta performance, lançou, em setembro, o primeiro tênis por assinatura que se tem notícia. O modelo, batizado de Cyclon, não pode ser comprado, apenas “alugado” por 164 reais por mês. Ao final da sua vida útil, estimada pela fabricante em 400 km de corridas (nas pistas ou na rua para alcançar o ônibus), o “inquilino” comunica a “locadora”, que providencia um novo modelo sem custo de postagem. 

“O Cyclon é uma nova maneira de se tornar mais sustentável e, ao mesmo tempo, garantir que o desempenho nas corridas dos nossos clientes nunca fique comprometido pelo tênis”, afirma Caspar Coppetti, co-fundador da empresa. A marca é conhecida por calçar atletas de altíssima performance, como a lenda do triatlo Nicola Pirig, duas vezes medalhista olímpica pela Suíça, e o espanhol Javier Gomez, tetracampeão mundial de triatlo. A companhia também desenvolveu um tênis exclusivo para o tenista Roger Federer.   

A ideia por trás do modelo de assinatura é permitir a reciclagem do calçado. O Cyclon é produzido com 50% de materiais biológicos, especificamente sementes de mamona. Dessa forma, a empresa garante que pode reutilizar toda a matéria prima envolvida na sua fabricação. O tênis pesa apenas 200 gramas e é indicado para competições de elite. 

Já a Veja -- que, no Brasil, é conhecida como Vert -- aposta em modelos veganos. A marca foi a primeira fabricante de sneakers a apostar na sustentabilidade como uma estratégia de negócios. Seus fundadores, os franceses Sebastien Kopp e François-Ghislain Morillion criaram a empresa em 2004, após desistirem do mercado financeiro para abrir uma ONG. O trabalho no terceiro setor os levou a conhecer a Amazônia brasileira, onde montaram uma operação de produção de borracha em parceria com associações de seringueiros. A iniciativa viabilizou a proteção de 36 mil hectares de floresta. 

tenis-on-vert-assinatura-vegano

Tênis vegano da Veja, conhecida no Brasil como Vert: quase 100% de materiais reciclados (Vert)

Os modelos veganos são produzidos a partir de garrafas plásticas recicladas, cana-de-açúcar, casca de arroz, óleo de banana, além da borracha sustentável da Amazônia. A maioria dos materiais são obtidos no Brasil -- a casca de arroz, por exemplo, vem do Rio Grande do Sul. A diferença dos modelos veganos para os não veganos é o nível de uso de materiais reciclados, que beira os 100% no primeiro caso. Sucesso na Europa, a marca, já vendeu mais de 3 milhões de pares de tênis desde a sua fundação.

Acompanhe tudo sobre:ModaTênis (calçado)

Mais de ESG

Setores da saúde e moda ganham diretrizes para unir justiça climática na estratégia empresarial

Capital da Índia fecha todas as escolas primárias devido à poluição; entenda

Como a integração de setores energéticos pode transformar a resiliência e a sustentabilidade?

Cientistas brasileiros concorrem a prêmio de US$ 5 milhões sobre tecnologia e biodiversidade