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Objetivo é posicionar o Brasil entre os maiores exportadores de cacau sustentável e seus derivados até 2030. (Freepik)
Redação Exame
Publicado em 8 de abril de 2025 às 16h05.
A formalização de uma parceria entre Suzano e o Instituto Arapyaú, anunciada na última semana, deve dar novo impulso a cacauicultura do extremo-sul baiano, por meio da expansão do "Projeto Cacau+ Sustentável".
A iniciativa, que se desenvolverá ao longo de três anos, prevê mobilizar recursos estimados em R$ 9 milhões, sendo R$ 2,1 milhões aportados pela Suzano e o restante disponibilizado pelo Instituto Arapyaú via microcrédito aos produtores.
O projeto espera beneficiar aproximadamente 1.100 pessoas em situação de vulnerabilidade social na região, e desenvolve-se em torno da consolidação de sistemas agroflorestais (SAFs), nos quais o cacau é cultivado em consórcio com outras culturas permanentes.
"Muitos dos produtores-alvo buscam adotar práticas agroecológicas em sistemas agroflorestais, que oportunizam uma diversificação de sua receita", explica Ricardo Gomes, gerente de Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia do Instituto Arapyaú.
Um elemento central do projeto está na estratégia de transformação da cadeia produtiva. Os agricultores serão orientados a trabalhar na agregação de valor ao cacau, beneficiando a amêndoa em vez de comercializá-la exclusivamente como commodity.
E a parceria se insere em um contexto mais amplo de desenvolvimento regional. Conforme Fabian Fernandes Bruzon, diretor de operações florestais da Suzano, a iniciativa alinha-se ao compromisso de redução da pobreza nas áreas de atuação da empresa, que estabeleceu meta de retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza até 2030 nas regiões onde opera.
O Projeto Cacau+ Sustentável se integra a um conjunto de ações já em curso na localidade. No ano anterior, iniciativas semelhantes no sul da Bahia apoiaram nove programas, com foco em empreendedorismo, emprego e agricultura familiar, atingindo mais de 30 mil beneficiários.
A combinação entre recuperação ambiental, por meio da recomposição de áreas degradadas, e desenvolvimento econômico sustentável avaliza um modelo que busca equilibrar produção e conservação em uma região historicamente vinculada à produção cacaueira e à preservação da Mata Atlântica.
Os sistemas agroflorestais propostos não apenas diversificam a renda dos produtores, mas também contribuem para a segurança econômica e a resiliência ambiental das propriedades rurais envolvidas no projeto.