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Cerrado: ações de restauração e manejos produtivos sustentáveis em corredores para conectar 35 mil hectares de fragmentos de vegetação (Lucas Ninno/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 9 de julho de 2024 às 09h01.
Última atualização em 11 de julho de 2024 às 17h11.
A Suzano, produtora de celulose e bioprodutos a partir de eucalipto, formaliza a primeira parceria para a implementação de corredores ecológicos no Cerrado brasileiro. O acordo com a International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial, tem como objetivo implementar projetos-pilotos no Mato Grosso do Sul com o intuito de realizar ações de restauração e manejos produtivos sustentáveis em corredores para conectar 35 mil hectares de fragmentos de vegetação nativa do Cerrado.
Além disso, a parceria visa fomentar a cadeia da sociobiodiversidade no Cerrado, o engajamento de proprietários, a inscrição ou a retificação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), e a realização de treinamentos e delineamento de estratégias de estímulos técnicos e financeiros para parcerias de restauração em larga escala.
A iniciativa faz parte do compromisso assumido pela Suzano de conectar meio milhão de hectares de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade nos biomas do Cerrado, da Mata Atlântica e da Amazônia até 2030. Serão três grandes corredores ecológicos planejados para unir os principais fragmentos de vegetação nativa da base florestal da Suzano com as demais áreas de conservação de propriedades particulares e Unidades de Conservação.
"Apenas em 2023, a Suzano conectou 55.654 hectares de fragmentos com a implementação de 103 hectares de manejo de eucalipto com modelos biodiversos, e 300 hectares de restauração ecológica ao longo dos corredores. Este é um compromisso especialmente ambicioso, pois prevê a restauração de áreas em terras da própria Suzano e de terceiros", diz Marcela Porto, diretora de Comunicação e Sustentabilidade Institucional da Suzano.
Para Manuel Reyes-Retana, Diretor Regional da IFC para América do Sul, a parceria demonstra o grande potencial que há para se conciliar a conservação do meio ambiente com um desenvolvimento econômico sustentável. "É por isso que um dos objetivos do projeto inclui trabalhar com comunidades locais e produtores rurais para introduzir a economia verde, impulsionar treinamentos e implementar sistemas de restauração da vegetação nativa”, afirma.
Uma das principais ameaças à biodiversidade no Brasil e no mundo é a fragmentação de habitats. Esse fenômeno ocorre quando uma área natural contínua e ambientalmente relevante é subdividida em áreas menores, sem conexão entre elas. Isso se deve principalmente às mudanças no uso e ocupação do solo causadas por atividades humanas. A fragmentação altera as interações ecológicas na paisagem e isola espécies, além de interferir na resiliência dos territórios às mudanças climáticas e na prestação de serviços ecossistêmicos, entre outros efeitos adversos.
De acordo com os executivos da Suzano, o modelo de mosaicos florestais adotado pela companhia, que intercala plantios de eucalipto de diferentes idades a áreas destinadas à preservação, contribui com a conservação da biodiversidade nos territórios onde a empresa opera. As áreas de preservação da empresa que não apresentam cobertura vegetal nativa são restauradas por intermédio de seu Programa de Restauração Ecológica, que prioriza as áreas conforme um cronograma que visa acelerar conexões ecológicas.
Contudo, para a efetivação da conexão entre blocos de fragmentos florestais importantes nos territórios, é necessário que essa abordagem se estenda para além das fazendas da Suzano, com corredores ecológicos sendo implantados também nas propriedades de terceiros.
“As operações florestais da Suzano abrangem cerca de 2,7 milhões de hectares, dos quais mais de 1,1 milhão de hectares relativos a áreas em conservação. Entendemos que, além de preservar essas áreas, é nossa responsabilidade contribuir para a conexão de fragmentos existentes, visando reverter a perda da biodiversidade nos biomas em que estamos presentes e mitigando o risco de extinção de espécies. Os corredores ecológicos a serem implementados em parceria com a IFC passarão por terras de assentamento e produtores rurais, por isso precisamos trabalhar conjuntamente com a população local, tanto na conscientização sobre a importância dessa atividade”, afirma o vice-presidente de Sustentabilidade e Inovação da Suzano, Fernando Bertolucci.
Agora, para potencializar os resultados a serem alcançados, a Suzano trabalhará com a IFC, a maior instituição global de desenvolvimento voltada para o setor privado de mercados emergentes além de mobilizar o setor privado, expandindo o uso de soluções e atraindo mais capital para os investimentos.
"Para 2024, daremos continuidade à implementação dos corredores ecológicos dentro e fora das nossas áreas, com o engajamento de outros proprietários rurais, e continuaremos investindo em projetos que promovam o empreendedorismo e o fortalecimento socioeconômico a partir das características regionais e vocações das regiões em que atuamos", finaliza Porto.